Problemas no trabalho? Fale sobre eles, pois ninguém lê pensamentos
Chefe que esbanja mau humor, piadinhas ofensivas de um colega que se acha engraçadinho... Situações delicadas como essas são comuns no trabalho. Há quem enfrente problemas ainda mais sérios, como o assédio sexual e o chamado assédio moral. O que fazer nessas horas? Falar sobre as dificuldades e se unir a outras pessoas que compartilhem do mesmo problema para, juntas, tentarem solucioná-lo é o que propõe a psicóloga Tatiana Wernikoff, diretora do Instituto de Psicologia Organizacional.
No programa "Trabalho" desta sexta-feira, a especialista respondeu às dúvidas que os internautas enviaram por e-mail (leia as respostas na íntegra
"Assim começou o assédio moral, que é um termo novo para algo antigo", comentou. "A relação chefe-subordinado sempre foi de poder de um sobre o outro. Dentro disso, para conseguir que o outro fizesse alguma coisa, usava-se a 'chantagem', a pressão, a ameaça de prejudicar a carreira ou impedir a promoção..."
Gastrite e dores
Os problemas de relacionamento no trabalho atingem primeiro o lado pessoal e não o profissional. "Aquela pessoa que tem um pouco de gastrite, dor nas costas, acorda cansada pode estar sofrendo um reflexo de tudo o que ela está passando no trabalho", comentou a psicóloga.
Não adianta o superior ser bom de técnica e ruim na hora de lidar com a equipe. "Não tem que ser íntimo para trabalhar junto, mas é preciso entender que existem diferenças e não é o seu jeito que está certo."
A necessidade cada vez maior de resultados e alta produtividade favorece as relações, acredita a especialista. "Para alcançar isso a pessoa tem que estar bem, não pode estar preocupada com a pressão emocional. Aliás, isso de cobrar o outro -sobre o que está fazendo, quando está fazendo e como- já está morrendo. Não dá mais tempo de cuidar do seu trabalho e saber se o outro está cuidando do dele."
Brincadeira maldosa? Corte logo de cara
Diante de relacionamentos difíceis, conversar é a melhor solução.
"A gente desenvolveu muitas competências, mas ainda não consegue ler pensamento. Toda vez que estou em dúvida sobre o que passa na cabeça do outro, a dica é perguntar. Abrir papo", ensinou.
No caso de sentir-se ofendido, o melhor é cortar logo de cara. "Num tom mais baixo, sem agredir, diga: 'olha, eu não gosto de ouvir isso, é desagradável' ou 'por favor, não grite comigo'."
É mais fácil resolver o problema se mais pessoas passam por ele. "Sozinho não dá pra mudar o mundo, mas as equipes estão se unindo mais hoje em dia."
Assédio sexual
Ao responder a uma internauta sobre como alguém percebe que está sendo assediado sexualmente, Tatiana explicou: "Isso depende muito do tipo de pessoa. Se é extremamente tímida, pode se sentir assediada se alguém chegar perto e encostar a mão nela. Enfim, pode-se até interpretar atitudes que são de busca de aproximação como sendo assédio. Mas assédio não tem nada de sutileza, é quase uma invasão."
O melhor é impor limites desde cedo. "Uma coisa é certa: usar a intimidade, o emocional ou o físico para conseguir alguma coisa é antiético. De qualquer maneira, sendo assédio ou não, é inadequado."
Fonte - Uol
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