BRASIL - Exportação Sexual
O tráfico de seres humanos movimenta U$12 bilhões por ano no mundo. de acordo com a ONU, Goiás e Ceará são os principais centros de aliciamento no Brasil.
Alvo - Mulheres solteiras, pobres, entre 18 e 21 anos, de preferência morenas e negras.
Aliciadores - donos de bares, boates e agências de viagens ou ex-prostitutas que trabalham para empresários estrangeiros
Principais destinos - casas noturnas na espanha, em Portugal, na Itália, na França e na Suiça
Como é feito o aliciamento - meninas menores de idade ou prostitutas são abordadas nas ruas, em bares ou boates e recebem propostas para trabalhar no exterior
Exportação suja
A PF prende acusada de entregar duas filhas a traficantes internacionais de mulheres
O tráfico de mulheres brasileiras para prostituição em países europeus é, por si só, um crime aviltante. Mas dentro desse universo podem surgir variedades ainda piores, como a que acaba de ser descoberta pela Policia Federal em Goiás. Depois de três semanas de investigação, a dona de casa leda, de 40 anos, foi presa no dia 17, na periferia de Goiânia, acusada de aliciar as próprias filhas, A.C.C. e C.P.C. As duas foram levadas à Espanha para trabalhar em regime escravo num prostíbulo de Carbauifio, na Galícia, norte do país. Foram resgatadas na semana passada, mas a polícia espanhola mantém sua situação em sigilo. Seus nomes e o sobrenome de leda também não foram revelados pela policia para evitar constrangimentos a elas.
No dia 26 de junho, os espanhóis prenderam a goiana Mônica Geralda da Costa, acusada de traficar e manter mulheres em regime de cárcere privado em prostíbulos. Informada, a PF percebeu que a atuação de Mônica se encaixava na investigação contra a mãe das duas moças. Elas foram entregues a uma intermediária, que depois as repassou para Mônica”, diz o delegado Luciano Domellas. A.C.C. e C.P.C. viajaram no começo de julho. De acordo com a PF, apesar de serem maiores de idade, o negócio foi acertado pela mãe, que disse precisar de dinheiro. A investigação corre em sigilo nos dois países porque existem indícios de uma rede maior e mais pessoas ainda podem ser presas.
O caso é um exemplo do que a Organização das Nações Unidas (ONU) chama de tráfico de seres humanos, crime que movimenta cerca de US$ 12 bilhões pelo mundo todos os anos. O mecanismo é simples: a contratação de pessoas pobres para trabalhar em regime escravo em outro país. No caso das mulheres, um agenciador que possui boates, agências de turismo ou bares procura meninas pobres e prostitutas na periferia oferecendo emprego no exterior. A saída segue rotas alternativas, que passam pela Bélgica e pela Suíça, para despistar as autoridades, mas terminam normalmente em Portugal, Espanha e Itália.
A.C.C. e C.P.C. desembarcaram na boate espanhola Clube de Las Ninfas. Lugares assim são verdadeiras prisões e as condições de trabalho repetem o que acontece no interior do Brasil. As garotas moram no local, que é protegido por grades, guardas e circultos internos de TM e de lá não podem sair. Quando deixam o Brasil, já
têm a dívida do transporte. Pagam também pela comida e por instrumentos de trabalho, como preservativos, que lhes custam até cinco vezes mais que nas farmácias. Por mais que trabalhem, sempre devem mais do que podem pagar. Muitas fazem sexo sem proteção para economizar e usam drogas para agüentar a rotina de até dez programas por noite.
LEANDRO LOYOLA
ÉPOCA 26 DE JULHO, 2004
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Um comentário:
Na espanha tem mulher que estão la prostituindo e ninguem faz nada ela fernana medalha com o liciador jovelino gonçalves dos santos e outros que vieram no brasil e conseguiram documentos e retornaram ao 0021346166153
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