segunda-feira, julho 26, 2004

TRÁFICO - MULHERES SE PROSTITUEM EM REGIME DE TRABALHO ESCRAVO NA EUROPA

BRASIL - Exportação Sexual

O tráfico de seres humanos movimenta U$12 bilhões por ano no mundo. de acordo com a ONU, Goiás e Ceará são os principais centros de aliciamento no Brasil.
Alvo - Mulheres solteiras, pobres, entre 18 e 21 anos, de preferência morenas e negras.
Aliciadores - donos de bares, boates e agências de viagens ou ex-prostitutas que trabalham para empresários estrangeiros
Principais destinos - casas noturnas na espanha, em Portugal, na Itália, na França e na Suiça
Como é feito o aliciamento - meninas menores de idade ou prostitutas são abordadas nas ruas, em bares ou boates e recebem propostas para trabalhar no exterior

Exportação suja
A PF prende acusada de entregar duas filhas a traficantes internacionais de mulheres
O tráfico de mulheres brasileiras para prostituição em países eu­ropeus é, por si só, um crime aviltante. Mas dentro desse universo podem surgir variedades ainda piores, como a que acaba de ser descoberta pela Policia Federal em Goiás. Depois de três semanas de investigação, a do­na de casa leda, de 40 anos, foi pre­sa no dia 17, na periferia de Goiânia, acusada de aliciar as próprias filhas, A.C.C. e C.P.C. As duas foram levadas à Espanha para trabalhar em regime escravo num prostíbulo de Carbauifio, na Galícia, norte do país. Foram res­gatadas na semana passada, mas a po­lícia espanhola mantém sua situação em sigilo. Seus nomes e o sobreno­me de leda também não foram reve­lados pela policia para evitar constran­gimentos a elas.
No dia 26 de junho, os espanhóis prenderam a goiana Mônica Geralda da Costa, acusada de traficar e manter mulheres em regime de cárcere priva­do em prostíbulos. Informada, a PF per­cebeu que a atuação de Mônica se en­caixava na investigação contra a mãe das duas moças. Elas foram entregues a uma intermediária, que depois as repassou para Mônica”, diz o delega­do Luciano Domellas. A.C.C. e C.P.C. viajaram no começo de julho. De acor­do com a PF, apesar de serem maio­res de idade, o negócio foi acertado pe­la mãe, que disse precisar de dinheiro. A investigação corre em sigilo nos dois países porque existem indícios de uma rede maior e mais pessoas ainda podem ser presas.
O caso é um exemplo do que a Or­ganização das Nações Unidas (ONU) chama de tráfico de seres humanos, crime que movimenta cerca de US$ 12 bilhões pelo mundo todos os anos. O mecanismo é simples: a contratação de pessoas pobres para trabalhar em regime escravo em outro país. No ca­so das mulheres, um agenciador que possui boates, agências de turismo ou bares procura meninas pobres e pros­titutas na periferia oferecendo empre­go no exterior. A saída segue rotas al­ternativas, que passam pela Bélgica e pela Suíça, para despistar as autorida­des, mas terminam normalmente em Portugal, Espanha e Itália.
A.C.C. e C.P.C. desembarcaram na boate espanhola Clube de Las Nin­fas. Lugares assim são verdadeiras pri­sões e as condições de trabalho repe­tem o que acontece no interior do Bra­sil. As garotas moram no local, que é protegido por grades, guardas e cir­cultos internos de TM e de lá não po­dem sair. Quando deixam o Brasil, já
têm a dívida do transporte. Pagam também pela comida e por instrumen­tos de trabalho, como preservativos, que lhes custam até cinco vezes mais que nas farmácias. Por mais que tra­balhem, sempre devem mais do que podem pagar. Muitas fazem sexo sem proteção para economizar e usam dro­gas para agüentar a rotina de até dez programas por noite.

LEANDRO LOYOLA

ÉPOCA 26 DE JULHO, 2004

Um comentário:

Anônimo disse...

Na espanha tem mulher que estão la prostituindo e ninguem faz nada ela fernana medalha com o liciador jovelino gonçalves dos santos e outros que vieram no brasil e conseguiram documentos e retornaram ao 0021346166153