Apesar de pular as páginas de política, sempre anular meu voto ( me concedo este direito), nunca me envolver em discussões, já que este assunto não me interessa. Ainda assim ficamos expostos as notícias que nos assolam de todos os cantos sobre o circo de Brasília. E que nestes últimos dias me fez pensar, sobre o domínio dos políticos nordestinos no Executivo e Legislativo, bem como seus indicados no comando de inúmeras estatais.
Cheguei a seguinte conclusão: Eles sabem articular muito bem em prol de seus interesses, e ser conterrâneo é um fator muito importante entre eles.
E a exemplo de todo nordestino que vem para São Paulo, se mantêm arraigado a seu povo e sonham em voltar à sua terra com mais recursos. Pois é lá que eles se sentem em casa. É provável que este também seja o motivo de resistirem tanto à mudanças de hábitos, de assimilarem novas culturas e novos conhecimentos. Se considerarmos que, tudo que eles querem, " é voltar para a terrinha e viver como um rei".
Espero que este comentário não pareça preconceituoso, até porque, também sou filha de um imigrante nordestino, que se casou com uma espanhola e construiu sua vida nesta cidade . Lógico que estou generalizando, mas em se tratando de políticos parece via de regra. E querendo ou não, estes são os nossos representantes hoje. Legitimamente eleito por nós.
Alguns comentários que andei lendo:
O falar errado de Lula não constitui um dado isolado e sem consequências. Sua "palavra tosca"arrasta consigo o "pensamento banal", que por sua vez, responde pelo "ato irrelevante".
Por Gilberto Mello Kujawski – Articulista do Jornal O Est. de São Paulo
...Severino Cavalcanti conhecido como o "Rei do Baixo Clero", por representar a maioria de deputados sem voz, sem articulação e convenhamos, sem idéias, recebeu 300 votos.
SUSTO
...O novo presidente da Câmara chegou a atribuir as reações a sua origem pernambucana e ao fato de não ter cursado universidade. Engano. O nordeste sempre produziu alguns dos maiores intelectuais e parlamentares da história brasileira. Joaquim Nabuco, morto em 1.910, conterrâneo de Severino e pai do abolicionismo, é o paradigma dessa estirpe.
Fonte – Veja 23/02 – por Otavio Cabral
...Ora, não há como julgar os outros (suas intricadas motivações e reações) sem aceitar que eles são meus semelhantes e sem, de alguma forma, identificar-me com eles por um instante. Para julgar, preciso entender os outros e, para entendê-los, preciso me conhecer o suficiente para encontrar em mim mesmo todos (ou quase) os traços da diversidade humana.
É reconhecendo em mim os desejos (reprimidos ou não) de matar, roubar, fornicar etc. que ganho a capacidade e a autoridade para avaliar as condutas de quem, eventualmente, reprime esses mesmos desejos menos do que eu....
O moralista é imoral porque, julgando o próximo segundo um sistema de regras instituídas, ele evita o rigor da exigência moral moderna. Castigar os outros é, para ele, o melhor jeito de desconhecer seus desejos menos confessáveis. Ou seja, o moralista condena para se absolver.
E há mais: o moralista escolhe a dedo os princípios que ele reconhece e quer impor ao mundo. Como ele supõe que o funcionamento da moral seja igual ao dos códigos penais, ele presume que seja permitido tudo o que não é proibido pelas normas que ele escolheu. Com isso, a preocupação moral do moralista é seletiva.Por exemplo, ele pode censurar e condenar a interrupção de gravidez, os métodos anticoncepcionais, o uso de células-tronco para pesquisa, a pornografia e a libertinagem e, ao mesmo tempo, assinar cheques sem fundo ou legislar em causa própria para ordenar aumentos descabidos de seu salário. Afinal, seu decálogo não diz nada explicitamente sobre malversar os bens públicos, e um cheque sem fundo não é bem roubar......
Por que ocupa os púlpitos das igrejas e os corredores do poder, de Washington a Brasília?...
Assim os (autodenominados) campeões da norma moral ganham um respeito que não merecem.
Essas reflexões são inspiradas pela eleição de Severino Cavalcanti à presidência da Câmera dos Deputados.
Fonte – Folha - Moralistas Imorais - Por Contardo Calligaris
quinta-feira, fevereiro 24, 2005
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