quarta-feira, dezembro 22, 2004



Quisera,
Senhor neste
Natal, ornar uma
árvore dentro do meu
coração, e nela pendurar
em vez de presentes, os nomes
de amigos. Os de longe e os de perto.
Os antigos e os mais recentes. Os que vejo
cada dia e os que raramente encontro. Os das
horas difíceis e os das horas alegres.Meus amigos
humildes e meus amigos
importantes. Os que sem querer
magoei, ou sem querer me magoaram.
Os que pouco me devem e aqueles a quem
devo muito. Os nomes de todos os que já passaram
pela minha vida. Que seja uma árvore de raízes muito
profundas para que seus nomes nunca sejam arrancados do
meu coração. De ramos muitos extensos para que novos nomes,
vindos de todas as partes, venham juntar-se aos existentes. De
sombras muito agradáveis
para que a nossa amizade
seja um momento de repouso
nas lutas da Vida.
Boas Festas - M a r i l i z a

terça-feira, dezembro 21, 2004

VOLUNTÁRIO: SER OU NÃO SER?

Da velha benemerência às novas intervenções solidárias, o voluntariado busca sua identidade. Quem pensa em aderir deve antes definir como e por que.


De todas as categorias de trabalhadores, a do voluntário é a que mais vem sendo "promovida" -o que ajuda a explicar a estatística segundo a qual 54% dos jovens brasileiros querem entrar nessa área. Só não sabem por onde começar. De saída, é difícil situar-se em meio à nova realidade do terceiro setor, segmento que cresceu 157% em seis anos, duas vezes mais que o conjunto de empresas do país, segundo dados divulgados há duas semanas pelo IBGE. São 276 mil organizações sociais atuando em uma quantidade imensa de causas, da preservação do peixe-boi ao empoderamento de mulheres pantaneiras. Na maioria, prestam serviços com o apoio de voluntários -usados às vezes até em atividades-meio, como serviços de escritório. Então, para não correr o risco de virar mão-de-obra escrava, cumprindo tarefas sem objetivo, o interessado precisa se perguntar: ser voluntário para quê?Pode ser para dar o peixe ou ensinar a pescar, ou também para lutar pela liberação do rio. Não que uma coisa exclua outras, mas nesse terreno as visões (e as práticas) são bem polarizadas entre a defesa de direitos e o assistencialismo puro. É bom saber também que há um novo discurso e uma identidade em construção para essa figura que doa tempo e talento a projetos sociais. A dinâmica atual, estimulada por campanhas, focaliza o voluntário por escolha e conveniência pessoal, capacitado para o que se considera hoje uma atividade específica. É o voluntário "profissionalizado", como definem uns e criticam outros.A antropóloga Leilah Landim, do Iser (Instituto Superior de Estudos da Religião), explica como essa onda atrai as pessoas: "Por meio de crenças ligadas à solidariedade, o indivíduo procura de forma autônoma um tipo de integração social, ou uma ponte para o mercado de trabalho, ou uma finalidade para a vida. É o voluntário por opção, que se qualifica para isso, que tem nessa ação algo para contar e acrescentar ao seu currículo".O advogado Marcelo Pinto, 39, que na verdade trabalha como gerente de recursos humanos, acrescentou ao seu currículo a identidade do "doutor Risadinha", figura de nariz vermelho que de quando em quando invade a pediatria do hospital São Camilo, no bairro de Santana (zona norte de São Paulo). Como viaja muito a trabalho, escolheu para atuar a ala "light", de doenças respiratórias: ali as crianças não ficam muito. Então, se o palhaço não aparecer numa semana, ninguém vai se frustrar."É a minha carreira solo. Envolvo as crianças na terapia do riso. Estudo isso há tempos e queria aplicar", diz esse especialista em "gelotologia". "Minha vida mudou. Fiquei mais humano nas relações com sindicatos e funcionários, no dia-a-dia profissional. Além disso, por causa do doutor Risadinha, surgiu a oportunidade de fazer uma palestra na empresa. Percebi que tenho outros talentos." Ele ressalva que voluntário não é para brilhar, é para doar. "Quem busca ser reconhecido vai ter desilusão."Seja qual for o palco de atuação, é bom mesmo ajustar as expectativas, puxadas por todo esse alarde que vem sendo feito por campanhas de governos, empresas e ONGs desde o boom de 2001, "Ano Internacional do Voluntariado". Antes de "fazer a diferença na vida de alguém", como dizem os folhetos de convocação, é preciso ter clareza das habilidades que se quer oferecer e conferir se elas combinam com as necessidades de quem vai ser ajudado."Não estamos aqui para brincar de conto de fadas", diz Anísia Sukadolnik, 62, diretora do CVSP (Centro de Voluntariado de São Paulo), entidade que faz a ponte entre candidatos e organizações e capacita os dois lados. "Não é fácil. Tem voluntário que escolhe trabalhar com idoso, chega ao asilo, não gosta do cheiro, fica deprimido porque o velhinho não o reconhece. Tem que refletir, escolher bem o público que fala mais ao coração."Na percepção da diretora do CVSP, que neste ano já atendeu 8.869 interessados, muitos são levados por sentimentos de reciprocidade (quem teve parente com câncer tratado por uma instituição vai trabalhar lá, por exemplo), outros querem interagir com diferentes classes sociais, outros, ainda, vão atrás de uma vaga de voluntário por saber que as empresas valorizam essa prática.Ajudar desconhecidos é uma atitude que já teve menos prestígio por aqui. Enraizado no assistencialismo, o trabalho voluntário foi usado pela primeira vez em 1543, na Casa de Misericórdia de Santos. Serviu de trampolim social, foi coisa de madames piedosas-ociosas, embora a solidariedade seja uma tradição nacional, em toda classe -ainda que na periferia os integrantes de um mutirão ou a vizinha que olha as crianças não sejam chamados de "voluntários". Hoje, a ação social aparece mais diluída entre as classes, como mostra pesquisa do Ibope realizada neste ano com o Faça Parte. Mas não se fala mais em "fazer caridade". Fala-se em "fazer o bem".Bem ou mal, o voluntariado brasileiro vem mudando de perfil e linguagem, diz Eduardo Cravo, 40, do Grupo de Estudos da Ação Voluntária. "O discurso mais piegas traz o descrédito. É preciso desmistificar esse lado bonzinho. Embora diversas ONGs ainda reproduzam aquela benemerência do começo do século 20, o trabalho voluntário é hoje o grande agente de transformação social."Cravo se diz fruto desse poder transformador. Formado em química, tinha medo de falar em público, mas a militância religiosa o fazia correr escolas e centros espíritas, divulgando a doutrina. "Falava solto, sem compromisso, até que virou paixão dar palestras. Fiz cursos, me especializei, perdi o medo. O trabalho voluntário dá poder às pessoas."Hoje trabalhando (e ganhando) como consultor na área social, ele defende a profissionalização. "Para atingir resultados e ser mais eficiente, temos que adaptar ferramentas e insumos usados nas empresas, como recrutamento, seleção e treinamento, sem nos deixar contaminar pela lógica competitiva do mercado."Segundo Cravo, as organizações sem fins lucrativos começam a se preparar melhor e a adotar programas de gestão de voluntariado. Na visão dele, as ONGs têm o compromisso de transformar a vida não apenas do público-alvo mas também de quem trabalha para elas. "As entidades não podem enxergar voluntariado como simples redução de seus custos. Elas são o espaço de participação social dessas pessoas. Precisam burilar os voluntários, ajudá-los a dar um salto de qualidade. Ninguém dá nada de graça, quem se doa quer uma contrapartida", diz ele."Voluntário não está ali para garantir lugar no céu. Espera pelo menos ser levado a sério e ter apoio para desenvolver um trabalho conseqüente", reforça Juny Kraiczyk, 30, psicóloga ligada ao Instituto Ecos (Educação e Comunicação em Sexualidade). Aos 21, conta, viveu uma experiência traumática em uma ONG de atendimento a vítimas de abuso sexual. "A entidade, como muitas, usava voluntário para tapar buraco, por não dar conta da demanda. Não havia troca de conhecimento nem supervisão. Eu era tratada como descartável, como se não fizesse parte do organismo."Segundo a psicóloga, surgiam situações para as quais ninguém estava preparado, como agressões e violência entre as crianças. Ali ela começou a ver que o trabalho voluntário também pode ser um ato irresponsável. "O mundo é permeado pela relação com o dinheiro. As pessoas em geral não aceitam que alguém que não cobra nada possa estar qualificado e interessado em eficiência." Juny ainda doa tempo para a ação social, promovendo encontros internacionais de jovens ativistas. Ela acredita que uma relação mais produtiva entre as entidades e os colaboradores passa pela formalização: "É bom explicitar que troca está sendo feita e quais são as expectativas da ONG e do voluntário, de preferência por escrito, burocratizado mesmo". Um contrato pode inibir abusos e distorções conhecidas no meio, como o recrutamento de jovens com promessas de emprego no futuro.Outra distorção seria a pressão de empresas para envolver funcionários em projetos sociais, o paradoxo da "obrigatoriedade voluntária". Anísia Sukadolnik, do CVSP, diz que isso não acontece. "Quando se quer criar uma nova cultura é preciso fazer uma certa pressão. Se bem que não é pressão, porque as empresas só podem estimular e incentivar. Nos programas de voluntariado empresarial, orientamos para que o processo seja democrático, para que os funcionários sejam ouvidos sobre o que gostariam de fazer. Além disso, o funcionário sabe que, se a empresa coagir, a lei trabalhista está aí".A empresa empurrou a engenheira Carla Caldas, 34, para o voluntariado, mas de um jeito indireto. Dois anos anos atrás, era gerente de uma multinacional: "Minha função me obrigava a demitir muita gente. Chateada, fui procurar alguma coisa gratificante para fazer". Primeiro bateu na porta de duas escolas, pegou os endereços de uma campanha da TV. "Não fui bem recebida, não souberam me aproveitar". Achou sua praia na ONG Gotas de Flor, que atende a populações de favelas. "Dou aulas de inglês toda semana, coisa que nunca tinha imaginado. Com essa chance de estar próxima de uma realidade diferente da minha, meus problemas ficaram menores."Um ano atrás, Carla se desligou da múlti. Enquanto busca recolocação, já está na sua segunda turma de alunos e ainda dá consultoria gratuita em gestão para ONGs. Mas não pensa em passar de voluntária a funcionária no terceiro setor. "Poucas ONGs empregam profissionais com bons salários."A Gotas de Flor administra 140 voluntários nos seus projetos de educação, formação profissional, geração de renda, saúde. O segredo para manter gente como Carla, formada pela USP e especializada em marketing, é dar a quem trabalha a mesma atenção dispensada à comunidade-alvo, diz Denise Robler, 49, fundadora da entidade. "Voluntários querem acompanhamento, transparência. Precisam ser envolvidos em tudo o que acontece. Às vezes são mais carentes que os meus meninos. Esperam reconhecimento, isso é fundamental."Além de um retorno sistemático sobre a qualidade do trabalho, a instituição deve dar ao voluntário o direito de opinar e uma mínima definição de tarefas e papéis (parece óbvio, mas não é, quando se conhece a indigência estrutural em que opera boa parte das ONGs). Essa é a receita de motivação prescrita por Simone Levisky, 39, do grupo Gatis (Gestão e Articulação do Investimento Social). Ela pondera que, quando se fala em profissionalizar voluntário, a idéia é dar a ele condição de agir com profissionalismo, sem exagerar ou colocar os procedimentos acima dos fins. "A burocracia excessiva também pode comprometer a essência do trabalho de quem é motivado por um sonho".O sonho é cada vez mais um projeto pessoal e varia tanto quanto a recompensa alcançada, como se vê na fala de Simone: "O voluntariado é uma forma para que os jovens encontrem opções de trabalho e novos relacionamentos e desenvolvam habilidades que podem não estar sendo exigidas na atividade remunerada. Por isso, quem é especialista em informática não deve se oferecer para montar a rede de computadores. O melhor é fazer uma coisa diferente".Diferente mesmo foi o jeito encontrado pelas sócias Renata Brandão, 25, e Alice Freitas, 24, para combinar a contribuição solidária com o sonho de correr o mundo. Em 2003, as duas esquadrinharam 35 países da Ásia pesquisando iniciativas bem-sucedidas de combate à pobreza. Voltaram com "metodologias sociais" nas mochilas e, em 2006, devem continuar a aventura, pela América Latina. "A solidariedade é igual em todo lugar, mas agora o Brasil vive a banalização e a mercantilização do trabalho voluntário. Virou status. É um valor que, para ser efetivo, precisa ser ensinado desde a infância, nas escolas, como matemática", diz Renata.O Faça Parte vem estimulando o voluntariado entre estudantes. Já certificou 8.500 escolas identificadas com ideais de solidariedade, cidadania e participação. "O jovem quer fazer alguma coisa, é indignado por natureza. Se isso não for canalizado de forma boa, vai acabar entrando na mudança química, que são as drogas, ou na mudança física, que é a violência. Mudar para o bem é transformar a comunidade", diz Priscila Cruz, 29, coordenadora de projetos do instituto.A própria Priscila foi voluntária desde a sétima série até o segundo colegial, num programa de escola orientado por um professor, igual aos que ela promove hoje. Aos sábados, organizava um grupo de teatro em uma favela. "Antes disso, meu mundinho era da escola para o inglês, do inglês para casa. Perdi meu olhar de menina de classe média, passei a enxergar o outro, a aceitar a diversidade e a aprender com outras formas de organização comunitária". Para ela, a experiência faz ainda mais sentido agora: "Depois fiz administração, trabalhei em empresa, tudo como manda o figurino. Quando vim parar no terceiro setor, lembrei daquele tempo. Foi como voltar para casa."Tanto faz, para Priscila, se a motivação primeira para aderir a um projeto é agradar ao professor ou ao chefe, aparecer na TV ou entrar na ONG de uma estrela do esporte. "A conscientização vem no processo. Toda ação voluntária é educativa. Nas escolas, batemos na tecla do compromisso, da continuidade, da insistência, porque é com o tempo que a pessoa descobre a motivação real, vê o resultado no sorriso de uma criança, avalia se escolheu o público certo, se é o seu lance."A coordenadora do Faça Parte acha natural o fato de, agora, ser cada um com a sua causa. "As comparações com gerações mais politizadas atormentam os jovens, eles se sentem diminuídos no estereótipo de alienação e consumismo. A juventude não está unificada, não tem bandeira, mas o mundo não é mais um binômio, não tem direita ou esquerda. Tem uma explosão de caminhos para escolher. O voluntário contemporâneo é anônimo, não é herói nem líder, mas está aí, com a mão na massa, é a mesma coisa. Podem chamar de engajamento, de participação civil, de solidariedade. Eu chamo de voluntariado".A substituição do termo "militância" por "voluntariado" ocorre nos anos 90, quando a idéia da mudança social é abandonada, e os movimentos sociais não são mais do interesse nem da universidade, que substitui esse assunto por estudos sobre governança, filantropia, terceiro setor. Quem aponta é o sociólogo Silvio Caccia Brava, diretor do Instituto Pólis: "O tema do voluntariado surge como um discurso compensatório, trazendo uma visão que desqualifica o pobre, como se ele fosse incapaz de sair de sua situação por conta própria. É a aposta numa relação individualizada, e não organizada".Nos mesmos anos 90, Caccia Brava participou da Ação da Cidadania Contra a Fome e a Miséria e Pela Vida, deflagrada pelo também sociólogo Herbert de Souza, o Betinho. Na época, 30 milhões contribuíram e cerca de 3 milhões se organizaram em comitês. Um marco. "Foi uma revolta ética. Mas o ponto do Betinho não era o prato de sopa, mas envolver o conjunto na doação emergencial de alimentos e na discussão da necessidade de mudanças estruturais." Para o diretor do Pólis (ONG voltada a políticas públicas e que não aceita voluntários), a retórica atual usa mal a palavra cidadania: "Cidadania é a capacidade do cidadão de decidir sobre sua vida, e a prática do voluntariado vai no sentido contrário, nem sempre está sintonizada com as necessidades das comunidades. Não adianta dar comida quando o que falta é água. Se a história e a cultura de quem está sendo atendido são negligenciadas, vira imposição".Na visão de Brava, o elogio da ação voluntária cumpre uma função ideológica. "No marco da filantropia, o voluntariado não apresenta possibilidade de resultados. Assistencialismo não transforma nada. O voluntário cuida, ensina, alivia, mas não vê a sua aposta realizada. Como no discurso da responsabilidade social das empresas, é o mesmo tipo de resposta a um não-projeto".O novo voluntário urbano e "profissionalizado" é um fenômeno mundial. Segundo Leilah Landim, uma das autoras de "Doações e Trabalho Voluntário no Brasil" (Iser, 2000), a França até discute uma remuneração para esse grupo, que vem aumentando muito. "Um dos motivos para essa procura pelo voluntariado é o individualismo negativo, a quebra de laços sociais entre as pessoas. Talvez essas características possam ser aplicadas ao Brasil, entre segmentos das classes médias, além de fatores como as dificuldades de emprego para jovens, da precariedade das aposentadorias, enfim, da crise das políticas de proteção social", diz ela, que vive em Paris.De acordo com a antropóloga, essas ações de incentivo ao voluntariado abrem cenários contraditórios: pode ser a "refilantropização" do problema social ou o estímulo de práticas que conduzam à participação cívica, o elogio da caridade individual ou a promoção da entrada de novos agentes no espaço público. "É um campo de diferentes possibilidades, onde cabe, sobretudo aos poderes públicos, investir nas positivas."

Heloisa Helvécia free-lance para a Folha


Números do voluntariado no Brasil

83% das pessoas envolvidas são mulheres, e a maioria tem mais de 30 anos. Homens voluntários são mais "desinstitucionalizados", não aparecem nas estatísticas.

Têm algum tipo de atuação voluntária 29% da população da classe A, 24% da classe B, 15% da C e 8% das classes D e E.

35% da população com nível superior de ensino é voluntária, contra 19% no grupo com superior incompleto e 9% entre os com ginásio (fundamental) incompleto.

"Doações materiais" lidera o ranking de áreas de atuação, com 29%. "Assistência a doentes" concentra 23%, e a área classificada como "cidadania e direitos humanos" reúne 14% dos voluntários.

Fonte: pesquisa do Ibope em parceria com o Faça Parte (Instituto Brasil Voluntário), 2004. Amostra de 4.597 entrevistas com pessoas acima de dez anos em Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador, São Paulo, no Rio de Janeiro e no Distrito Federal.

UMA HOMENAGEM AO NOSSO GRANDE AMIGO SANTANA.



ATÉ SUA BLUSA VERMELHA NESTA FOTO
ME FAZ LEMBRAR SUA VITALIDADE E ENERGIA,
MAS COMO TUDO NESTA VIDA,
NADA É ETERNO...
E SUA TRANSIÇÃO FOI TÃO RÁPIDA QUE AINDA
NÃO QUEREMOS ACREDITAR...

SENTIREMOS MUITO SUA FALTA.

sexta-feira, dezembro 10, 2004

MAIS FESTA...

SÁBADO (11) ÀS 11H00

Tá marcado, na Sede Naútica do Clube Beira Mar - Japuí (SV)
Churrascada só para as meninas. Comidinha boa e um grupo de pagode tocando ao vivo só pra nós.

VAI SER O BICHO!!!

Todas as basqueteiras são bem-vindas.


Para quem não conhece, fica logo depois da Ponte Pensil.

OBS. Lá deve rolar as festinhas da pesada que vão acontecer no próximo Campeonato Bras de Basquete Master em Santos.

sexta-feira, novembro 26, 2004


A VIDA é explosão,
é calmaria é adrenalina,
é agonia é tristeza, é alegria,
e para os que amam é só uma aventura todos os dias.



Site
<br />Meter


quarta-feira, novembro 24, 2004


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CORAGEM...
Arriscaria minha vida por você,
mas ainda não tive coragem de dizer que te amo. Posted by Hello

sexta-feira, novembro 19, 2004


SÓ para não dizer que não deu tempo de postar nada na sexta. Oh diazinho cheioooo!!! Posted by Hello

quinta-feira, novembro 18, 2004


A COR DA MORTE
Maioria dos indivíduos assassinados são homens, adolescentes ou jovens e negros, revela estudo


Os registros de homicídios, no Brasil, fornecem poucos dados sobre as vítimas, além de sexo, idade e estado civil. Só a partir de 1996, por exemplo, a identificação da cor da pele passou a ser obrigatória nas declarações de óbito. Embora os dados nacionais ainda apresentem imprecisões, já são suficientes para comprovar que a grande maioria dos indivíduos que têm sua vida interrompida por assassinatos são os homens, adolescentes e jovens adultos (em especial entre os 14 e os 30 anos) e, entre eles, principalmente os negros - grupo que, segundo critérios censitários, inclui ‘pardos’ e ‘pretos’.
Apresentamos aqui um estudo estatístico e criminológico sobre as vítimas de homicídio no Brasil. Os resultados demonstram a existência de relações entre gênero, idade, estado civil e cor da pele, por um lado, e vitimização, por outro - relações que se repetem todos os anos e em quase todos os estados. A falta de dados mais precisos impossibilitou o estudo sistemático dessas relações no país durante muitas décadas, mas agora é possível saber que a morte tem cor. Essa suspeita já existia, mas antes não havia como demonstrá-la, porque a cor estava morta em muitas estatísticas brasileiras. A morte da cor tinha tonalidades verde e amarela, em uma espécie de fundamentalismo patriótico que negava a discriminação racial e seus efeitos.
O Brasil acolheu, de longa data, o mito de que somos uma democracia racial e de que a cor da pele não faz diferença. Faz. O escravagismo brasileiro foi descrito como benevolente: não o foi. Com freqüência, usamos o contraste com a desigualdade racial nos Estados Unidos, onde é mais profunda, para isentar sociedade e governo brasileiros de qualquer responsabilidade. Não a assumimos. Parte da esquerda endossou esse mito, insistindo em reduzir tudo à influência das classes: as distinções entre as ‘raças’ (termo utilizado aqui apenas como sinônimo de ‘cor da pele’, sem qualquer outra conotação) seriam redutíveis a diferenças de classe. Não o são.
Nos registros de vítimas de homicídios organizados pelo Ministério da Saúde, a partir de dados das declarações de óbito, o quesito referente à cor só começou a ser preenchido, em todo o Brasil, a partir de 1996. Os dados estatísticos ainda são de baixa qualidade, mas permitem algumas conclusões, apesar do alto percentual de mortos com ‘raça ignorada’ ou ‘sem informação’, que tende a melhorar: passou de 15% do total de homicídios em 1996 a 8% em 2000.
Por isso, descobrir qual o efeito da raça sobre a probabilidade de vitimização por homicídio é, em si, uma história de detetive, pois o percentual de óbitos com ‘raça ignorada’ ou ‘sem informação’ varia muito de estado para estado. No entanto, há um padrão espacial que se repete ano após ano: o percentual de vítimas com ‘raça desconhecida’ ou ‘ignorada’ é alto nos mesmos estados.
A qualidade da informação sobre raças também varia bastante entre os estados - como nas diferenças quantitativas no registro da cor da pele da vítima. Dentro de cada estado, a falta de qualidade dos dados concentra-se em alguns municípios, e estes são sempre os mesmos. Essas situações sugerem descaso e/ou incompetência no nível municipal e descaso, incompetência e falta de controle no nível estadual. A solução para essas imprecisões, portanto, está nas esferas estadual e municipal, e seria o maior controle de preenchimento das declarações de óbito e a junção das informações coletadas pelas secretarias de saúde e de segurança. Os ministérios da Saúde e da Justiça tentam padronizar as informações, mas o progresso tem sido lento.
A raça voltou à agenda política em função das pressões do Movimento Negro e da agenda progressista de alguns partidos políticos e grupos sociais. Esse retorno também derivou, secundariamente, das necessidades das pesquisas: sem dados era impossível pesquisar e conhecer. A elite simbólica pressionou para que a raça fosse levada a sério na coleta de dados. Mas ninguém sabia exatamente o quanto custava ser negro. Estamos começando a saber e é muito pior do que se pensava.

Gláucio Ary Dillon Soares
Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro
e Centro de Estudos de Segurança e Cidadania,
Universidade Cândido Mendes

Doriam Borges
Centro de Estudos de Segurança e Cidadania,
Universidade Cândido Mendes

Fonte: Revista CH - Ciência Hoje Posted by Hello

quarta-feira, novembro 17, 2004


FÚRIA Meu corpo sente
minha mente vaga...Só tua imagem.
Teus olhos queriam dizer,
mas o encanto paralisa e emudece
só depois percebi que não
vivo sem você...
E você?
Posted by Hello

terça-feira, novembro 16, 2004


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ABAIXO-ASSINADO via Internet O Greenpeace está promovendo um abaixo-assinado a favor do acordo Brasil/Alemanha para desenvolvimento de energias renováveis e fazendo um alerta para os riscos da energia nuclear. Estes e-mails irão para diversos Ministérios e tem intenção de coibir futuras iniciativas de exploração da energia nuclear no Brasil. São as ONGs se posicionando também pela rede... Fonte: Uol Posted by Hello

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CONVOCANDO via Internet Posted by Hello

sexta-feira, novembro 12, 2004


Clima positivo influencia na satisfação de profissionais
Ao contrário do que pode-se imaginar, a qualidade de vida está associada a um ambiente de trabalho que reconhece necessidades do funcionário.
Marina Rosenfeld

O clima organizacional é fator determinante para a retenção e atração de profissionais. A conclusão é de uma pesquisa realizada pela consultoria em recursos humanos Hay Group, em parceria com a revista Valor Carreira.A segunda edição da pesquisa “Melhores Empresas na Gestão de Pessoas” confirma, mais uma vez, que o alto índice de “favorabilidade” (81%) nas 35 empresas de maior destaque no Brasil - sejam elas de pequeno, médio ou grande porte -, deve-se a um clima organizacional positivo. O estudo, feito por meio de questionários respondidos pelos próprios funcionários, contou com a participação de 185 organizações e cerca de 55 mil profissionais de empresas formadas de 100 a 15 mil colaboradores.
“As pessoas são fortemente impactadas pelo contexto organizacional”, afirmou Fátima Marques, responsável pela operação de consultoria da Hay Brasil, ontem (10/11), na Expo Management 2004 – O Mundo da Gestão. O problema, segundo ela, é que há um “gap” muito grande entre o que o presidente e os líderes consideram como o ambiente da empresa e o que ele efetivamente é. “Assim, o clima pode ser uma ameaça. É algo que se constrói ao longo do tempo. Não adianta querer mudar as percepções das pessoas de uma hora para a outra”.
Entretanto, as empresas que vêem o clima como uma oportunidade para se obter excelência em gestão costumam aplicar algumas práticas. Entre elas, estão a capacidade de motivar pessoas, a clareza de comunicação, a oportunidade de desenvolvimento, o gerenciamento do desempenho e a execução integrada aos planos de negócio.
De acordo com Fátima, essas práticas demonstram que as empresas que se destacam têm de fato preocupação com a carreira dos seus colaboradores. “São organizações que dão oportunidades de crescimento e qualidade de vida”. Ao contrário do que pode-se imaginar, a qualidade de vida, segundo Fátima, está totalmente associada a um ambiente de trabalho que reconhece necessidades e dá espaço para o desenvolvimento. “É importante a pessoa saber que está gastando tempo com algo útil”.
Fonte: Folha On Line - Aprendiz Posted by Hello

quinta-feira, novembro 11, 2004


POR QUE HÁ POUCOS NEGROS NAS LOJAS?

por Miriam Leitão

É preciso ter olhos e ver o que há de errado no Brasil, do contrário ele jamais será o país que sonhamos.
Os brasileiros têm estado cegos para certos problemas. Veja-se, por exemplo, os negros. Eles não estão em inúmeros lugares em que seria normal que estivessem. O que me fez Ter essa noção foi a pergunta de um banqueiro americano. Ele quis saber qual era o percentual de negros na população brasileira. Ouviu que era 46% e perguntou: - Onde é que eles estão?
Essa é a pergunta que qualquer brasileiro branco deve se fazer. Eles não estão nos restaurantes que frequentamos, nos bairros onde moramos, na escola onde estudamos, nas nossas festas. E eles não estão nas lojas dos shoppings. Se na sua loja há atendentes negros, ótimo, mas olhe em volta e verifique se essa é a regra. Vamos conversar francamente: por que não há negros, ou há tão poucos negros, nas lojas dos shoppings?
Outro dia eu vi uma vendedora negra no fashion Mall do Rio de Janeiro. Novidade pura. Estava na loja recém aberta da MAC. Não por acaso. Os americanos já aprenderam há muito tempo que diversidade tem que ser um objetivo de cada empregador. Que existe uma coisa chamada recrutamento ativo, a busca deliberada de pessoas diferentes entre si. Isto Isto faz com que os 13% de negros que eles têm sejam visíveis na elite americana e os nossos 46% sejam tão invisíveis.
Aqui, uma explicação: negro é o nome que o IBGE dá a quem é pardo e quem é preto. Preto é quem tem pele mais escura. Mas ambos pertencem ao mesmo grupo. Há quem ache que é um erro somá-los. Fui conferir em 18 indicadores sociais. Em todos - seja analfabetismo, desemprego, renda - a distância social entre brancos e pardos ou entre brancos e pretos é enorme, mas entre pardos e pretos é pequena. Conclusão: sociologicamente eles estão no mesmo grupo.
Se você faz parte da maioria convencida de que o Brasil é um país melhor que os outros, do mulato inzoneiro, da mistura das raças, em que nunca houve racismo, infelizmente tenho que dizer: o Brasilnunca teve segregação oficial, como nos Estados Unidos e África do Sul, mas sempre discriminou. Silenciosamente, por baixo dos panos. E temos heranças horrorosas do passado escravista. Uma delas está lá nos elevadores social e de serviço, um eufemismo para dar ao porteiro o direito de constranger os negros a ir pelo elevador de trás, destinado a cargas e compras. O lema para acabar com esta vergonha tem que ser: todos pelo social.
Criamos barreiras não explícitas que impedem a ascenção dos negros. Há quem diga que no Brasil só há discriminação social e não racial. Isto, a bem dizer, não torna menos vergonhosa a discriminação, mas não é toda a verdade. As estatísticas são reveladoras: negros e brancos com o mesmo nível de escolaridade têm renda diferente, o branco ganha quase o dobro do que ganha o negro. O que você me diz disto? É ou não é discriminação racial?
Sua atitude isolada não vai mudar o mundo, mas será um passo: o seu passo, na direção certa. Pergunte qual é a desculpa que você está dando para você mesmo não Ter negros na loja: eles moram longe e não chegariam para o trabalho? Você exige “boa aparência” e não apareceu nenhum candidato que preencha este quesito? Não será o seu conceito de “boa aparência” que está errado? A cantora de rap Negra Li contou que certa vez ouviu no RH de uma empresa que a recusou: “para este emprego precisa ser bonita”. Ela é bonita. Aquela empresa estava discriminando.
Hoje as corporações americanas e européias incluíram a diversidade como parte dos valores da boa empresa. Junto com responsabilidade social e ambiental. Tome uma atitude você também e contrate negros para a sua loja.

Fonte: Revista Alshop (Assoc. Bras. de Lojistas de Shopping)

 Posted by Hello

quarta-feira, novembro 10, 2004


SEM EXPLICAÇÃO... Hoje, tive a triste confirmação de um amigo. Mais um caso de CA .
Não quero parecer pessimista, mas esta doença tem representado a sentença de morte para mim. Recentemente, além de minha mãe, tenho perdido vários amigos e de maneira muito rápida. Todos
gozando de ótima saúde, a maioria ainda jovem e com hábitos saudáveis. Não dá para entender, alguém que nunca fumou, morrer de um câncer de esôfago extremamente agressivo. No caso deste
meu amigo, também não fumante, praticante assíduo de esportes, foi diagnosticado um câncer de pulmão...
Tento me conformar com a idéia de que todos temos um destino, mas às vezes fica difícil saber o que é levar uma vida, realmente saudável. Nos privamos de diversas coisas, disciplinamos nossas
atividades, abandonamos os maus hábitos, tudo por uma vida longeva e salutar. Mas nem tudo tem explicação... Nem mesmo a aurora boreal, espetáculo da natureza que é privilégio de poucos, que habitam as finitudes de nosso planeta...
 Posted by Hello

terça-feira, novembro 09, 2004


Site Meter


Celebridades úteis investem no marketing social
Cresce o número de atletas e artistas buscando imagem humanitária

Afsané Bassir Pour
Em Paris

"O mais duro é não chorar", confia Angelina Jolie, cujos grandes olhos verdes se enchem de lágrimas quando ela conta a sua primeira missão a serviço do Alto-Comissariado para os refugiados (HCR) em Serra Leoa. "Os rebeldes haviam feito da mutilação dos bebês uma arma de guerra. Como esquecer dos olhares desses bebês sem braços, sem pernas? São cenas que são impossíveis de esquecer".
Já faz três anos que a atriz que encarna Lara Croft no cinema foi tomada por uma paixão pelas populações errantes do planeta, a ponto de se tornar uma porta-voz muito poderosa desses povos refugiados, expulsos de suas terras.
Foi durante a filmagem de "Lara Croft" no Camboja que ela se deu conta de que "existia um outro mundo --que não o dela-- e que nele as crianças estavam muito infelizes". Uma "grande admiradora" de Kofi Annan, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), ela lhe propôs portanto a sua ajuda e acabou se tornando, em 2001, embaixadora de boa vontade do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os refugiados (HCR).
Desde então, ela vem percorrendo o mundo, indo ao encontro dos refugiados e, com isso, atrai a atenção dos veículos de comunicação. A mãe adotiva de um pequeno cambojano chamado Maddox, Angelina Jolie acaba também de doar US$ 1 milhão (R$ 2.817,8 milhões) para o HCR.
"O meu trabalho para o HCR deu um sentido à minha vida", garante a atriz, que, até então, não conhecia outro lugar que Hollywood. "Antes disso", prossegue, eu só vivia para mim; agora, pela primeira vez na minha vida, eu me sinto útil e realmente muito mais feliz".
A sua mais recente missão remonta ao mês de junho, no Chade. Lá, ela se encontrou com refugiados da região sudanesa do Darfur, que estavam fugindo das ações de limpeza étnica promovidas por milícias árabes. Depois desta viagem, Angelina Jolie deu início a uma turnê que obteve grande repercussão na mídia, nos Estados Unidos.
"Graças a ela, o Sudão apareceu nas manchetes dos jornais da América profunda; o que mais se pode pedir a uma estrela?", explica Abou Dungus, que lida em nome da ONU, dentro do possível, com os caprichos de cerca de 40 celebridades. "Quando Angelina Jolie fala do Darfur na televisão, as pessoas ouvem o que ela tem a dizer, mais quando um funcionário da ONU fala do mesmo assunto, eles passam para um outro programa".
A estrela americana faz parte de um grupo de cerca de 120 embaixadores de boa vontade da ONU. Assim como o HCR, todas as agências das Nações Unidas --exceto, de maneira estranha, o Escritório das Nações Unidas contra as drogas (cuja sigla é ODCCP)-- também têm as suas estrelas, oriundas de mundos diferentes: música, cinema, negócios, política, algumas poucas dos esportes, também, mas muito raramente do mundo da moda, com exceção do antigo patrão da griffe da alta-costura Yves Saint Laurent, Pierre Bergé.
Essas personalidades emprestam a sua imagem, o seu talento, o seu tempo e, com freqüência, doam os seus milhões a fim de ajudar os outros. Elas são, segundo o ator Michael Douglas, "celebridades úteis".
Tudo começou em 1954, dentro de um avião. Num vôo transatlântico, Maurice Pate, o primeiro diretor executivo do Fundo das Nações Unidas para a infância (Unicef), encontra-se sentado ao lado de Danny Kay, o célebre ator americano.

No final da viagem, este último está convertido à causa da Unicef. Ele decide então utilizar o seu próprio avião e percorrer o mundo --o que ele continuará fazendo durante 33 anos-- para ir ao encontro das crianças e dar conta de seu desamparo ao regressar. Depois dele virão Peter Ustinov, Harry Belafonte, Vanessa Redgrave, Nana Mouskouri, Barbara Hendricks...
Mas foi Audrey Hepburn, que, durante anos personificou o engajamento humanitário de certas estrelas. Uma filha da guerra, a atriz havia vivenciado "a miséria total" na Holanda ocupada, e ela nunca esqueceu, dizia, de que fora a Unicef que a alimentara na Liberação. Ela mais do que retribuiu o favor a esta organização, dedicando-lhe os dez últimos anos de sua vida, viajando de um extremo ao outro do planeta até a sua morte, em 1993, aos 63 anos.
Se as pessoas gostam tanto da Unicef, esta deve a sua imagem em grande parte ao "anjo das crianças", conforme era apelidada Audrey Hepburn. Até hoje, ainda, os membros dos serviços humanitários citam-na como exemplo.
"O que mais me deixou espantada, recorda a sua grande amiga, a escritora italiana Anna Cataldi, é que os refugiados adoravam-na mais que tudo; eles não tinham a menor idéia de quem ela era, mas era ela que eles amavam".
A paixão de Audrey Hepburn era contagiosa: naquela época, muitos acompanharam com a atenção a odisséia da inesquecível heroína de "Breakfast At Tiffany's" ("Bonequinha de Luxo", 1961) no mundo da ajuda humanitária.
Assim, Roger Moore, fascinado pelo envolvimento de Audrey Hepburn, juntou-se a ela na Unicef. Nesta organização, o ex-James Bond permanece até hoje. Ele inicia invariavelmente as suas coletivas de imprensa com o seguinte bordão:
"O meu nome é Moore, Roger Moore, e eu estou de volta de uma missão humanitária". "Eu devo muito a James Bond", indica o ator inglês. Graças a ele, eu posso trabalhar para a Unicef". O personagem do agente 007 lhe permite também "encontrar muitos chefes de Estado que querem ver James Bond de perto!".
Desde a chegada de Kofi Annan à frente da ONU, em 1996, as portas se abriram para uma nova geração de estrelas, tais como a antiga Spice Girl Geri Halliwell, ou ainda a cantora beninense Angélique Kidjo. O secretário-geral, que fez da "parceria da ONU com a sociedade civil" a terceira etapa da reforma de sua organização, precisa de estrelas, e estas, ao que tudo indica, só querem ajudá-lo.
Kofi Annan criou uma nova categoria, os "mensageiros da paz", reconhecíveis pela pomba branca que eles têm na lapela. Por enquanto, eles são nove. Entre eles, estão o boxeador Mohammed Ali, Luciano Pavarotti, Enrico Macias, Anna Cataldi ou ainda Michael Douglas.
Esse último é muito prezado na ONU, pela seriedade do seu trabalho no campo do desarmamento. "Eu escolhi este campo por várias razões", precisa Douglas. "O meu pai --Kirk Douglas-- nasceu em Belarus, e eu queria conhecer a terra dos meus ancestrais, mas, quando lá desembarquei, eu descobri que todas as cidades que o meu pai conhecera haviam sido destruídas pela catástrofe de Chernobyl: elas ficavam na fronteira com a Ucrânia".
O filme de James Bridges, "Síndrome da China" (1979), que conta um dia de crise numa central nuclear, constituiu uma outra razão: "Naquela ocasião, eu aprendi muito sobre esta questão". E a sua ação contra as armas leves?
"Eu era muito amigo de John Lennon", lembra Michael Douglas, acrescentando: "Ser uma celebridade útil' deveria servir para outras coisas além de fazer filmes. Eu utilizo este título para abrir as portas dos senadores, em Washington, e para lhes falar das armas leves e da ONU. Eu me sinto realmente privilegiado por ser um mensageiro da paz", prossegue, "e eu levo o meu dever muito a sério".
Por meio dos seus espetáculos intitulados "Pavarotti e seus amigos", concertos que se tornaram verdadeiros acontecimentos nos últimos dez anos, o tenor italiano, por sua vez, levantou mais de US$ 15 milhões (cerca de R$ 42,27 milhões) para as crianças da guerra. Os "amigos" em questão têm por nome Eric Clapton, Bono, Ricky Martin, Céline Dion, Sting, Stevie Wonder, Liza Minnelli, e há mais outras dezenas deles.
"A música é o oposto da guerra, ela torna as crianças felizes; a guerra as torna infelizes", estima o tenor. "Eu tinha 10 anos no final da guerra; eu conheci os seus horrores". Ele também se diz "muito orgulhoso" do seu status de mensageiro da paz: "É um título um tanto quanto assustador, e eu tento ser digno dele. Eu utilizo o que Deus me deu para tornar a guerra um pouco menos triste para as crianças, e esta é a coisa mais gratificante que eu já tenha feito".
Na França, Emmanuelle Béart, Elsa Zylberstein (atrizes) e Julien Clerc (cantor) também são embaixadores muito ativos. Quanto a Zinédine Zidane, que atua a serviço do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), ele organizou, em dezembro de 2003, em Basiléia (Suíça), com os seus colegas jogadores do Real Madrid, uma partida de futebol "contra a pobreza".
A ONU conhece o valor das estrelas. Mas é para lidar com o ego de algumas dentre elas que ela enfrenta, de vez em quando, dificuldades. Assim, a primeira missão de Julia Roberts para a organização foi também a sua última.
Quando enviada para o Haiti, a estrela de "Pretty Woman" ("Uma Linda Mulher") recusou categoricamente a presença da imprensa. "Sem a presença das televisões, a missão não tinha mais sentido algum", recorda um funcionário da ONU. A idéia não era de organizar uma viagem privada para que a senhora Roberts pudesse segurar alguns bebês nos seus braços e chorar algumas lágrimas diante dos haitianos, que nem sequer sabiam quem ela é".
Algumas décadas antes, uma outra grande dama do cinema que, por sua vez, era italiana, viajara, "em primeira classe e com o seu cabeleireiro", até um campo de refugiados na Somália. Sylvana Foa, que na época era a porta-voz do HCR, não esqueceu deste episódio:
"Sophia Loren não conseguia andar na lama com os seus saltos-agulha! Ela queria absolutamente plantar uma árvore --que idéia! Plantar uma árvore no meio do deserto! -, e, além disso, ela fez questão de dizer às crianças para sobretudo não se esquecerem de regá-la todos os dias".
Mas, "a cena mais alucinante", recorda-se Sylvana Foa, dando gargalhadas, "foi quando Sophia Loren segurou o queixo de uma criança esfomeada, dizendo-lhe: 'mamma mia, mas você está muito magro demais; você precisa me prometer que vai comer mais!'". A sua carreira humanitária foi de curta duração.
Elizabeth Taylor foi muito mais útil. A atriz de olhos violeta e de muitos maridos foi a primeira a se mobilizar contra a Aids. Depois da morte do seu grande amigo Rock Hudson, em 1982, ela fundou a American Association for Aids Research (AmFAR), uma fundação para pesquisas sobre a Aids. Isso porque nem todas as estrelas trabalham para a ONU. Algumas delas preferiram de fato agir por conta própria, o que foi a caso, por exemplo, de Bono, o cantor irlandês do grupo U2.
Este rock star é sem dúvida uma das únicas pessoas no mundo a poder dizer o que ele quer, a quem ele quer. E lá foi ele até o Vaticano para explicar ao papa, e depois para a imprensa, que a sua oposição aos preservativos era criminosa e que isso precisava mudar. Naquele dia, ele chegou a ponto de disparar: "Caso contrário, eu vou ficar muito bravo". Ao recebê-lo, João Paulo 2º tentou acalmar a cólera do cantor católico e dos seus milhões de fãs pelo mundo afora.
Bono também viajou até Washington, mais precisamente para visitar a Casa Branca, onde ele denunciou a posição de George W. Bush em relação à dívida da África. O resultado deste encontro foi que, ao sair do salão Oval, o presidente americano anunciou uma redução de US$ 5 bilhões (R$ 14,07 bilhões) da dívida dos países pobres.
Mas Bono quis ter a certeza de que aquela não era uma promessa de circunstância. Aproximando-se do microfone, ele disse: "Eu lhe sou muito agradecido, senhor presidente, pela sua generosidade, mas agora, seria melhor se o senhor nos mostrasse a cor do seu dinheiro".
Quando ele não está gravando um disco, o líder do U2 explora portanto a sua celebridade. Ele sabe também impressionar os homens do poder com os seus conhecimentos técnicos. "Ele conhece os seus dossiês de cor e salteado, melhor do que qualquer especialista", garante o presidente do Banco Mundial, James Wolfensohn, que se tornou "um amigo e um grande fã" do cantor.
Do seu jeito, Bono transformou o "rock-ativismo", inventado em 1981, pelo seu herói, Sir Bob Geldof (o antigo cantor do grupo The Boomtown Rats). Na época, este havia conseguido arrecadar, com o Live Aid, milhões de dólares para lutar contra a epidemia de fome na Etiópia.
Durante um jantar em Berlim, organizado recentemente pela Global Business Coalition (Coalizão mundial das empresas, CME), para discutir modalidades de luta contra a Aids, foi a vez do chanceler alemão, Gerhard Schröder, e dos patrões das maiores multinacionais de descobrirem as peculiaridades do estilo de Bono.
Segurando com as duas mãos o microfone como se ele fosse cantar "Achtung Baby", ele disse: "O meu nome é Bono, e ich bin ein [eu sou um] rock star e, na qualidade de rock star, eu considero ser também o meu dever de desafinar o coro dos contentes, mas, acredite, senhor Schröder, a história será ainda mais impiedosa com o coro dos contentes, caso o senhor não abrir o seu coração e, sobretudo, a sua carteira para vencer a Aids".
Então, considerando a mesa de honra onde estavam sentados grandes patrões tais como Jürgen Shrempp (DaimlerChrysler), Raymond Gilmartin (Merck), Bertrand Collomb (Lafarge e vice-presidente da CME) e Douglas Daft (Coca-Cola), o cantor disparou:
"Os senhores sabem que não faz parte dos hábitos dos rock stars, passar parte do seu tempo na companhia de homens trajando ternos, mas este rock star que vos fala está precisando de homens de terno. Senhores, vamos dizer as coisas francamente: se nós somos capazes de levar esta bebida marrom escura e gasosa até todos as vilas da África, nós podemos também levar remédios até elas".
Fonte: Uol / Le Monde Posted by Hello

segunda-feira, novembro 08, 2004


Brasil faz encontro pioneiro sobre responsabilidade social
15-10-2004 - Curitiba


O Brasil será o primeiro país a realizar, em nível nacional, uma troca de experiências e informações entre empresas participantes do Pacto Global - uma iniciativa da ONU para estimular a responsabilidade social. Em novembro, a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP) vai sediar a primeira edição do Fórum de Aprendizado, uma versão local de um evento internacional organizado pelas Nações Unidas (veja a programação completa do Fórum de Aprendizado).
O Fórum vai incluir seminários, apresentação de experiências bem-sucedidas de responsabilidade social e debates sobre pontos ligados à ação social das empresas. “Será a primeira oportunidade de quem já está em um estágio mais avançado compartilhar experiências com quem quer aprender”, afirma Marcelo Linguitte, gerente de assuntos institucionais do Instituto Ethos. O instituto é um dos organizadores do evento, junto com a FIEP, o PNUD e o Comitê Brasileiro do Pacto Global. O encontro é aberto ao público; a taxa de inscrição é de R$ 120 por pessoa.
Marcado para 24 de novembro em Curitiba, o Fórum vai debater pontos como: evolução do Pacto Global no Brasil, avanços e desafios do Pacto Global no mundo, estratégias de incorporação dos princípios do pacto na gestão das empresas, papéis de diferentes setores na promoção da iniciativa e relação entre o Pacto Global e os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) - uma série de metas socioeconômicas que os países da ONU se comprometeram a atingir até 2015, englobando áreas como meio ambiente, educação e renda.
“Uma das características do Pacto Global no Brasil é sua estreita ligação com os Objetivos do Milênio”, frisa Linguitte. “Os dez princípios do Pacto Global são motivacionais, mas não mostram concretamente o que a empresa precisa fazer. Os Objetivos são claros, concretos”, compara. Assim, as companhias serão convidadas a mostrar quais medidas têm tomado para ajudar a atingir os indicadores dos ODM.
No Fórum, os casos bem-sucedidos serão apresentados em quatro etapas, seguindo as quatro áreas em que são divididos os dez princípios do Pacto Global: Direitos Humanos, Direitos do Trabalho, Meio Ambiente e Combate à Corrupção.

Fonte: www.pactoglobal.org.br Posted by Hello

SEGUNDA... e eu de volta ao trabalho. Estou atolada de serviço e com uma cirurgia inevitável. Mulher é como bomba relógio... depois dos entas, se agravam os problemas da dita disfunção hormonal e sempre tem algo pra ser removido, senão explode. Então adiam-se os planos, cancelam-se as viagens... Ah! que fase!!! Posted by Hello

domingo, novembro 07, 2004


DOMINGO... e eu trabalhando aqui sozinha. Fazer o quê? Ossos do ofício. Posted by Hello

sexta-feira, novembro 05, 2004


Eu e o Bom Velhinho totalmente original. Posted by Hello

quinta-feira, novembro 04, 2004


Crea lança selo de responsabilidade social para empresas


O jornal O Globo do dia 5 de outubro traz a notícia de que o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado do Rio de Janeiro lançou o selo Crea-RJ de Responsabilidade Social. O objetivo do selo é identificar empresas da área tecnológica, registradas no Crea-RJ, que promovam ações de responsabilidade social ligadas à inclusão tecnológica, à aplicação dos princípios da Agenda 21, contribuam para atender as funções sociais das cidades conforme o Estatuto das Cidades e incentivem o primeiro emprego tecnológico.
O interesse do Crea-RJ em certificar as práticas socialmente responsáveis das empresas é mais uma prova de que a preocupação das empresas brasileiras, das mais diversas áreas, está indo muito além do produto. Tendência comprovada pela pesquisa “Responsabilidade Social Empresarial: um retrato da realidade brasileira”, realizada pelo Instituto Akatu em parceria com o Instituto Ethos.
A pesquisa traz uma visão detalhada dos diferentes estágios da prática da Responsabilidade Social Empresarial no Brasil de hoje. E os resultados revelam que as empresas têm o consumidor como foco principal de suas ações de responsabilidade social - das 10 ações mais praticadas pelas empresas, 6 são voltadas ao cliente ou consumidor. Uma percepção que reforça a idéia de que as demandas dos consumidores são um fator chave para a ampliação do movimento das empresas para a gestão socialmente responsável.
Os consumidores brasileiros, por sua vez, estão cada vez mais atentos à atuação social das empresas. Uma outra pesquisa do Akatu, sobre a consciência de consumo no Brasil, mostra que 44% dos consumidores brasileiros afirmam que o papel das grandes empresas é não apenas de produzir, pagar impostos e gerar empregos, mas fazer tudo isso com padrões éticos elevados e contribuindo ativamente para o desenvolvimento da sociedade. Este número era de 35% há menos de 4 anos, tendo crescido mais de 30%.
De acordo com os resultados da pesquisa, existe um segmento diferenciado entre os consumidores brasileiros: um grupo que se define exclusivamente por sua adesão às práticas do consumo consciente, e do qual fazem parte pessoas de todas as classes sociais, idade e grau de instrução. Selos de certificação, como o lançado pelo Crea-RJ, são um instrumento importante para os consumidores poderem avaliar e comparar empresas segundo sua responsabilidade social. Somente bem informado, o consumidor poderá prestigiar as mais responsáveis e aprofundar este movimento entre as empresas.
Estamos, portanto, caminhando a passos largos em busca do perfil das empresas que queremos para a nossa sociedade. Percepção que vem crescendo tanto do lado dos consumidores quanto do lado das empresas.


Responsabilidade Social Empresarial: um retrato da realidade brasileira

Esta pesquisa inédita foi realizada pelo Instituto Akatu pelo Consumo Consciente em parceria com o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social. Partindo dos Indicadores Ethos de Reponsabilidade Social Empresarial, a pesquisa investigou as ações mais praticadas pelas empresas brasileiras. Os resultados revelam que as empresas brasileiras têm o consumidor como foco principal de suas ações de responsabilidade social - das 10 ações mais praticadas pelas empresas, 6 são voltadas ao cliente ou consumidor. Esta percepção reforça a idéia de que as demandas dos consumidores são um fator chave para a ampliação do movimento das empresas para a gestão socialmente responsável.
Para segmentar as empresas pesquisadas segundo o grau de evolução em responsabilidade social, foram consideradas 55 ações possíveis de serem implementadas por empresas de qualquer porte. Para cada ação, a empresa poderia responder de “nunca discutiu o assunto” até “tem ação ou projeto realizado”. Na segmentação, foram consideradas as respostas “tem ação implantada e consolidada”.
De acordo com a quantidade de ações que as empresas praticam, foram obtidos quatro estágios que representam o atual retrato da responsabilidade social no Brasil. Os estágios têm a seguinte composição:
Estágio 0 (19% das empresas): não realizam nenhuma ação de responsabilidade social
Estágio 1 (31% das empresas): realizam de 1 a 8 ações
Estágio 2 (18% das empresas): realizam de 9 a 13 ações
Estágio 3 (19% das empresas): realizam de 14 a 22 ações
Estágio 4 (13% das empresas): realizam 23 ou mais ações
O estágio 4 - nível em que se encontram as empresas com melhor desempenho - é majoritariamente composto por grandes empresas (59%), mas apresenta uma participação razoável de médias (21%) e pequenas (20%). As pequenas empresas são maioria (62%) no estágio 1, em que as médias representam 33% e as grandes 5%.

Fonte: Instituto Akatu
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segunda-feira, novembro 01, 2004




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SAUDADE Hoje eu inundaria um deserto com minhas lágrimas. A tristeza entorpece minha mente e não me deixa entender a morte. Como não sentir sua falta, se esteve comigo desde meu primeiro suspiro e me acalentou por todos estes anos? Quero esquecer a dor e transfomar esta saudade em boas lembranças, mas ainda não consigo. Quem sabe no seu próximo aniversário, eu já não esteja tão triste...  Posted by Hello

sexta-feira, outubro 29, 2004


O NATAL CADA VEZ MAIS CEDO... A cada ano, o comércio vem antecipando o clima de Natal. Quando finalmente chega 25 de dezembro já desgastamos até o espírito natalino. Não tem mais tanta graça, ou será que é porque estamos ficando mais velhos? A verdade é que o Natal se tornou uma data mais festiva e comercial do que propriamente de comunhão entre as pessoas e as famílias. Esta idealização de um Natal cheio de luzes, presentes e uma ceia farta, deixa muitas pessoas frustadas, especialmente as crianças. Ainda que seja só uma data, e que no dia seguinte a gente sabe que todos voltam a mesma rotina, é difícil não querer participar. Por isto, acredito nestas ações que perduram por todos os dias do ano e que ainda fazem um esforço especial no Natal, presenteando as crianças e dando-lhes a oportunidade de também se sentirem parte desta sociedade que nós mesmos construímos.  Posted by Hello

quarta-feira, outubro 27, 2004


ASSÉDIO SEXUAL NAS EMPRESAS

Quando a vítima é você.

Se você é uma mulher que mantém sempre uma postura profissional com seus chefes, veste-se adequadamente ao ambiente que trabalha, trata todos cordialmente e não acha graça quando seu chefe faz aquelas piadinhas mais ousadas fingindo que não entende, ainda assim você pode ser vítima deste tipo de abuso.
Vejam este exemplo. Depois de quatro longos anos, empenhada em realizar um ótimo trabalho, sempre buscando benefícios para a Empresa e ignorando a turma de acomodados, a funcionária descobre que as segundas intenções de seu chefe podem colocar tudo a perder.
Sempre recebeu elogios pelas iniciativas e novas idéias. De vez em quando os elogios eram também para as roupas que estava vestindo, a maquiagem que estava usando, o cabelo... E aí vieram os almoços de negócios, no início com mais pessoas, depois só para “o chefe não almoçar sozinho”, mas ela sempre se manteve a distância. Durante a rotina do dia-a-dia algumas manifestações de ciúmes começaram a surgir, e ele começava a implicar com o serviço dela. Ao longo dos anos, estas discussões começaram a interferir no andamento do trabalho, eram imposições absurdas. Uma recusa no convite para almoçar, era motivo de mau humor e chantagens. Ela já não tinha mais liberdade nem de pagar as contas neste horário, fazer compras ou almoçar com outros funcionários. Ele foi perdendo o controle, mais ainda assim ela não dava liberdade para ele declarar suas verdadeiras intenções. Foi então que ela resolveu reagir a esta perseguição implacável, e levou o assunto aos diretores. Só que, por ter muita consideração pela empresa, não falou em tom de ameaças e simplesmente mencionou que não entendia o que estava acontecendo, já que seu trabalho era sempre elogiado. Alegou que só chegou a esta atitude extrema, pois não via mais condições de desenvolver suas atividades naquele departamento, devido às atitudes de seu superior.
Fez questão de relembrar seu empenho e o bom relacionamento que sempre manteve com todos.
Enfim a história terminou com uma chamada no chefe e para ela, uma promoção mais do merecida.
Moral da história, às vezes dá para transformar problemas em oportunidades, como prega o marketing.
Basta ter muita paciência e um pouco de inteligência.

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quinta-feira, outubro 21, 2004


Vulcão Etna / Itália - As vezes dá vontade de explodir, assim como faz a natureza sabiamente. Posted by Hello

sexta-feira, outubro 15, 2004


Foto Sebastião Salgado


Violência silenciosa
FREI BETTO

Eric Weil observa com muita propriedade, em sua "Filosofia Política", que a principal característica do Estado moderno é o monopólio da violência. Outrora, senhores feudais maltratavam seus servos, assim como chefes militares condenavam subalternos à pena capital. Agora, só o Estado detém esse direito. Só ele pode legalmente suprimir a liberdade de um cidadão, cassar-lhe os direitos, vasculhar as suas contas, grampear o seu telefone, bani-lo e, em muitas nações, decretar a sua morte. Há países em que nem mesmo os pais têm o direito de castigar fisicamente os filhos, sob pena de estes buscarem proteção da lei e se afastarem do convívio familiar.
O que os filósofos políticos não abordam é essa violência silenciosa, porém não menos cruel, da progressiva condenação de uma pessoa à exclusão social. Essa é uma característica intrínseca ao sistema capitalista, que enriquece uns poucos à custa da pobreza de muitos, sobretudo nessa etapa neoliberal, em que a especulação financeira predomina sobre o investimento produtivo.
Basta examinar a questão fundiária no Brasil, onde há muita terra para poucos e pouca terra para muitos, provocando essa pressão demográfica sobre os centros urbanos, acelerada pelos fluxos migratórios em que a fuga da carência significa o encontro da miséria
O que os filósofos políticos não abordam é a violência silenciosa da progressiva condenação de uma pessoa à exclusão social
A violência silenciosa do Estado não é amparada nem condenada pela lei, pois se legitima pela "fatalidade" das atuais estruturas sociais e dos paradigmas da economia de mercado. Assim, avalia-se o crescimento de uma nação pelo aumento do PIB -mero exercício de econometria-, e não pela qualidade de vida da população ou pelo aumento do poder aquisitivo dos trabalhadores.
Por força de medidas macroestruturais, como ajustes fiscais, superávit primário e balanço de pagamentos, milhões de seres humanos são progressivamente privados de acesso à renda, ao trabalho, à terra, aos bens essenciais, à sobrevivência. Empobrecidos, vêem-se obrigados a morar em acampamentos rurais ou favelas urbanas, sem direito à saúde, à educação e à informação. E uma parcela desses excluídos, afetada por distúrbios mentais, pela depressão decorrente do desemprego ou pelo absenteísmo, vitimada pelo alcoolismo ou pelas drogas, acaba na rua, sobrevivendo da mendicância.
Essa violência que, no mês passado, emergiu com uma brutalidade que nos escandalizou e desafiou -a dos massacres de moradores de rua por quem faz do preconceito uma arma letal- é precedida e favorecida pela violência silenciosa do poder público, que não se empenha o suficiente para promover políticas emergenciais que ponham fim à população de rua nem implementa políticas estruturantes que erradiquem a miséria.
Aqui não se trata de discutir qual governo, de que época ou partido, fez ou deixou de fazer. A questão é mais profunda: o Estado brasileiro, desde o período colonial, permanece engessado pelos interesses dessa parcela dos 10% da população que detêm cerca de 45% da riqueza nacional. E, hoje, o ajuste fiscal não se coaduna com a responsabilidade social. Se ficar, o bicho come; se correr, o bicho pega. Sobretudo quando não se tem, para o Brasil em que vivemos, um projeto e uma estratégia de desenvolvimento sustentável para o Brasil que nós queremos. A política amesquinha-se quando perde o horizonte utópico. E as nossas vidas também.
Como me disse o jornalista Chico Pinheiro, "o sangue do Cordeiro foi derramado nas ruas de São Paulo". E também de outros Estados. Mas ele não lava os nossos pecados; ao contrário, denuncia-os. Pois como explicar essa nossa capacidade de conviver tão insensivelmente com pessoas criadas à imagem e semelhança de Deus e, no entanto, excluídas, não apenas da vida social, mas também de um teto ou de uma terra onde possam se abrigar?
Condenados às ruas, esses seres humanos se misturam com sucatas, insetos e lixo, degradados em sua dignidade. Muitos, como algumas das vítimas de São Paulo, não são apenas sem-teto. Chegam ao extremo de ser sem-nome. Porque não mereceram a sorte da loteria biológica: nenhum de nós escolheu a família e a classe social em que nasceu. Se não estávamos no lugar daquelas vítimas, foi por mero acaso.
O justo seria todos nascerem com direito à plena cidadania, sem o risco de terem as suas vidas abreviadas pela miséria e pela violência. Mas, para isso, é preciso um Estado que renuncie à violência silenciosa e faça do combate à desigualdade social uma prioridade, ainda que desagrade aos donos do dinheiro e do poder.

Carlos Alberto Libânio Christo, o Frei Betto, 60, frade dominicano, escritor, é assessor especial da Presidência da República e autor de, entre outras obras, "Típicos Tipos - Perfis Literários" (A Girafa).
Fonte - Folha Posted by Hello