sexta-feira, julho 30, 2004
COMO INICIAR UM PROGRAMA DE RESPONSABILIDADE SOCIAL EM SUA EMPRESA
Instituto Ethos
RESPONSABILIDADE SOCIAL
Observar a lei em todos seus aspectos já é uma base de responsabilidade social. Entretanto, este manual oferece uma extensa linha de programas, políticas e idéias que discorrem sobre o processo de formação de uma empresa estruturada e respeitada por seus valores sociais, além de demonstrar ações que têm por objetivo criar e proporcionar um ambiente de trabalho produtivo e participativo. As Empresas que incorporam a Responsabilidade Social na gestão de seus negócios, identificam formas inovadoras e eficazes de atuar em parceria com os públicos afetados por suas atividades. Abaixo identificamos as principais áreas de atuações:
COMUNIDADE
Educação
Ofereça apoio às escolas locais.
Tente encontrar meios pelos quais sua empresa poderá dar suporte e melhorar a educação oferecida pelas escolas públicas locais.
Encoraje os funcionários a se tornarem mentores ou voluntários e a participarem de eventos organizados pelas escolas, ou até mesmo a darem palestras a alunos e professores sobre habilidades profissionais necessárias para atuar em suas áreas de trabalho.
Faça doações de equipamento usado ou excedente Escolas podem se utilizar de uma variedade imensa de produtos e materiais. Até mesmo restos de matéria-prima ou produtos ultrapassados podem ser utilizados para projetos escolares.
Faça parceria com uma escola
Faça parceria com uma única escola pública ou comunitária e supra-a com uma variedade de serviços.
Faça a doação de tempo de trabalho de seus funcionários para ajudar em consertos ou faxinas.
Visite a escola para dar pequenas palestras sobre diferentes assuntos, como por exemplo, aconselhamento sobre carreiras, ou aconselhamento sobre as matérias que estão sendo estudadas.
Ajude na gestão da escola.
Promova programas de melhoria da qualidade de ensino, como preparação de material didático ou treinamento de professores.
Convide alunos da escola para visitarem sua empresa Autorize a visita de um grupo de alunos da escola à sua empresa.
O simples funcionamento de um escritório poderá abrir os olhos de um grupo de jovens alunos para futuras oportunidades. Deixe que funcionários descrevam suas tarefas e esclareçam dúvidas. Se possível, permita que os alunos operem equipamentos. Organize um intervalo para lanche do qual funcionários e alunos possam participar.
Proporcione mentores
Encoraje funcionários a servirem de mentores para alunos da escola, na área pessoal ou acadêmica.
Crie um intercâmbio com a escola, muitas escolas procuram por empresas locais que possam oferecer estágio, remunerado ou não, para os seus alunos. Entretanto, não encare este tipo de programa como uma fonte de mão de obra barata. Tente criar uma verdadeira oportunidade de aprendizado para o estagiário, bem como para sua própria empresa.
Global
Faça do "envolvimento com a comunidade" uma prioridade em sua administração
Use todas as oportunidades para comunicar aos funcionários que o suporte à comunidade e o envolvimento com a mesma é importante para a empresa.
Sempre que possível, recompense aqueles que assim o fazem e incentive gerentes e supervisores a encorajar os funcionários na participação de projetos comunitários que não interfiram na execução de suas tarefas.
Considere a possibilidade de incluir na avaliação de desempenho de gerentes e supervisores a capacidade que possuem de encorajar seus subordinados a se envolverem com a comunidade.
Invista na comunidade.Considere a possibilidade de utilização de serviços providos por organizações comunitárias. Desta forma, a empresa poderá ajudar na revitalização de uma comunidade carente.
Considere, também, a destinação de recursos do imposto de renda para fundos municipais da criança e do adolescente, ou outros similares.
Considere o recrutamento em comunidades carentes. Há também várias organizações sem fins lucrativos que poderão identificar nestas comunidades indivíduos que estejam treinados e capacitados a exercer as funções pretendidas.
Identifique e instale-se em comunidades carentes. Procure locais comunitários que possuam boas instalações para o estabelecimento de escritórios, produção e venda, com acesso fácil para as demais áreas da cidade.
Verifique se há incentivos para a instalação de empresas nessas áreas e onde estão localizadas.
Trabalho Voluntário
Disponibilize informações
Considere a criação de uma lista de oportunidades de trabalhos voluntários.
Liste várias organizações que procuram por voluntários, especificando qual o tipo de trabalho a ser realizado e o tipo de habilidade necessária.
Solicite aos funcionários sugestões sobre outras organizações e encoraje o envolvimento com o trabalho das mesmas.
Contate o centro de voluntários local para maiores informações sobre organizações sem fins lucrativos que necessitam de trabalho voluntário.
Disponibilize tempo para voluntários.
Considere uma política de autorizar a dispensa de funcionários para a realização de trabalho voluntário em comunidades carentes, ou para organizações beneficentes. Algumas empresas autorizam a dispensa remunerada, enquanto outras realizam a dispensa sem pagamento, mas sem ônus para o período de férias. A dispensa autorizada pelas empresas geralmente vai de uma hora por mês até uma semana por ano.
Ofereça apoio financeiro para estimular o trabalho voluntário
Considere a possibilidade de fazer contribuições para organizações nas quais os funcionários fazem parte da diretoria, ou para as quais os mesmos façam trabalho voluntário. Algumas empresas costumam fazer contribuições em nome da própria empresa, outras, em nome dos funcionários. Nos dois casos, elas não só estimulam o funcionário a continuar seu trabalho voluntário, como também melhoram a imagem de sua empresa, por abraçar causas nobres
Recompense os funcionários pelo trabalho voluntário. Uma idéia seria organizar uma festa especial para os voluntários (e convidar seus parceiros de trabalho).
Organize um sorteio, autorize dias extras para o período de férias ou providencie quaisquer outros incentivos para encorajar o trabalho voluntário. Não se esqueça de que recompensas simples podem também ter um valor significativo para o funcionário. Um certificado ou carta de reconhecimento assinada por um dos diretores da empresa é uma opção.
Adote um projeto específico.Considere a possibilidade de envolver a empresa em um projeto ou causa que envolva vários voluntários, talvez um cujo objetivo se aproxime da declaração de missão de sua empresa. Por exemplo, um restaurante ou uma empresa do ramo de alimentos poderá se engajar em campanhas para o extermínio da fome ou para o encorajamento de práticas agrárias sustentáveis, ou ainda organizar uma horta comunitária ou a distribuição de sopa para pessoas carentes. Entretanto, não proíba o engajamento de funcionários em outros trabalhos voluntários diferentes daquele especificado pela empresa. Autorize o "empréstimo" de gerentes e executivos Permita que gerentes e/ou executivos da empresa usem suas habilidades profissionais na execução de trabalho voluntário para grupos comunitários sem fins lucrativos, durante o horário de trabalho. Algumas empresas "emprestam" seus gerentes por alguns dias, por uma semana, ou até por um ou mais meses. Normalmente, estes profissionais ajudam no desenvolvimento de projetos específicos, tais como: campanhas para arrecadação de fundos, treinamento de pessoal voluntário, montagem de sistemas de informática, serviços de consultoria, ou outros nos quais suas habilidades profissionais possam ser utilizadas.
Mobilize fornecedores e clientes. Você pode unir os esforços de sua empresa em empreender projetos de trabalho voluntário aos de seus fornecedores e clientes. Encoraje-os a participar de tais projetos e considere a possibilidade de lhes oferecer incentivos como, por exemplo, aos fornecedores que fizerem doações de produtos e outros recursos será ampliado o prazo de contratação de seus serviços.
Faça parceria com outras empresas. Considere a possibilidade de fazer parcerias com outras empresas da comunidade, sejam elas de grande ou pequeno porte, de forma a desenvolver projetos que sua empresa não poderia empreender individualmente. Por exemplo, a organização de um programa de reciclagem com a comunidade local, ou a limpeza e/ou reforma de uma escola ou abrigo. A aliança pode ser formada na base de implementação de um só projeto, ou de uma série deles.
Filantropia
Faça doações de seus produtos ou serviços. Se possível, faça contribuições de seus produtos ou serviços diretamente para organizações da comunidade que possam fazer uso deles. Com um pouco de criatividade, você acabará achando outras formas de fazer doações. Por exemplo, se o quadro de funcionários de sua empresa inclui profissionais capazes de efetuar consertos ou fazer montagens, considere a possibilidade de "emprestá-los" para uma organização sem fins lucrativos para que efetuem serviços de reparo.
Comprometa-se a fazer contribuições. Considere a possibilidade de designar uma porcentagem fixa das vendas ou dos lucros da empresa como forma de contribuição para organizações comunitárias.
Encoraje a contribuição por parte dos funcionários
Considere a possibilidade de sua empresa contribuir nas mesmas bases em que contribui cada um dos funcionários, ou uma contribuição da empresa ainda maior, baseada naquela efetuada por eles. Algumas empresas cobrem a contribuição efetuada pelo funcionário na base de um por um, outras de dois por um e outras cobrem somente parte da contribuição, ou se utilizam de outra base qualquer. Para facilitar as contribuições, considere a possibilidade de deduzi-las automaticamente na folha de pagamento dos funcionários. Apoie eventos locais.Considere a possibilidade de comprar um bloco de ingressos para eventos comunitários de cunho cultural ou esportivo, de forma a vendê-los com desconto para funcionários e clientes de sua empresa, ou para doação a usuários de serviços de organizações sem fins lucrativos, os quais não teriam recursos financeiros para a aquisição dos mesmos.
Encoraje outros tipos de doações
Encoraje funcionários a doarem comida, roupas usadas, móveis e outros itens. Da mesma forma, organize para que sua empresa faça doações de máquinas usadas, mobílias e outros materiais e equipamentos para escolas e organizações sem fins lucrativos da localidade.
Outros Projetos Comunitários
Apoie o comércio local. Considere a possibilidade de conseguir descontos juntos aos comerciantes locais para os funcionários de sua empresa. Dependendo da natureza de seu negócio, você poderá conseguir tais descontos em bases de troca, ou talvez você opte por subsidiar as compras dos funcionários.
Oriente o consumo no comércio local, dando preferência às minorias Não só encoraje a prática deste item pelos funcionários, mas também considere a possibilidade de sua empresa direcionar suas aquisições para este tipo de comércio.
Empreste suas instalações. Considere a possibilidade de ceder espaço interno de sua empresa para encontros de organizações e grupos sem fins lucrativos, de maneira tal que a segurança e as operações da empresa não fiquem comprometidas.
Ceda espaço para alfabetização, aulas particulares, encontros, ou outros programas. Procure por oportunidades de fazer o uso do espaço e instalações de sua empresa em benefício de programas comunitários. Informe-se sobre os riscos que tal empréstimo pode acarretar: consulte sempre sua companhia de seguros sobre essa questão.
DIREITOS HUMANOS
Considere os direitos humanos. Na escolha de seus fornecedores de produtos e/ou serviços, procure trabalhar com parceiros que compartilham com sua empresa a preocupação de dar um tratamento justo aos trabalhadores. Até mesmo empresas que contratam mão de obra em outras localidades para a produção de seus produtos (geralmente em países em desenvolvimento) devem considerar o contexto econômico, cultural e social do trabalhador. Mesmo sem ter garantias de que sua empresa será bem sucedida neste sentido, existem várias formas de promover o tratamento justo e correto de seus trabalhadores. Saiba onde os produtos de sua empresa são manufaturados O primeiro passo está na identificação da rede de suprimento. Verifique quais são seus fornecedores; quais as fábricas utilizadas para a manufatura dos produtos; onde estão localizadas e suas capacidades de produção. Esta identificação poderá determinar quais os itens de particular importância a serem considerados e que tipo de influência você poderá ter. Identifique itens relevantes sobre os direitos humanos A Declaração Universal dos Direitos Humanos estabelece os direitos de todas as pessoas, independente de sexo, raça, idade, nacionalidade, religião ou nível econômico. Muitos destes direitos se relacionam à ação por parte de governos, mas muitos deles podem ser relevantes para a área empresarial. Como por exemplo os relativos a: trabalho infantil, trabalho forçado, liberdade de associação, preconceitos discriminatórios, saúde e segurança. Adote um código de conduta. Muitas empresas criaram seus próprios códigos de conduta, os quais podem ser utilizados como modelo. A maioria destes códigos incorpora as leis trabalhistas locais e padrões internacionais aceitáveis de conduta. Deixe claro aos seus fornecedores quais são suas expectativas com relação às práticas trabalhistas por eles adotadas. Um código de conduta pode ser um guia para o pessoal de sua empresa aferir até que ponto os itens ali relacionados estão sendo cumpridos de forma justa.
Comunique suas expectativas aos fornecedores. Sua empresa tem maiores possibilidades de alcançar os objetivos propostos se estes forem comunicados claramente aos fornecedores. A comunicação poderá ser feita através de correspondência, ou através de visitas por parte de representantes da empresa. Talvez seja útil comunicar aos fornecedores quais os padrões adotados pela sua empresa, antes de começar novas parcerias.
Solicite aos fornecedores um comprometimento formal. Ao solicitar de seus fornecedores a assinatura de um contrato, que inclua uma declaração de comprometimento com padrões trabalhistas pré determinados, você estará reforçando a preocupação de sua empresa com as práticas trabalhistas e a idéia de que o cumprimento das mesmas é relevante para a operação de seu negócio.
Utilize todas as oportunidades para monitorar o cumprimento das regras estabelecidas. Toda vez que um representante de sua empresa visitar a fábrica de um fornecedor, deverá aproveitar a oportunidade para verificar a forma pela qual estão sendo tratados os trabalhadores. Em visitas de controle de qualidade ou para revisão da produção, alguém sempre terá a oportunidade de observar se o local está limpo, bem iluminado e livre de perigos. Durante estas visitas poderia também ser observado se está ocorrendo a utilização de mão de obra infantil e se os empregados estão sendo pagos de forma justa, dentro dos prazos estabelecidos.
Trabalhe em clima de colaboração para promover mudanças. Parcerias com fornecedores tendem a melhorar se você promover um ambiente de colaboração. Até as grandes empresas acabaram por concluir que seus esforços para promover mudanças são mais eficazes quando não se colocam de forma autoritária.
Ofereça sugestões sobre possíveis ajustes para a melhoria da prática. Tente criar um clima de confiança, tentando discutir, inicialmente, itens menos sensíveis, tais como saúde e segurança.
MEIO AMBIENTE
Minimização de resíduos. Crie um código de reciclagem. Promova a idéia, do ponto de vista de sua empresa, que "resíduo" representa tudo aquilo que não se pode utilizar ou vender, mas que se deverá pagar para poder se livrar dele.
Encoraje os funcionários a apresentar sugestões para a redução do resíduo através da reutilização de materiais e reciclagem daqueles que não poderão mais ser utilizados.
Reduza o consumo de papel. Em muitas empresas, o papel é a maior fonte de lixo.
Estabeleça em sua empresa uma ampla política para o uso dos dois lados do papel para fotocópias. O lado branco do papel impresso poderá ser usado para rascunho de documentos. Use e-mail ao invés de imprimir cópias. Utilize formulários ultrapassados, que não tenham mais uso, para memorandos internos. Memorandos dirigidos a todos os funcionários podem ser afixados em locais centrais da empresa, ao invés de serem distribuídos a todos. Encoraje os funcionários a guardarem documentos em disquetes, substituindo o uso de papel.
Use produtos de papel reciclado. Existe no mercado uma grande variedade de produtos de papel reciclado, que na maioria das vezes compete em preço com o "papel virgem". Escolha papel com o maior índice de material reciclado. Além de papel para impressão, existem outros produtos feitos com material reciclado, tais como: pastas para arquivo, capas para relatório, etiquetas, e outros. Da mesma forma utilize toalhas de papel, papel higiênico, guardanapos e similares reciclados.
Compre outros produtos reciclados. Identifique a possibilidade de comprar produtos reciclados, reformados e recondicionados, verificando se competem favoravelmente em preço, desempenho e qualidade com o produto novo. Como por exemplo, cartuchos de tinta para impressoras e máquinas de fac-símile, fotocopiadoras recondicionadas, e outros equipamentos, como móveis e acessórios.
Doe o excedente de móveis e equipamentos. Existem inúmeras organizações que estão sempre prontas a aceitar os bens que não são mais úteis, ou que se tornaram absoletos para a sua empresa, tais como: máquinas de datilografia, computadores antigos, impressoras matriciais, máquinas de fac-símile, equipamentos telefônicos, escrivaninhas, cadeiras, mesas, estantes, e outros.
Crie uma relação informal de organizações beneficentes que aceitam essas doações. Com alguns telefonemas você poderá descobrir informações úteis para figurar na sua lista: o tipo de equipamento que estas organizações aceitam, se podem vir retirar o material, etc. Lembre-se que a doação bem documentada poderá ser deduzida do imposto de renda.
Anuncie o excedente e os itens recicláveis nos Estados Unidos, existem redes de informação especializadas em fazer o intercâmbio entre empresas para a troca de excedentes e material reciclado. Os produtos anunciados nestas redes vão desde caixas de papelão, cartões postais e penugens de algodão retiradas de máquinas de lavar roupas, até materiais de alta periculosidade, como por exemplo ácido sulfúrico, barro tóxico e óleo de motor. Procure trocar informações de forma semelhante.
Evite produtos que geram resíduos. Ao fazer as compras de sua empresa, procure por produtos que sejam mais duráveis, de melhor qualidade, recicláveis ou que possam ser reutilizados. Procure evitar produtos descartáveis, como canetas, utensílios para consumo de alimentos, copos de papel, etc.
Alugue equipamentos que são utilizados ocasionalmente. Considere o aluguel de máquinas ou equipamentos usados, ou compartilhe-os com outros empresários de sua área.
MERCADO
Outras Idéias. Faça os investimentos de sua empresa com instituições socialmente responsáveis.
Considere a possibilidade de aplicar os fundos de sua empresa em instituições financeiras que suportem uma causa social. Existe uma grande variedade delas trabalhando no desenvolvimento de programas comunitários. Utilize cartões de afinidade e serviços de instituições socialmente responsáveis. Procure por outras formas de dar suporte ao trabalho social destas instituições. Procure se utilizar de cartões de crédito, serviços de telefonia, prêmios de seguro e outros produtos e serviços providos por instituições que trabalham em causas sociais, cujas vendas irão em benefício de seus programas.
Local de Trabalho
Assédio Sexual. Estabeleça uma diretriz contra o assédio. Esta não é só uma atitude social responsável, mas uma exigência legal. Desenvolva e implemente um política firme contra o assédio sexual. Explique a matéria de forma clara e concisa, dando exemplos concretos para definir o comportamento proibido. Explique os meios disponíveis na empresa para formalizar reclamações. Comunique freqüentemente aos funcionários, fornecedores, clientes e outros parceiros de trabalho, as diretrizes da empresa com relação ao assunto, sempre de forma consistente. Comunique a todos que qualquer reclamação recebida, implicará em uma investigação objetiva, salientando as penalidades aplicadas por violação da regra, inclusive a possível demissão. Proíba, estritamente, qualquer vingança contra aqueles que apresentarem reclamações, e monitore pessoalmente tais situações, especialmente quando a reclamação envolver o supervisor direto do funcionário molestado.Proporcione programas de treinamento. Treine supervisores e gerentes para criar um ambiente de trabalho positivo e livre de assédios, para que reconheçam e confrontem o assunto de forma rápida e eficaz. Estabeleça uma regra justa para encaminhamento das reclamações Propicie um ambiente correto para a apresentação e discussão de reclamações recebidas, bem como um processo justo para investigar as alegadas acusações. Disponibilize aos funcionários várias formas para o encaminhamento da reclamação, por exemplo: estabeleça que não será necessário encaminhá-la através do supervisor imediato, tratando-se ele(a) de ser o molestador(a). Crie um processo investigatório que respeite a privacidade, discutindo a matéria somente com as partes envolvidas. Esteja atento que, ao tratar desses assuntos, seus atos poderão ter implicações legais.
Considere a possibilidade de criar uma comissão composta por um corpo de funcionários de áreas diversas e diretoria, como uma última instância, para se propor uma medida concreta a respeito do ocorrido.
Crie um ambiente propício para a discussão do assunto. Considere a criação de um mecanismo que possa ser utilizado pelo funcionário para aconselhamento, de forma anônima. Disponibilize pessoal treinado para aconselhamento e discussão de possíveis casos de assédio e promova discussões e palestras sobre o assunto.
CHEKLIST
Auto-avaliação e Aprendizagem. Trata-se de uma ferramenta de uso essencialmente interno, que permite a avaliação da gestão no que diz respeito à incorporação de práticas de responsabilidade social, além do planejamento de estratégias e do monitoramento do desempenho geral da empresa.
Auditorias e Prestação de Contas. Obtenha feedback sobre suas primeiras avaliações.
Ao obter os primeiros resultados sobre a avaliação de sua empresa, compartilhe-os com outras pessoas de sua confiança que possam lhe dar um parecer honesto sobre os resultados obtidos.
Incorpore os pareceres e comentários recebidos ao texto final do relatório de avaliação.
Compartilhe sua avaliação. Comece compartilhando-a com grupos selecionados e, em um segundo momento, torne-a pública.
Considere a possibilidade de torná-la pública anualmente. Não é necessário fazer a apresentação de forma extravagante e dispendiosa; considere uma maneira simples e resumida para apresentá-la. Por exemplo, em formato datilografado. Faça um resumo honesto de seus achados, relatando o desempenho de sua empresa em cada uma das áreas avaliadas. Inclua os sucessos, dificuldades e as metas para futuras melhorias.
Distribua o relatório para os funcionários, fornecedores, clientes chaves e outros que você considere interessados pela avaliação.
quarta-feira, julho 28, 2004
MEIO AMBIENTE
Uma nova crise toma forma no país, causada pela mesma falta de planejamento que levou à falta de energia em 2001. É o apagão florestal, expressão que descreve a escassez de madeira das matas de reflorestamento para atender à demanda por pinus e eucalipto. Segundo a consultoria STCP Engenharia de Projetos, de Curitiba, houve um déficit de mais de 11 milhões de metros cúbicos apenas em toras de pinus no ano passado. Até 2020, a conta poderá superar os 27 milhões de metros cúbicos. O problema já afeta a indústria moveleira do sul do país e indiretamente toda a cadeia produtiva da madeira, inclusive a siderurgia (o eucalipto é combustível na produção de ferro e aço). Essa situação apertada deverá durar alguns anos, porque o pinus exige no mínimo duas décadas para ser transformado em móveis e o eucalipto precisa de sete anos para poder virar celulose ou carvão.
Diante da situação, algumas empresas já importam madeira do Mercosul, principalmente da Argentina. É o caso das Indústrias Artefama, de São Bento do Sul, Santa Catarina, que exportou US$ 35 milhões em móveis para os Estados Unidos e a Europa em 2003. 'Já buscamos madeira a 300 quilômetros, no oeste, e também na Argentina', diz Álvaro Vaz, diretor-presidente da empresa e vice-presidente da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel). A importação só não é maior porque algumas grandes fabricantes de papel ainda possuem madeira para suprir parte da demanda. A Klabin, que tem 190.000 hectares no Paraná e em Santa Catarina, vendeu 4,5 milhões de metros cúbicos de toras de pinus para a indústria moveleira entre 2003 e 2004. É um bom faturamento extra. Em cinco anos, o preço da tora desse material mais que dobrou, chegando a R$ 95 o metro cúbico para laminação. Bom também para o médico Aulino Feitosa Alves, de 75 anos. Ele acaba de vender 700 hectares de pinus plantados desde 1980 em Telêmaco Borba, a 250 quilômetros de Curitiba, seguindo o conselho de engenheiros florestais da Klabin. 'Diziam que ia faltar madeira e quem plantasse ganharia muito dinheiro', recorda Feitosa.
Vários fatores levaram à situação atual. Em 1989, depois de muitas denúncias de falcatruas, o governo federal suspendeu os incentivos baseados em renúncia fiscal criados no início da década de 70, sob os quais o país plantou 6,9 milhões de hectares de florestas em Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e sul da Bahia. Em 20 anos, foram gastos cerca de R$ 6 bilhões em valores atuais. No setor, admite-se que muita área verde não saiu do papel ou perdeu-se por descuido. Restaram 5 milhões de hectares produtivos. Com o fim do incentivo e o período de turbulência, com juros proibitivos para longo prazo, além de um período de excesso de oferta, pouco se plantou de 1989 a 2000.
A indústria nacional de móveis, que tem 16 mil pequenas e microempresas e emprega 195 mil pessoas, exportou US$ 661,5 milhões em 2003, faturando R$ 8,8 bilhões num ano ruim. A ironia é que o Brasil tinha tudo para não viver essa crise. Uma árvore que precisa de 20 anos de crescimento no Brasil exige 50 nos Estados Unidos e 70 na Finlândia para alcançar o mesmo tamanho.
Agora o governo decidiu liberar crédito para plantio de florestas em pequenas e médias propriedades, vai investir em assistência técnica e reduzir o excesso de burocracia que envolve os licenciamentos ambientais. O ritmo deverá atingir os 200.000 hectares ao ano até 2007. Os programas Pronaf Florestal e PropFlora já oferecem R$ 20 milhões de crédito para este ano, recursos irrisórios diante do tamanho do problema. E o crédito muitas vezes esbarra em gerentes de banco, que evitam operações de prazo tão longo.
Oferta de madeira de pinus e eucalipto no Brasil não acompanha o crescimento da demanda em milhões de metros cúbicos.
Na verdade, hoje dinheiro não falta para um setor tão lucrativo. Cerca de 95% do plantio usa recursos das empresas. São 470.000 hectares ao ano, mas eles apenas recompõem o consumo. Para afastar a escassez, o país precisa acrescentar 600.000 hectares de florestas plantadas ao ano durante dez anos. 'Dá para fazer isso sem derrubar uma árvore da Mata Atlântica, pois o país tem entre 50 milhões e 80 milhões de hectares de áreas degradadas, que podem ser ocupadas por eucaliptos e pinus', diz o diretor do Programa Nacional de Florestas do Ministério do Meio Ambiente, Tasso Azevedo. 'Vamos estimular o plantio e garantir a colheita de floresta impedindo o avanço sobre a mata nativa', promete.
Fonte – Revista Época 26/07/2004
Projeto ambiental
A marca Hellmann's, da Unilever, investirá R$ 600 mil em três projetos ambientais. As ações envolvem oficinas de reciclagem em escolas de São Paulo, coleta seletiva em seis Estados e a troca de embalagens usadas por cupons de descontos.
Congresso
A 2ª edição do Congresso Ambiental, que acontecerá de 20 a 22 de setembro, em São Paulo, vai reunir representantes do governo, empresários e ambientalistas para discutir formas de implementar empreendimentos que não causem impacto no ambiente.
Ambiente
A CNI (Confederação Nacional da Indústria) discute hoje, em Brasília, as quantias que os órgãos ambientalistas cobram de empresas que geram significativo impacto ambiental. A lei estabelece um valor mínimo de 0,5% sobre os custo de implantação dos projetos, mas as entidades cobram bem mais.
Reciclagem
Os formulários de boletos de cobrança do Banco Real, cerca de 4 milhões, passaram a ser impressos em papel reciclado. A iniciativa é parte da política de ecoeficiência do banco para contribuir com o desenvolvimento sustentável.
Fonte: Folha 27/07/2004
terça-feira, julho 27, 2004
O QUE É MARKETING SOCIAL?
Conceitualmente, há algumas complicações no uso desta expressão, porque pode-se entender, e alguns estudiosos assim o fazem, que o Marketing Social abrangeria, em sua amplitude os chamados Marketing Cultural, Marketing Esportivo, o Marketing Ecológico e o Marketing Comunitário (para só citar 4 expressões cunhadas recentemente e muito em voga). Na verdade, tem sentido, porque, do ponto de vista, prático estimular a prática do esporte, a cultura, a consciência ambiental e o desenvolvimento comunitário representa desenolver ações sociais importantes. Fica, portanto, de imediato, esta questão posta na conceituação de Marketing Social porque o próprio termo social é demasiado amplo.
O Marketing Social tem ganhado corpo nos últimos anos, na medida em que empresas e instituições se conscientizam da necessidade de comprometer-se definitivamente com a comunidade, em contrapartida ao apoio que esta lhes empresta, comprando seus produtos e serviços, disponibilizando-lhe mão-de-obra e, muitas vezes, oferecendo-lhe benefícios para a sua instalação e funcionamento (como a isenção de impostos, em muitos casos).
A difusão do princípio básico da Responsabilidade Social ( este conceito faz parte deste menu geral sobre conceitos) tem permitido o avanço do Marketing Social. Cuidado, no entanto, deve ser tomado no sentido de evitar que empresas e entidades demagogicamente o adotem para encobrir suas mazelas. Nesse caso, talvez essas ações ainda podem ser consideradas marketing (cada vez menos pela relação estreita que se passa a exigir entre atividade de marketing e a ética empresarial), mas dificilmente poderiam ser consideradas sociais, porque têm uma inspiração espúria.
É necessário olhar com desconfiança para empresas que se propõem a mascarar sua atuação socialmente irresponsável na comunidade (poluindo o ambiente, explorando o trabalho infantil, desrespeitando o consumidor etc) através de doações , apoio a grupos menos privilegiados ou patrocínio de campanhas educativas ou culturais.
O Marketing Social realmente legítimo não é aquele que se pratica unicamente com o dinheiro, mas com a consciência e o coração.
Uma leitura interessante a este respeito é o trabalho de Marjorie Thompson e Hamish Pringle, intitulado Marketing Social . Marketing para Causas Sociais e a construção de marcas, editado pela Makron Books, São Paulo, 2.000.
Aproveite para consultar alguns artigos e verificar alguns textos (livros) sobre o tema.
Marketing Social: Usos e Abusos
Dalberto Adulis
Nos últimos anos a expressão marketing social passou a ser empregada para designar noções bastante distintas, o que tem propiciado uma certa confusão quando se fala sobre marketing no terceiro setor. Há uma quantidade crescente de noções que, devido à incompreensão, à falta de clareza, ou ainda a determinados interesses, têm sido utilizadas de forma indiscriminada Entre os termos que têm sido utilizados para designar a postura "voltada para o social" ou ações sociais estão: marketing social, marketing relacionado a causas sociais, marketing comunitário, marketing de campanhas sociais, responsabilidade social, cidadania empresarial ou, até mesmo, marketing da filantropia.
O crescimento do terceiro setor e a "descoberta do social" por algumas empresas, que passaram a valorizar explicitamente uma atuação socialmente responsável explicam, em parte, esta abundância de termos e expressões. Em meio a esta mixórdia de expressões, alguns acadêmicos e consultores têm buscado resgatar as origens conceituais do marketing social para distingui-lo de outras práticas e possibilitar a diferenciação entre os vários tipos de ação social promovidas por organizações do terceiro setor.
Conforme observado por Mendonça e Schommer (2000), no Brasil "o termo "marketing social" está sendo utilizado para designar atuação empresarial no campo social com objetivo de obter diferenciais competitivos, sem que essas ações tenham o objetivo de influenciar comportamentos coletivos. Alguns artigos colocam que é crescente o número de empresas que fazem promoções ou associam sua imagem a causas sociais, como forma de estimular vendas ou agregar valor a sua imagem institucional. Essa concepção, muitas vezes, refere-se apenas aos benefícios diretos à empresa, sem relacionar essas ações a mudanças de comportamento. Araújo (2001) também destaca que "as ações sociais promovidas pelas empresas, classificadas como de responsabilidade social ou qualquer outro termo, na maioria das vezes não utilizam estratégias de marketing social, mas apenas, ações de promoção social, utilizando-se, para isso, de marketing comercial".
A Origem do Marketing Social
O principal teórico do Marketing, que aborda a questão do marketing social desde a década de 70, define marketing social como "o desenho, implementação e controles de programas que buscam aumentar a aceitabilidade de uma idéia, causa ou pratica social junto a públicos-alvo" (Kotler e Armstrong, 1993, 421). Segundo esta concepção, que está na origem da expressão, o marketing social consiste de um conjunto de atividades, técnicas e estratégias que são utilizadas para estimular e promover mudanças sociais, como alterações de crenças, atitudes e comportamentos. Assim, no marketing social são empregados conceitos e ferramentas originárias do marketing convencional para influenciar comportamentos com o objetivo de promover mudanças sociais. Exemplos clássicos de aplicação do marketing social podem ser vistos em programas ou campanhas de planejamento familiar, prevenção de doenças, direitos humanos, economia de energia e preservação ambiental.
O marketing social combina elementos dos enfoques tradicionais utilizados na promoção de mudanças sociais em um modelo integrado de planejamento e ação que empregue os avanços nas tecnologias de comunicação e marketing. Ass técnicas e metodologias do marketing social podem ser empregadas para analisar atitudes, valores e comportamentos, promover discussões e disseminar informações, contribuindo para um clima que facilite a adoção de mudanças comportamentais na sociedade.
Para o Socialtec (Fórum de Marketing Social), o Marketing Social é "a gestão estratégica do processo de inovações sociais a partir da adoção de comportamentos, atitudes e práticas individuais e coletivas, orientadas por preceitos éticos, fundamentados nos direitos humanos e na eqüidade social. O termo é empregado para descrever o uso sistemático de princípios e técnicas orientadas para promover aceitação de uma causa ou idéia. Tem como objetivo principal transformar a maneira pela qual um determinado público-adotante percebe uma questão social e promover mudanças comportamentais visando melhorar a qualidade de vida de um segmento populacional."
Considerando esta definição, a noção de marketing social não se aplica a empresas que utilizam instrumentos de marketing apenas para divulgar suas ações sociais, tornar pública sua postura socialmente responsável ou mesmo melhorar sua imagem junto à sociedade, pois estas ações não têm o objetivo de promover mudanças sociais. As tentativas recentes que têm identificado como "marketing social" ações de responsabilidade social das empresas apenas geram maior confusão e dificultam a compreensão de conceitos distintos.
O marketing social também não deve ser confundido com o chamado "marketing relacionado a uma causa", em que uma organização agrega uma causa, como o combate ao trabalho infantil ou a preservação ambiental, aos processos de produção, promoção e vendas de seus produtos e serviços. Neste caso a empresa vincula seu produto ou sua imagem institucional a uma determinada causa, seja ela social ou não, com o objetivo de atrair ou conquistar a fidelidade de seus consumidores por afinidades. Um exemplo clássico deste tipo de marketing é o realizado pelas empresas de cartões de crédito, que possibilitam ao cliente escolher cartões vinculados tanto a um time de futebol como a uma campanha em defesa dos direitos da criança.
No artigo Enfim, Marketing Social Resgatado, Fontes (2001) destaca que a principal diferença entre o marketing social e o marketing relacionado a uma causa está nos resultados que serão alcançados com a utilização de um dos dois conceitos. "No caso do marketing social, como explorado em diversas publicações em todo o mundo, o principal impacto será a transformação da sociedade, na qual a empresa ou instituição está inserida. Já no caso do marketing para causas sociais, retornos financeiros ou de imagem, diretamente voltados para a empresa ou instituição, serão mais evidentes."
Novos Desafios do Marketing Social
A recente disputa por conceitos e significados para designar ações sociais insere-se no contexto de uma crescente competição entre organizações que atuam no terceiro setor, motivada por fatores como os apontados por Weinberg e Ritchie em 1999, em uma conferência sobre marketing social realizada no Canadá:
A competição por recursos e fundos
Mudanças nas relações intersetoriais: empresas que passam a atuar na área social e organizações do terceiro setor que adotam posturas comerciais.
Existência de concepções distintas do que é o "bem comum".
A crescente orientação para negócios.
A maior diversificação de atividades por parte das organizações, que às vezes leva à sobreposição de atividades.
A crescente profissionalização da gestão e a necessidade de se fixar em metas e objetivos.
Um outro fator que contribui para uma maior competitividade entre organizações que empregam marketing social é a crescente disputa pelo tempo e a atenção da população, que recebe uma "enxurrada" de informações e mensagens, todas procurando influenciar seu comportamento.
Weinberg e Ritchie empregaram uma charge publicada pelo New York Times para ilustrar este excesso de mensagens. Em uma agência de recrutamento de soldados para o exército americano, os recrutas se deparam diante de um pôster do governo americano em que o Tio Sam fazia algumas recomendações aos recrutas:
Pare de fumar
Use cinto de segurança
Coma vegetal
Fique fora do sol
Perca peso
Seja voluntário
Coloque as crianças no banco de trás
Use preservativos
Coma menos carne vermelha
Esta charge nos dá margem para pensar que em uma sociedade caracterizada pelo excesso de informação, as organizações do terceiro setor precisam ser ainda mais competentes para atrair a atenção dos cidadãos e sensibilizá-los para as causas sociais que defendem. Além de sensibilizá-los, as organizações precisam facilitar processos que levem a mudanças de atitudes e comportamentos, pois só assim a mudança social será efetiva. É lógico que transformações sociais efetivas não serão possíveis apenas com ações e estratégias de marketing social, pois dependem de participação democrática, do exercício da cidadania e da existência de políticas públicas adequadas. Porém, isto não impede que as organizações do terceiro setor empreguem os recursos do marketing social para alcançar seus objetivos de transformação social.
segunda-feira, julho 26, 2004
TRÁFICO - MULHERES SE PROSTITUEM EM REGIME DE TRABALHO ESCRAVO NA EUROPA
O tráfico de seres humanos movimenta U$12 bilhões por ano no mundo. de acordo com a ONU, Goiás e Ceará são os principais centros de aliciamento no Brasil.
Alvo - Mulheres solteiras, pobres, entre 18 e 21 anos, de preferência morenas e negras.
Aliciadores - donos de bares, boates e agências de viagens ou ex-prostitutas que trabalham para empresários estrangeiros
Principais destinos - casas noturnas na espanha, em Portugal, na Itália, na França e na Suiça
Como é feito o aliciamento - meninas menores de idade ou prostitutas são abordadas nas ruas, em bares ou boates e recebem propostas para trabalhar no exterior
Exportação suja
A PF prende acusada de entregar duas filhas a traficantes internacionais de mulheres
O tráfico de mulheres brasileiras para prostituição em países europeus é, por si só, um crime aviltante. Mas dentro desse universo podem surgir variedades ainda piores, como a que acaba de ser descoberta pela Policia Federal em Goiás. Depois de três semanas de investigação, a dona de casa leda, de 40 anos, foi presa no dia 17, na periferia de Goiânia, acusada de aliciar as próprias filhas, A.C.C. e C.P.C. As duas foram levadas à Espanha para trabalhar em regime escravo num prostíbulo de Carbauifio, na Galícia, norte do país. Foram resgatadas na semana passada, mas a polícia espanhola mantém sua situação em sigilo. Seus nomes e o sobrenome de leda também não foram revelados pela policia para evitar constrangimentos a elas.
No dia 26 de junho, os espanhóis prenderam a goiana Mônica Geralda da Costa, acusada de traficar e manter mulheres em regime de cárcere privado em prostíbulos. Informada, a PF percebeu que a atuação de Mônica se encaixava na investigação contra a mãe das duas moças. Elas foram entregues a uma intermediária, que depois as repassou para Mônica”, diz o delegado Luciano Domellas. A.C.C. e C.P.C. viajaram no começo de julho. De acordo com a PF, apesar de serem maiores de idade, o negócio foi acertado pela mãe, que disse precisar de dinheiro. A investigação corre em sigilo nos dois países porque existem indícios de uma rede maior e mais pessoas ainda podem ser presas.
O caso é um exemplo do que a Organização das Nações Unidas (ONU) chama de tráfico de seres humanos, crime que movimenta cerca de US$ 12 bilhões pelo mundo todos os anos. O mecanismo é simples: a contratação de pessoas pobres para trabalhar em regime escravo em outro país. No caso das mulheres, um agenciador que possui boates, agências de turismo ou bares procura meninas pobres e prostitutas na periferia oferecendo emprego no exterior. A saída segue rotas alternativas, que passam pela Bélgica e pela Suíça, para despistar as autoridades, mas terminam normalmente em Portugal, Espanha e Itália.
A.C.C. e C.P.C. desembarcaram na boate espanhola Clube de Las Ninfas. Lugares assim são verdadeiras prisões e as condições de trabalho repetem o que acontece no interior do Brasil. As garotas moram no local, que é protegido por grades, guardas e circultos internos de TM e de lá não podem sair. Quando deixam o Brasil, já
têm a dívida do transporte. Pagam também pela comida e por instrumentos de trabalho, como preservativos, que lhes custam até cinco vezes mais que nas farmácias. Por mais que trabalhem, sempre devem mais do que podem pagar. Muitas fazem sexo sem proteção para economizar e usam drogas para agüentar a rotina de até dez programas por noite.
LEANDRO LOYOLA
ÉPOCA 26 DE JULHO, 2004
sexta-feira, julho 23, 2004
quinta-feira, julho 22, 2004
OS BICHINHOS QUE COMEMOS, SOFREM.
Mas uma denúncia da Peta, contra as atrocidades cometidas no abate do frango, me levou a este desabafo.
Eu e minhas duas irmãs não comemos aves. O motivo, termos presenciado na infância meu pai matar uma galinha que criávamos. Na verdade ele já devia ter matado outras, só que escondido, e desconfiadas sempre protestávamos com nossa mãe e com muito nojo nos recusávamos a comer. Neste dia ficamos revoltadas com nosso pai e ele nunca mais teve coragem de matar nossas galinhas, tanto é que as outras aves morreram velhinhas e tivemos que enterrá-las. Depois de adultas, sempre arrumávamos uma desculpa para justificar o porque da rejeição ao frango. Minhas irmãs casaram, e não conseguiam explicar aos maridos porque não podiam nem preparar o frango. Aí vieram as crianças, e elas se sentiram à vontade para contar o verdadeiro motivo.
Parece histórinha infantil, mas não deixa de ser um trauma que nos acompanha até hoje. Eu, por exemplo não consumo nem carne vermelha, nem carne de frango, mas por exigência médica ainda consumo peixe e alguns frutos do mar. Minhas irmãs ainda comem carne bovina, mas talvez se elas vissem como os bichinhos pressentem e sofrem quando vão pra o abate, também abandonariam este hábito.
Assim como eu, muitas pessoas que assistiram o filme infantil "A Fuga das Galinhas" e agora assistem este vídeo tenebroso da Peta, sentem-se orgulhosos de não consumirem carne, ou ao menos estarem tentando deixar de ser carnívoros. Mas foi válido. No mínimo teremos mais pessoas cobrando das empresas, respeito com os animais.
quarta-feira, julho 21, 2004
terça-feira, julho 20, 2004
RESPONSABILIDADE AMBIENTAL
Foco no ambiente.
Depois da badalação em torno da responsabilidade social, engajar-se na proteção à natureza pode ser a próxima febre a contaminar os modelos de gestão empresarial no país.Cumprir a lei não é mais a única questão. O interessante é ir além e abraçar causas como monitoramento da fauna e da flora da região em que se atua, reflorestamento de áreas devastadas ou educação ambiental da população local, apenas para citar alguns exemplos adotados hoje pelas grandes. As pequenas devem ser as próximas a aderir à tendência.Exemplo da proposta, Cubatão (58 km a sudoeste de São Paulo) aderiu em massa à estratégia para, literalmente, limpar-se do estigma de cidade mais poluída do país. Até a década de 80, as indústrias da região lançavam no ar, diariamente, quase uma tonelada de poluentes, segundo diz a Secretaria Municipal do Meio Ambiente. Mangues e rios recebiam outra quantidade sem cálculos oficiais. O ecossistema original foi arruinado; plantas e animais sumiram.A devastação conduziu a cidade a um estado de emergência generalizado. No episódio mais famoso, todos os moradores da Vila Parisi, apelidada de Vale da Morte em 1983, tiveram de ser removidos devido ao alto risco de intoxicação a que estavam sujeitos.O Vale da Morte foi a mola que impulsionou a união entre a prefeitura, as indústrias e a Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Industrial) para desenvolverem o Projeto Cubatão, com o objetivo de controlar a poluição.A volta do guará-vermelhoDuas décadas depois, a prefeitura diz que a cidade controlou 98% das fontes poluidoras. Cubatão adotou o guará-vermelho -pássaro freqüentador dos manguezais que havia sumido da paisagem- como símbolo municipal. E quer se converter em um modelo mundial de pólo empresarial ambientalmente responsável."A conscientização se multiplicou, e a qualidade do ar já é melhor do que a de São Paulo", diz o secretário de Meio Ambiente, coronel Eduardo Belo. O dado é confirmado por Jesuíno Romano, 56, gerente da divisão da qualidade do ar da Cetesb."Cabe na comparação das duas regiões metropolitanas. Mas a área da Vila Parisi, em Cubatão, continua sendo a que tem o pior ar do Estado", lembra Romano.Vale ressaltar que, entre os motivos da consciência, estão multas altas a devastadores previstas na legislação municipal. "Querer recuperar é positivo, embora o ecossistema jamais volte a ser o que foi. Parar de destruir é obrigação, não bondade", enfatiza Dora Canhos, 50, gerente de projetos da associação sem fins lucrativos Cria (Centro de Referência de Informação Ambiental).Mangue "recauchutado"Na Cosipa, gigante do setor de aço instalada em Cubatão, uma equipe de 12 pessoas se dedica a ações ambientais. Depois de conquistar a certificação ISO 14000, específica para o cumprimento de normas ambientais, a empresa monitora animais nativos e freqüentadores do mangue."Uma pesquisa descobriu cem ninhos de guarás-vermelhos aqui. Antes, a ave estava em risco de extinção", conta a estudante de biologia Beatriz Prol Otero, 22, cujo estágio na empresa é decorrente da guinada no modelo de gestão.Na Copebrás, que produz ácidos, uma ação interna batizou todas as vias com nomes de animais nativos. A empresa diz já ter plantado 28 mil mudas de árvores num reflorestamento e afirma dar treinamentos a pequenos empresários sobre gestão ambiental.Já a Carbocloro construiu um minizoológico e um aquário por onde passa a água que será devolvida ao rio Cubatão. A presença de peixes vivos assegura que ela não é poluída.
PequenasPara o secretário do Meio Ambiente, estimular as pequenas e médias a aderir a causa é a próxima etapa. "Elas já cumprem a lei, mas queremos que também se interessem em ir além", comenta.Com esse propósito, a cidade realizou, no mês passado, a primeira edição da Eco Week, evento direcionado às empresas menores. A RTA, que tem 12 funcionários e atua no ramo de destinação de resíduos industriais, foi uma das que estiveram presentes.
RESPONSABILIDADE AMBIENTAL
Preocupação ainda não gera impacto nos negócios das pequenas
Consumidor final segue alheio à opção
A idéia de que preocupação com natureza é tarefa para quem tem dinheiro "sobrando" ainda é um considerável empecilho à popularização da responsabilidade ambiental entre micro e pequenos empresários.Some-se a isso o fato de que, enquanto para as grandes manter um sistema de gestão ambiental otimizado é fator determinante para negociações internacionais, o cliente final brasileiro ainda é pouco sensível ao assunto.Na prática, produtos ambientalmente responsáveis ainda não se revelam mais atrativos aos olhos do comprador. "O pequeno empresário embarca nessa mais por consciência do que por qualquer outra coisa", analisa Estevão Braga, 28, coordenador de desenvolvimento de mercado e responsabilidade corporativa da Imaflora.A empresa certifica marcas que utilizam madeira reflorestada e que comercializam produtos agrícolas cultivados sem agredir o ambiente. "Ao mesmo tempo que ainda não conseguem lucrar mais com o conceito, os empresários de menor porte desempenham o papel de formadores de opinião", completa Braga.O designer André Marx, proprietário da marca homônima de móveis produzidos exclusivamente com madeira oriunda de manejo sustentável, escolheu a opção "ambientalmente correta" nos anos 90.Em 1996, a movelaria foi a primeira microempresa a adquirir o selo da Imaflora no país, segundo ele conta. "Até hoje só atendi uma cliente que me procurou porque fazia questão de um móvel certificado, e era uma japonesa", afirma Marx. "O mercado brasileiro ainda não se importa com isso."O designer desenvolveu, há alguns anos, um curso de manejo florestal sustentável aplicado à marcenaria. Para sua surpresa, o programa é solicitado por universidades, não por empresários. "Ainda não é uma prática do setor empresarial. A academia é quem mais se interessa", explica ele.Mas é justamente a academia quem pode transferir conhecimentos para o mercado e mudar essa situação. Pelo menos na opinião de Rosana Filomena Vazoller, 40, professora de microbiologia ambiental da USP que dirige a OAK Educação Ambiental."Usamos a ciência para alavancar projetos socioambientais sob encomenda para empresas públicas e privadas", define ela. A maior procura? "Continua sendo das grandes", confirma.ParceriasVazoller recomenda a microempresários parcerias com universidades para ter amparo técnico na hora de abraçar a responsabilidade ambiental."Diferentemente das causas sociais, em que o amor acaba ditando caminhos, projetos ambientais pedem um norte tecnológico. Um estudante de biologia levado como estagiário a uma empresa, por exemplo, pode dar colaborações valiosas", ensina a especialista.Ela enfatiza que ações interessantes podem ser emplacadas sem gastos exorbitantes. Uma delas, bastante simples, é descobrir o conteúdo da Agenda 21 juntamente com os funcionários.
Iniciativas de preservação rendem prêmios
O lançamento de prêmios para gestão ambiental é um termômetro que aponta o quanto a temática está em alta no país.No ano passado, foi criado o Benchmarking Ambiental Brasileiro, organizado pela empresa Mais Projetos e criado para premiar iniciativas corporativas de preservação e redução de impactos na natureza.Em 2003, 15 marcas brasileiras entraram no ranking dos melhores projetos corporativos de gestão ambiental. Em 2004, o número subiu para 20, o que deve se repetir em 2005.A premiação é anual, e empresas de qualquer porte podem inscrever seus projetos entre os meses de março e junho de cada ano, no site www.maisprojetos.com.br.Os troféus da edição 2004 serão entregues no dia 17 de agosto, homenageando iniciativas como a da Faber-Castell, que usa madeira oriunda de manejo sustentável na fabricação de lápis, entre outras.Já a Petrobras emplacou um concurso para projetos de proteção ambiental. O Programa Petrobras Ambiental adotou, em 2004, o tema Água - Corpos de Água Doce e Mar, Incluindo sua Biodiversidade.De um total de 1.681 projetos inscritos 30 foram selecionados neste ano. A empresa destinará R$ 40 mil em investimentos para as propostas escolhidas. A previsão é que o concurso se repita a cada dois anos, com inscrições pelo site www.petrobras.com.br.Na região de Cubatão, a Copebrás lançou, neste ano, um prêmio regional que foca nas iniciativas locais de proteção à natureza. Podem ser homenageadas empresas e personalidades com atuação relevante.Os destaques são apontados por uma comissão da empresa, e não há processo de inscrição. "Nossa meta é tornar a premiação anual e fazer com que ela sirva de estímulo para as pequenas empresas também", comenta o presidente, Nelson Pereira dos Reis, 62.
FRASE - "Diferentemente das causas sociais, em que o amor dita caminhos, projetos ambientais pedem um norte tecnológico"
SINAIS VERDES
Conheça e debata a Agenda 21 - Principal resultado da Eco92, a Agenda 21 é documento referência para o planejamento do empresário no que diz respeito ao impacto ambiental. Existem versões global, nacional e regional (a cidade de Sào Paulo, por exemplo, tem sua própria agenda). A leitura pode virar curso ou palestra.
Informe-se e associe-se - Busque informações juno às entidades de classe da sua empresa e procure saber quais são as ações ambientais que estão sendo desenvolvidas por quem está no setor. Domine as normas e os procedimentos ambientais específicos para sua área e atue em conjunto com a comunidade na qual a empresa está inserida.
Cuide do lixo - A preocupação com os resíduos sólidos só ganhou força após a década de 60 _ quando se percebeu que o ambiente pode de fato ser destruído pela poluição e pelos acidentes causados por destinação imprópria deles. É preciso distinguir lixo perigoso(tóxico), lixo reciclável e lixo orgânico e dar-lhes tratamento adequado.
Olhe adiante - Analise o ciclo de vida de seus produtos. É importante ter conhecimento de todo o processo, da aquisição de matéria-prima até a destinação da embalagem. A partir de uma análise crítica desse ciclo, é possível chegar as melhorias no processo. Compartilhe a reflexão com funcionários na etapa de treinamento.
Economize - Faça uso racional de água e de luz. Embora pareça básico, gerenciar o uso de recursos naturais é uma ação de preservação de alto impacto. Medidas como fechar torneiras, vigiar vazamentos e apagar luzes preservam o ambiente e ainda resultam em menos gastos para a empresa.
Fornecedores - Não adianta ter uma postura ambientalmente engajada e comprar de fornecedores que não compartilham da preocupação. por isso garimpe informações sobre como são produzidos os itens que compra. Para fabricar móveis, por exemplo, prefira usar a madeira reflorestada. Aproveite e dissemine os conhecimentos adquiridos.
Fonte - Folha de Negócios - Folha 18/07
segunda-feira, julho 19, 2004
SERÁ QUE ESTAMOS NOS TORNANDO UM PAÍS SÉRIO?
Decreto do presidente Lula exige mais planejamento e transparência, amplia fiscalização e responsabiliza dirigentes pela aplicação de verba pública no esporte
A boa vida acabou. Antes considerada genérica e de difícil fiscalização, a Lei Piva ganhou novo formato e vai exigir mais planejamento, transparência e organização dos responsáveis pela aplicação do dinheiro público no esporte.Criada em 2001 para destinar recursos das loterias para os comitês olímpico e paraolímpico, a lei foi regulamentada na última terça, por meio de um decreto assinado pelo presidente Lula.O novo texto amplia significativamente a responsabilidade dos dirigentes na gestão dos recursos.Licitação é a primeira palavra de ordem. De agora em diante, comitês e confederações são obrigados a selecionar a melhor proposta para obras, serviços, publicidade, locações e aquisição de bens.Cada entidade tem até o dia 9 de setembro para produzir um regulamento que determine como vai funcionar o processo licitatório. De acordo com a lei, as regras devem ser apresentadas na internet.Muda também a maneira como os planos de trabalho devem ser concebidos. Todos os beneficiados pela lei precisam elaborar um planejamento estratégico de quatro anos para despenderem o dinheiro que recebem. É necessário definir metas e objetivos com antecedência e cumpri-los à risca.Quem fugir do que está previsto no orçamento vai devolver o dinheiro -com correção de juros.Há ainda outra atribuição que precisa ser finalizada até setembro. Dirigentes e funcionários dos comitês e confederações vão obedecer a novos critérios e limites para gastos com manutenção das sedes, passagens, hospedagens, transporte e alimentação.Grosso modo, cada entidade criará uma espécie de manual para evitar abusos e desordem. Ele deve ser tornado público e colocado no Diário Oficial. "Esse decreto permite transparência e controle público da lei", afirma Orlando Silva Júnior, secretário-executivo do Ministério do Esporte.As mudanças contemplaram uma das principais queixas do Tribunal de Contas da União, responsável pela fiscalização da verba. O TCU reclamava que a lei tinha um caráter muito genérico e não especificava em que áreas o dinheiro deveria ser empregado.Os itens ganharam descrições mais rigorosas. Agora, por exemplo, é possível pagar prêmios para atletas que tiverem êxito em seu esporte, desde que a recompensa esteja prevista no orçamento.No ano passado, o COB precisou devolver aos cofres o dinheiro público com que bancou parte do passeio que atletas, treinadores e dirigentes da ginástica artística a uma das filiais da Disney (EUA).Nem tudo, porém, significa dor de cabeça aos cartolas. Eles poderão controlar a verba destinada ao esporte escolar (5%) e universitário (10%) prevista na lei.Principal afetado pelas mudanças, Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB -entidade que comanda 85% da Lei Piva- não atendeu aos pedidos de entrevista até o fechamento desta edição.
TCU passa a ter parceiro para fiscalizar verba
O Tribunal de Contas da União não cumpre mais sozinho a função de fiscalizar a aplicação do dinheiro público na área esportiva.Com a regulamentação, a Lei Piva passará agora também pelo crivo da Controladoria Geral da União.A aliança vai permitir uma sistemática mais aguerrida de controle. O TCU crê que, de agora em diante, poderá ampliar o número de auditorias nas confederações, no COB e no CPB.O tribunal reclamava do atual dispositivo de fiscalização, pois basicamente recebia relatórios fiscais das confederações e dos comitês a cada três meses e os analisa.Além de dar respaldo para o tribunal ser mais incisivo, a controladoria tem uma relação estreita com o Ministério Público. Assim, pode encaminhar possíveis irregularidades ao órgão com mais facilidade. (FV E GR)
Decreto traz ao menos uma vitória para o COB
A maior vitória do COB no decreto que regulamenta a Lei Piva é uma brecha no texto que permite ao comitê usar a verba destinada ao esporte educacional para criação de um instituto olímpico de formação de treinadores.O décimo artigo do decreto, que trata da aplicação de tal verba, traz a "formação de recursos humanos" como um dos programas ou projetos em que o dinheiro pode ser utilizado. Segundo a Folha apurou, o texto enviado pelo Ministério do Esporte para a Casa Civil não tinha esse trecho.A construção do centro com dinheiro público é um sonho antigo de Carlos Arthur Nuzman, mas tem opositores entre os aliados do ministro Agnelo Queiroz.O comitê terá que usar pelo menos 50% dos recursos em jogos estudantis e universitários.O decreto foi visto pela oposição como mais uma vitória do presidente do COB, aliado de primeira linha de Agnelo."Só tenho que parabenizar o Nuzman, que virou superministro do Esporte", afirmou o deputado federal Bismarck Maia (PSDB-CE).
Fonte: Folha 16/07 FÁBIO VICTOR DO PAINEL FC / GUILHERME ROSEGUINIDA REPORTAGEM LOCAL
sexta-feira, julho 16, 2004
SEMANA NACIONAL PELA CIDADANIA E SOLIDARIEDADE - De 09 a 15 de Agosto de 2004
Movimento Nacional pela Cidadania e Solidariedade
É uma rede de Organizações Sociais e Empresas, que se uniram para estimular a consciência social, promover a cidadania e a solidariedade de forma convergente e integrada, nacionalmente.
A partidária ecumênica. Uma rede da Nação, não de grupos ou segmentos.
Lança uma iniciativa pioneira: mobilizar governos e a sociedade para difundir e colocar em prática o compromisso e a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.
Está fazendo isso através de uma campanha de comunicação de massa; da mobilização permanente e insistente dos governos e da sociedade brasileira; e de ações concretas, como a Semana Nacional pela Cidadania e Solidariedade.
Semana Nacional pela Cidadania e Solidariedade
É um momento especial dentro do processo permanente de mobilização nacional.
Uma ocasião para refletir, discutir e definitir ações práticas e concretas.
Um marco iniciado em 2004, que se repetirá todos os anos como fórum para avaliação e aceleração dos avanços sociais.
Organiza uma agenda unificada do Movimento Nacional pela Cidadania e Solidariedade, com a realização dos mais diferentes eventos e atividades.
Promove um balanço inicial - e anual, depois - da sociedade e dos governos quanto ao compromisso e ao atingimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio
A Declaração do Milênio foi aprovada pelas Nações Unidas no ano 2000.
O Brasil, em conjunto com os países-membros da ONU, assinou o pacto e estabeleceu um compromisso universal com a erradicação da pobreza e com a sustentabilidade do Planeta.
Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio são um conjunto de 8 macro-objetivos, a serem atingidos pelos países até 2015, através de ações concretas dos governos e da sociedade.
São a agenda do Planeta, a agenda da Humanidade.
São a agenda do Brasil. A agenda de cada um de nós.
É o conteúdo da Semana Nacional pela Cidadania e Solidariedade.
O que as Redes, as Organizações Sociais podem fazer?
Mobilizar toda a sua base e parceiros, para discutir como adaptar as Metas do Milênio à realidade brasileira.
Discutir com toda a sua base e parceiros o que cada um pode fazer concretamente, na sua área de atuação,para o atingimento dessas Metas, agora e sempre.
Discutir com toda a sua base e parceiros que atividade ou ação cada um pode implementar durante a Semana Nacional pela Cidadania e Solidariedade.
Divulgar e expandir a campanha de comunicação.
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) e seus Desafios
Síntese do Ciclo de Conferências da ONU (década 90)
8 Objetivos, 18 Metas e 48 Indicadores
1 - Erradicar a extrema pobreza e a fome
2 - Atingir o ensino básico universal
3 - Promover a igualdade de gênero e a autonomia das mulheres
4 - Reduzir a mortalidade infantil
5 - Melhorar a saúde materna
6 - Combater o HIV/AIDS, a malária e outras doenças
7 - Garantir a sustentabilidade ambiental
8 - Estabelecer uma Parceria Mundial para o desenvolvimento
O problema não é que falhamos na tentativa de erradicar a pobreza no mundo.O problema é que nunca fizemos uma tentativa conjunta e séria.
quinta-feira, julho 15, 2004
OQUANGOs
"As OQUANGOs infestaram o setor público
brasileiro. São organizações 'quase
não-governamentais' e vivem atreladas
ao orçamento oficial. Não conheço nenhuma
que seja criativa, ousada ou crítica"
A primeira vez que soube das OQUANGOs foi lendo uma crítica à reforma do Estado de Margaret Thatcher. Como se chamaria uma suposta organização não-governamental instalada em prédio do governo e tendo como única fonte de financiamento o orçamento oficial, não raro de uma única agência governamental? Certamente não ofenderíamos as ONGs autênticas chamando aquelas organizações de não-governamentais. Isso elas não são. O correto seria, para sermos justos, chamá-las de "organizações quase governamentais", mas, aí, beiraríamos o chulo. Vamos, então, chamá-las de organizações "quase não-governamentais". OQUANGOs. Essas aberrações infestaram o setor público brasileiro nos anos recentes.
As organizações não-governamentais constituem relativa novidade, pelo menos na expressão quantitativa e qualitativa que têm hoje. Constituem espaço de ação pública, nem estatal nem privada. São importante componente da democracia, desde que criadas e sustentadas de acordo com certas regras. A primeira, de independência em relação aos governos. Ora, nenhuma organização da sociedade pode ter autonomia política e ideológica se não for financeiramente independente. Outra é a separação da estrutura partidária. Nenhuma organização pode ser autônoma e isenta se for braço operacional de partido político.
Não conheço fundação privada séria que não imponha três condições para financiar uma ONG: busca da sustentabilidade por meio da criação de receita própria e da diversificação das fontes de financiamento; transparência em relação a suas ações e sua gestão financeira; e avaliação permanente de desempenho. Não conheço ONG séria que não observe essas condições. Não é que, para ser auto-suficientes, as ONGs devam se transformar em empresas. Seria desvirtuá-las. Mas a sustentabilidade será tanto maior quanto maiores forem a parcela de recursos autogerados e a contribuição de financiadores independentes – eles mesmos fundações privadas ou ONGs – em seu custeamento, em relação aos recursos governamentais. ONGs que vivem atreladas ao orçamento governamental são esse outro animal, são OQUANGOs.
Não existe OQUANGO que obedeça às condições acima: não buscam a sustentabilidade por meio da diversificação das fontes de financiamento nem pela criação de receitas próprias. Tentam perenizar seus vínculos com o orçamento oficial. Não conheço OQUANGO criativa, ousada ou crítica. São adeptas do básico. Respondem às demandas governamentais. No máximo, tratam de criar novas demandas, para se manter eternas fornecedoras.
Na Inglaterra thatcherista e no Brasil, as OQUANGOs servem para elidir as restrições inerentes às agências governamentais. Uma parte do gasto público é transferida para essa área "quase não-governamental". Esse gasto se torna menos transparente e se fecha ao escrutínio da sociedade. Muitas OQUANGOs conseguem escapar aos órgãos fiscalizadores. O Brasil burocratiza para controlar, quando deveria estabelecer marcos regulatórios que assegurassem transparência e lisura sem burocracia e sem excesso de controles. Esses excessos estimulam truques como as OQUANGOs.
Toda ONG verdadeira deveria se opor a essa apropriação da designação de "não-governamental" pelas "quase-governamentais". Organização não-governamental deveria ser apelação de origem controlada, como se faz com os bons vinhos: só deveriam merecê-la aquelas entidades que, efetiva e comprovadamente, obedecessem às condições de qualidade, transparência e sustentabilidade que legitimam e justificam esse território de ação pública não-estatal e não-privado. O uso dessa denominação por organizações que não a merecem põe em risco a credibilidade das verdadeiras ONGs. Especialmente quando a falta de rigor e as irregularidades nas transferências de recursos para OQUANGOs criam a possibilidade de escândalos.
Manuel Castells, em artigo recente, fala das ONGs como uma resposta à crise de transparência, legitimidade e eficiência do Estado. Misturadas às OQUANGOs, porém, podem se tornar parte dessa crise, e não sua solução.
Sérgio Abranches é cientista político (sergioabranches@sda.com.br)
Fonte - Veja 12/07
quarta-feira, julho 14, 2004
BRASIL CAI 7 POSICOES NO IDH
Bruxelas, 14 jul (EFE).- O Brasil perdeu sete posições no ranking
mundial de desenvolvimento humano preparado anualmente pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) devido
principalmente a uma queda na taxa de alfabetização do país.
Segundo o Relatório sobre Desenvolvimento Humano 2004,
apresentado em Bruxelas, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil, foi de 0,775, dois centésimos abaixo do registrado no
relatório anterior, de 0,777.
O IDH é um indicador composto que avalia os avanços de cada país
em três aspectos fundamentais: esperança de vida, educação e Produto Interno Bruto (PIB) per capita, mas também leva em conta outros dados, como a distribuição da riqueza e a desigualdade entre os gêneros.
A diminuição na pontuação no IDH fez com que o Brasil caísse no
ranking mundial de desenvolvimento e estivesse este ano na posição
de número 72, quando no ano passado o país havia ficado em 65º.
O PNUD divide os países em três grandes grupos em relação a seu
grau de desenvolvimento: nações com um "desenvolvimento humano
alto", "médio" e "baixo".
Apesar de o PIB por habitante de 7.770 dólares ser comparável ao
de alguns países com desenvolvimento humano considerado alto, como o Uruguai, o Brasil tem uma distribuição da renda desigual.
O estudo do PNUD indica que, em 1998, 20 por cento da população
mais pobre do Brasil tinham acesso a apenas 2,0 por cento da renda
ou do consumo, enquanto os 20 por cento mais rico ficavam com 64,4
por cento da riqueza.
Além disso, em 2002, 8,2 por cento da população tinham uma renda
igual ou inferior a um dólar por dia.
A situação no Brasil foi considerada pior do que a de seus mais
importantes parceiros econômicos na América Latina, com a exceção do Paraguai, pois os outros integrantes do Mercosul obtiveram um
desenvolvimento humano alto.
A Argentina ficou em 34º lugar e o Uruguai, em 46º, enquanto o
Chile e o México, países associados ao bloco econômico, ficaram em 43º e 53º, respectivamente.
A Costa Rica (42º) e Cuba (52º) também obtiveram a classificação
de alto desenvolvimento humano.
Além do Brasil, têm grau "médio" o resto dos países
latino-americanos: Panamá (61º), Venezuela (68º), Colômbia (73º),
Peru (85º), Paraguai (89º), República Dominicana (98º), Equador
(100º), El Salvador (103º), Bolívia (114º), Honduras (115º),
Nicarágua (118º) e Guatemala (121º).
E isso apesar de o PIB do Brasil ter subido em 2002 na comparação
com 2001, quando foi de 7.360 dólares por habitante, e de a
esperança de vida ao nascer ter aumentado de 67,8 para 68 anos.
A perda de posições do Brasil foi provocada, entre outros
motivos, por uma diminuição da taxa de alfabetização entre os
adultos (maiores de 15 anos), que diminuiu de 87,3 por cento, em
2001, para 86,4 por cento, no ano seguinte.
Além disso, 8 por cento das crianças e dos jovens estavam fora da
escola em 2002
Fonte - Uol
CENTRO DE FORMACAO ESPORTIVA JANETH ARCAIN
Janeth se orgulha de estar formando as futuras gerações do basquete. Funcionando desde 5 de fevereiro de 2002, o Centro de Formação Esportiva Janeth Arcain, em Santo André, é um exemplo de como revelar atletas. Conta com 200 alunos, fora os 30 que converteram suas primeiras cestas lá e hoje atuam na equipe Janeth Arcain que disputa o Campeonato Paulista – no feminino, na categoria mini (até 13 anos), e no masculino, na pré-mini (até 12).
“No feminino, três meninas têm talento para chegar à categoria adulta. No masculino, uns cinco”, aposta Janeth.
O Centro funciona na sede do Clube Panelinha. “De segunda a sexta, o espaço é nosso. Para ter duas aulas por semana, 60% das crianças pagam R$ 35. Os demais, por não terem condição, treinam de graça. Não sei quanto investi aqui. Pago o aluguel, água, luz, os profissionais (três técnicas, um auxiliar, um secretário e a gerente Karine Batista, seu braço direito), mas a realização que sinto não tem preço. Temos planos de ter sede própria e até de abrir filiais, no futuro, se conseguirmos parceiros”, diz Janeth.
Ao entrar para a escolinha, o aluno ganha uniforme, bolsa e garrafa térmica com a marca Janeth Arcain. “A exigência de uniforme foi a forma que encontramos para igualar ricos e pobres. Com a camisa do Centro, não há como distingui-los”, explica.
A iniciativa em realizar este projeto, deve-se ao fato da carência em locais para iniciação esportiva, a descoberta de talentos e futuros atletas. O trabalho desenvolvido pelo “Centro de Formação Esportiva Janeth Arcain”, tem visões recreativas e competitivas para todos os níveis sociais, não fazendo distinção, envolvendo jovens de 7 a 14 anos.
Recreativa: onde os aspectos técnicos são de pouca relevância, levando como objetivo a socialização, integração, a vivência em grupo, etc.
Competitivo: é a segunda visão deste projeto, prevalecem detalhes técnicos, evitando assim o surgimento de erros e vícios posteriores de difícil correção, fazendo com que haja uma evolução natural para se tornar um atleta, ensinando que o sucesso é relacionado ao esforço, e não a perder ou vencer, estimulando positivamente a prática esportiva, reconhecendo as habilidades próprias adquiridas e reduzindo críticas a sua criatividade.
OBJETIVOS
Que os jovens despertem interesse na prática esportiva, conquistando o maior número de adeptos a aprendizagem e fazendo assim com que todos tenham noções gerais de regras, técnicas e jogo, sem nenhum tipo de distinção a sua prática durante a infância.
Proporcionar um desenvolvimento físico e mental harmonioso, respeito por regras e companheiros, sociabilidade e gosto pela atividade física.
Objetivo Específico: desenvolver a formação física de base, trabalhando coordenação, força, agilidade, velocidade e ritmo. Aprender movimentos específicos desenvolvendo senso de grupo e preparando-os para competir.
Conscientização aos Pais: participar ativamente das atividades dos filhos, valorizando-o na participação e divertimento da prática esportiva.
São oferecidos treinos semanais, com técnico especializado na modalidade, em vários horários, com realização de festivais, aulas de recreação e jogos intergrupos.
A conseqüência é um resultado proporcional a todo esse envolvimento e comprometimento, através destes princípios passamos a formar um grupo:
PARCERIAS
ABC PLAZA SHOPPING APÓIA A INICIATIVA DO PROJETO ADOTE UM ATLETA, DO CENTRO DE FORMAÇÃO ESPORTIVA JANETH ARCAIN
O Centro de Formação Esportiva conta com 160 alunos com idades entre sete e 15 anos, cerca de 10% deles são carentes e recebem apoio filantrópico. Desde cedo, eles são orientados a conviver em grupo e compartilhar conhecimentos e experiências, sem preconceitos. Os treinos são realizados duas vezes por semana. Às segundas e quartas-feiras, acontecem os das equipes masculinas e, às terças e quintas-feiras, treinam as equipes femininas. As atividades são desenvolvidas nas quadras poliesportivas da instituição e os pais podem assistir aos treinos. São programados jogos amistosos contra escolas particulares da região para que as crianças possam mostrar seu desempenho e serem avaliadas pelos profissionais que as treinam.
UNIPAR - Polietilenos
Entre as ações promovidas pela Polietilenos União, por exemplo, destacam-se o auxílio a entidades assistenciais como a Casa Fraternidade Santa Clara – que abriga mulheres carentes portadoras de HIV e seus filhos – e o patrocínio de atividades esportivas – como o basquete feminino, categoria mini, do Centro de Formação Esportiva Janeth Arcain.
OUTROS PARCEIROS:
Mauá Plaza Shopping
COOP
A Esportiva
Bueno
Marcenaria 4 Irmãos
End. Av. Portugal, 777 – Centro – Santo André – SP – Tel. (11) 4994-0986
Janeth no Centro de Formação
terça-feira, julho 13, 2004
PROJETO SOCIAL PASSE DE MÁGICA
A COOP - Cooperativa de Consumo, empresa esta que se instalou em julho na cidade, convidou Paula para ser a garota propaganda da campanha , foi aí que ela descobriu uma maneira de envolver esta empresa com o seu projeto social. Disse que toparia fazer a campanha desde que a empresa se tornasse a sua parceira em um Projeto Social.
A COOP por ser uma empresa bastante envolvida com as questões sociais, topou na hora.
Eis que nasce o Projeto Social "PASSE DE MAGICA".
O programa se inicia em agosto de 2004, na periferia da cidade, com jovens de 07 a 14 anos, meninas e meninos, aprendendo basquete,inicialmente com dois nucleos de 100 crianças cada, os espaços utilizados serão o Tiro de Guerra e SESI. Entendemos que novos parceiros se envolverão no projeto e assim poderemos espalhar por toda periferia outros nucleos. Alem da COOP o projeto contara com o apoio da UNIMEP - Universidade Metodista de Piracicaba, que estará colaborando com os estagiarios necessarios para o desenvolvimento do programa.
O objetivo do Passe de Magica é esclusivamente social, a grande preocupação será o desenvolvimento integral destes jovens, englobando educação, saude, superação, sociabilidade, disciplina, resgatar auto-estima, cidadania e a integração social. A meta será utilizar o esporte para preparar estes cidadãos para o futuro. Se surgirem alguns talentos neste projeto, eles serão encaminhados para os locais especificos na formação do atleta.
Estes jovens deverão estar estudando e o criterio para a seleção destes 100 jovens será pela condição socio-economica da familia, que serão analisados pelas assistentes sociais do bairro onde serão realizadas as atividades
Dentro do projeto pretendemos realizar reuniões mensais com o envolvimento dos pais, organizando palestras e atividades recreativas. Além de dois festivais anuais onde estaremos unindo os nucleos em atividades esportivas, avaliando o desenvolvimento do que esta sendo aplicado.
MAGIC PAULA RECEBE APOIO DA MAIOR COOPERATIVA DA AMÉRICA LATINA PARA PROJETO SOCIAL
Maria Paula Gonçalves da Silva fecha contrato com a maior cooperativa de consumo da América Latina, a qual
patrocinará projeto social da jogadora em Piracicaba
No dia 17 de junho, a jogadora de basquete Maria Paula Gonçalves da Silva, Magic Paula, assinou contrato com a Coop - Cooperativa de Consumo, com sede em Santo André, considerada a maior cooperativa de consumo da América Latina. A assinatura foi no auditório do Centro Administrativo, localizado na rua Conselheiro Justino, 56 - Bairro Campestre - Santo André. Este é um contrato de parceria que envolverá o patrocínio de times de crianças carentes do projeto social da jogadora, Passe de Mágica, em Piracicaba.
Magic Paula participará de alguns comerciais de tv, spot de rádios e de outdoors para a unidade da Coop de Piracicaba, a ser inaugurada em junho. O contrato tem vigência por um ano e segundo Antonio Marcos Trambaioli, gerente de marketing da Coop, a jogadora foi escolhida por ter jogado e residido na cidade de Piracicaba, além de realizar alguns trabalhos com crianças carentes, que vão ao encontro dos princípios cooperativistas. "Magic Paula tem um grande carisma, é uma ótima jogadora e tenho a certeza que irá agregar um grande valor à marca Coop", completa Trambaioli.
A Coop atualmente patrocina uma equipe feminina de competição de basquete com 14 atletas na categoria pré-mini (nascidos em 1992) do Centro de Formação Esportiva (C.F.E) Janeth Arcain, de Santo André, Este centro tem como objetivo incentivar a prática esportiva nos jovens. São 180 alunos na faixa etária entre 7 e 15 anos, sendo que desse total, 40% não têm condições de pagar mensalidade e são custeados pelo C.F.E.
Juntamente com outros parceiros comerciais, a Coop também patrocina 40 equipes do Campeonato Interno de Futebol Pé na Bola, do Clube Atlético Aramaçan, num total de 3.150 atletas, na faixa etária de cinco a 73 anos. Este campeonato está entrando para o Guiness Book como o maior campeonato de futebol interno do mundo, com 215 times.
A Coop - Cooperativa de Consumo foi fundada em 1954 por 292 funcionários da Rhodia e hoje conta com cerca de 1,2 milhão de cooperados. Possui 22 unidades de distribuição, sendo 16 no Grande ABC, duas no Vale do Paraíba (São José dos Campos), duas na cidade de Sorocaba, uma em Tatuí e uma em Piracicaba, a ser inaugurada neste mês. A cooperativa opera com 30 mil itens de estoque, dentre os quais 298 são produtos de marca própria.
A Coop opera de maneira análoga a um supermercado, mas não visa o lucro, porque é uma cooperativa e está sempre preocupada com a comunidade, um dos princípios do cooperativismo mundial. Entre os seus vários projetos voltados para a responsabilidade social estão contribuições para asilos, creches, APAE, doação de alimentos em campanhas específicas e para o Banco de Alimentos de Santo André e trabalhos direcionados a alunos da rede particular e pública de ensino.
Informações à Imprensa: Marli Popolin (11) 4436.8408 / 9602.4430
Banner da Campanha
segunda-feira, julho 12, 2004
LEI 10.891 - BOLSA-ATLETA
Pesquisar no Diario Oficial da Uniao - Dia 12/07/2004 -Secao 1
Três vitórias importantes para o esporte brasileiro marcaram esta sexta-feira (09/07), em Brasília. Ao homenagear os atletas que irão disputar 27 modalidades nas olimpíadas em Atenas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei da Bolsa-Atleta que prevê remuneração mensal de R$ 300,00 a R$ 2.500,00 para atletas de alto rendimento, encaminhou ao Congresso a lei de incentivo ao esporte e assinou convênio de importação de material esportivo no valor de R$ 7 milhões para os Jogos Pan Americanos de 2007.
“Vocês fazem parte de uma parcela da população brasileira que, ao superar todos os obstáculos e as exigências do COB, conquistou na vida pessoal, familiar e no mundo do esporte o que milhões de jovens não conseguiram”, lembrou o presidente. Lula parabenizou os 62 atletas presentes entre eles, o nadador Gustavo Borges, as gêmeas do nado sincronizado, Isabela e Carolina Ferraz, a jogadora de vôlei, Ana Paula, além da equipe de Brasília representada pela nadadora Rebeca Gusmão, a triatleta Mariana Ohata e César Castro, dos saltos ornamentais.
Em seu discurso, Lula falou aos esportistas - representando 250 atletas da maior delegação enviada pelo Brasil à uma olimpíada - que seu governo estava empenhado em propiciar as mudanças no esporte. “Vocês fazem parte de uma sociedade sadia onde milhões não tiveram chance. Queremos propiciar a todos essa oportunidade”, garantiu. Para Lula a mudança já começou: “Muitas vezes o esporte foi tratado como gasto não como investimento. Graças à compreensão do Governo Federal passou a ser tratado como política pública”.
“O Agnelo Queiroz, ministro do Esporte, sempre diz que perdemos bons atletas para o narcotráfico. Entram no crime organizado por não terem acesso ao investimento na área do esporte” lembrou ao reforçar que essa concepção está mudando com a implantação de programas de inclusão social, como o Programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte.
Para Lula, o ensino fundamental é a base para o talento dos jovens. O presidente admitiu que a real situação das escolas tidas como “caixote de concreto” não permitiam que os talentos fossem detectados por falta de infra-estrutura. “Cabe ao Estado criar desde a infância, condições para que a garotada freqüente os centros de excelência onde as empresas patrocinadoras assumam esse inventivo”.
O ministro Agnelo Queiroz e o presidente do COB, Arthur Nuzman também participaram do encontro. Agnelo enfatizou o resultado positivo do trabalho iniciado no Governo Lula. “Foi criado um Ministério exclusivo para o esporte que deu um novo tratamento ao setor, com a mudança de conceito e foco na inclusão social”, explicou.
Agnelo enfatizou o empenho do Governo Federal em sancionar a lei da Bolsa-Atleta que irá melhorar a vida dos esportistas. “Nossa expectativa é que esse recurso seja de aproximadamente R$ 200 milhões para o ano de 2005”, prevê.
7/7/2004 às 9:25h - Bolsa Atleta possibilitará que o Brasil não perca talentos
O Ministro do Esporte, Agnelo Queiroz, acredita que o projeto Bolsa Atleta, aprovado no último dia 30 de junho pelo Senado Federal, fará com que o Brasil não perca talentos, inclusive olímpicos. Hoje, muitos atletas têm dificuldades em treinar e acabam desestimulados, desistindo da carreira. Para o Ministro, a Bolsa Atleta pode mudar essa realidade. Para ilustrar a situação, Agnelo citou, como exemplo, uma atleta de Brasília, Lucélia Carvalho, bi-campeã de caratê nos jogos Pan-Americanos.
“Nós temos uma atleta que é bi-campeã pan-americana de caratê, que é de Brasília, a Lucélia, que é um feito inédito. É a única mulher a ganhar duas vezes na mesma modalidade em duas competições seguidas. É o único caso que existe, é uma recordista essa grande atleta e ela não tem patrocínio. Essa atleta tem direito à Bolsa Atleta. E, na verdade, ao não ter patrocínio já numa fase dessas, significa o quê?Que ela trabalha. E, no entanto, se ela já é uma atleta que teve medalha de ouro nos jogos pan-americanos, está provado que ela é talentosa, tendo a bolsa, ela vai continuar a desenvolver seus estudos e estará sempre aperfeiçoando. Esse é um exemplo muito típico que mostra a eficiência e o objetivo da bolsa”.(Agnelo Queiroz
A Bolsa Atleta tem como objetivo principal financiar atletas sem patrocínio divididos em quatro grupos: Atleta Estudantil, Atleta Nacional, Atleta Internacional e Atleta Olímpico e Paraolímpico. Ajudando o atleta ainda no início da carreira, a bolsa evitará que o jovem deixe de treinar para completar uma renda familiar, principalmente os carentes. Assim, muitos atletas descobertos ainda estudantes, podem treinar e continuar os estudos.
“O objetivo desse Projeto de Lei, da Bolsa Atleta, é assegurar um financiamento direto ao atleta, beneficiar o atleta que não tem nenhum tipo de patrocínio, que assegure os atletas carentes que têm talento, mas como às vezes têm de trabalhar para sobreviver, não desenvolvem o seu talento. Quando, tendo uma bolsa que assegura essa sobrevivência, é possível que o atleta se dedique ao desenvolvimento do seu talento. Esse é o objetivo e essa bolsa vai desde um atleta em uma fase inicial, ainda estudante, até o mais alto rendimento que é o atleta olímpico”.(Agnelo Queiroz)
quinta-feira, julho 08, 2004
O EMPREENDEDOR SOCIAL
Estamos vivendo uma profunda mudança civilizatória. Mesmo falando e tentando estar atenta, todo dia descubro que esses novos tempos ainda estão só mostrando seus mais singelos sinais. Não temos idéia do que estaremos pensando ou escrevendo daqui a dez anos. Ainda engatinhamos na percepção do todo.
Continuamos a nos impressionar pelas partes. Não nos damos conta totalmente da revolução que a comunicação está exercendo e nem do seu poder. Estamos registrando vários fins: o fim do emprego como nós conhecemos, talvez também o fim do empresário clássico e do próprio conceito de lucro. Identifica-mos um crescente movimento de insensatos — aqueles que pensam que podem fazer as coisas de modo diferente e fazem. Esses insensatos de nosso tempo, em qualquer esfera, potencializaram-se por duas novidades da nossa era: conhecimento e tecnologia. Podemos ter resultados muito mais rápidos e globais para a nossa insensatez. Aí a figura daquele que empreende e ganha potencialidade. Os empreendedores dessa época estão por toda a parte, globalizados, fazendo suas próprias midias,inventando negócios, ganhando com novas atividades e formas. No meio da barbárie que construímos com eficiência no último século, havia mesmo que nascer empreendedores sociais. Eles estão construindo multinacionais que têm marcas que a sociedade civil reconhece, aplaude, interfere e até investe. Não está distante o tempo em que poderemos investir em bolsas de ações sociais. De doadores, poderemos passar a investidores.
É hora de refletir, não porque alguém disse ou escreveu, mas por-que o desatino da desumanização não está só escondido nas nossas prisões, mas está no futuro, que brinca de malabares bem ali na esquina por onde passamos. Hoje os meninos têm 9 ou 10 anos.E depois? Somos 54 milhões de excluídos. E daqui a 10 anos, quantos seremos? Alguns, viajantes mascarados para o futuro, descobriram formas de agir com profissionalismo, eficiência e eficácia. Gostaria de citar aqui dois exemplos que podem ser vistos, ouvidos e avaliados igualmente como fazemos com negócios empresariais. Em Betim, Minas Gerais, você pode conhecer, investir e apostar em um projeto que á mais conhecido no exterior do que no Brasil. Muitos mineiros fizeram da decoração de suas casas um gesto social. A empreendedora chama-se Noemi
Gonrijo e tem 80 anos. Nos olhos e na fala continua uma menina. Usou o prestígio de sua família e sua capacidade profissional para construir um empreendimento social. Dona Noemi anda pelo seu extenso e arrumado espaço de trabalho e todos olham para seus olhos com reverência. O espaço tem um circo para crianças, um trabalho para os adultos e educação para seus filhos, tem o tear dos adultos e o tear das crianças, oficina de boneca, marcenaria, berçário, almoço para mil pessoas.
Um trabalho de resgate da dignidade e da cidadania. Todos trabalham e constroem o Salão do Encontro. No meio de famílias carentes, adultos portadores de deficiência. Todos encontram na solidariedade um forte motivo para viver. Dona Noemi me mostra uma peça linda de barro e conta que já ofereceram muito dinheiro por ela. Não foi vendida, está ali para lembrá-la que aquele
menino artista não conseguiu salvar-se. Quando ela me contou isso, vi nos seus olhos uma energia que nunca esquecerei, a energia de quem faz sem vaidade, sabendo dos seus limites. Não há um vídeo sobre seu trabalho, ela não sai à caça de prêmios, apenas tentou “fazer” nos últimos trinta anos, e por isso... fez. Hoje ela espera ter a solução para que tudo siga quando ela não estiver. Ali tem uma metodologia, uma pedagogia para ser reaplicada se formos rápidos em aprender.
Vou para outra cidade, Campinas. Descubro favelas, invasões, re-descubro Campinas. Lá, várias mulheres de uma associação de mora-dores falam de um projeto da Tia Ileide. Saio à procura e depois de passar por uma área de invasão recente onde as casas ainda são de papelão, de caixote, encontro um oásis, uma ótima construção, limpa, organizada, um mural cheio de fotos e um coral cantando ao longe. Sigo e a Dona Dilma me explica o projeto, que já tem 10 anos. Nasceu da atenção de Silvia, que tinha uma empregada que morava ali. De origem alemã, ela ficava perplexa com a situação de sua empregada. Foi visitar sua “casa”. Ali implantou o projeto Tia Ileide que é o nome de quem auxiliava sua família no Brasil. Peço para ver o coral. E me encanta ver as mudanças que se operam com nossas crianças quando encontram uma oportunidade. Em seguida encontro um senhor distinto, muito bem vestido e com sotaque alemão. Escuto suas avaliações sobre o projeto, a cidade de Campinas e não resisto: pergunto o que fazia antes de estar alí aplicando com paixão seus investimentos de tempo e conhecimento. Era o Presidente da Bosh.
Não há brincadeira ou assistencialismo para essa turma: há empreendedorismo social. Esses são apenas dois exemplos do que venho colecionando e registrando por esse Brasil.
Nas minhas noites tranqüilas, escrevendo artigos e planejamen-tos, pergunto-me: onde está o governo? Talvez ele não tenha de in-ventar a roda, talvez tenha só de unir-se àqueles que fazem e sabem fazer. Poderíamos negociar 10% da dívida externa para aplicar nas mãos de gente que faz. Quanto isso representaria para avanços sociais? A máquina dos govermos ... bem, vamos deixar para lá e torcer pelas QNG’s internacionais, que também são marcas globais inaugurando um novo tempo, pelas novas empresas que estão colocando responsabilidade social nos seus planos estratégicos e por nossa capacidade de mudar e influenciar.
Quem quiser mais dados sobre os projetos contatar po e-mail
reboucas@reboucaseassociados.com.br.
Nádia Rebouças
Diretora Geral da Rebouças&Associados