Médica pediatra e sanitarista, Dra. Zilda é fundadora e coordenadora nacional da Pastoral da Criança, organismo de ação social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que foi indicada oficial do Governo Brasileiro ao Prêmio Nobel da Paz de 2001.
A Pastoral da Criança é uma organização ecumênica, que une fé e vida, no acompanhamento de crianças, famílias e gestantes carentes em todo o Brasil. São mais de 1,6 milhão de crianças e 76 mil gestantes atendidas todos os meses em ações básicas de saúde, nutrição, educação e cidadania, indistintamente de cor, raça, credo religioso ou político. Através do trabalho voluntário de mais de 155 mil pessoas, a Pastoral da Criança leva orientação e atendimento a mais de um milhão de famílias pobres.
A idéia de levar a Igreja a assumir seu papel na luta contra a mortalidade infantil e a pobreza surgiu em 1982, num debate sobre a miséria em Genebra, na Suíça. Durante uma conversa informal, Mr James Grant, então secretário executivo do Unicef, sugeriu ao Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns que a Igreja poderia reverter a situação da mortalidade infantil no Brasil. Em sua volta, Dom Paulo procurou Dra. Zilda, sua irmã, e lhe contou sobre a conversa. Em pouco tempo, nascia a Pastoral da Criança a partir de um projeto feito pela própria Dra. Zilda e apoiado pelo Unicef. Para a primeira experiência, foi escolhido o município de Florestópolis no Paraná, onde o índice de mortalidade chegava a 127 mortes a cada mil crianças nascidas vivas.
Com ótimos resultados neste município, onde a Mortalidade Infantil foi reduzida a 28 por mil após um ano de atividades, Dra. Zilda apresentou a experiência aos bispos do Brasil, reunidos em Assembléia Geral. Com seu apoio, a Pastoral da Criança foi sendo levada pela Igreja, através de sua organização e por sua abrangência, a todos os 27 estados do país.
Hoje, presente em 32.743 comunidades organizadas em bolsões de pobreza e miséria de 3.555 municípios brasileiros, a Pastoral registrou, durante todo o ano 2001, uma taxa de mortalidade infantil inferior a 13 mortes para cada mil nascidos vivos. Só para se ter uma idéia da importância desse índice, a média nacional de mortalidade infantil no país é de 34,6 óbitos por mil nascidos vivos, segundo o Unicef.
quinta-feira, junho 24, 2004
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário