segunda-feira, janeiro 31, 2005
NÁDIA REBOUÇAS
Desde 1.992 comecei a perceber meu trabalho como uma grande oportunidade. Até aí, trabalhar com propaganda havia produzido inúmeros conflitos. Não entendia como eu, uma pessoa que havia trabalhado com educação, feito sociologia e que sonhava em mudar o mundo podia, de repente, estar metida no mundo empresarial, fazendo estratégias para vender mais cotonetes, modess ou produtos bancários. Mas era ali que eu estava aprendendo muito, como pude perceber anos depois.
Aprendi quais eram as ferramentas do marketing, fiquei fascinada com as técnicas de pesquisa e surpresa com os resultados das campanhas publicitárias. Mesmo com certo gosto amargo na boca ao fim dos trabalhos, o durante garantia um aprendizado: pouco a pouco eu entendia como funcionava o mundo. O lucro, o desejo pelo status, as crenças e estilos de vida que eram criados através de toda uma estrutura da propaganda comercial. Ajudava todos os meus amigos da área cultural a desvendar o desejo das empresas para auxiliar a vender essa ou aquela peça de teatro ou show, profissionalizava a busca de patrocínios de forma muito intuitiva. Aos poucos, fui me dando conta de que planejamento estratégico era o caminho organizado para ir buscar o que se quer. Se eu queria mudar comportamentos, percepções, talvez funcionasse eu usar as técnicas que vendiam sabonete.
Em 1.992, conheci as ONG’s no Aterro do Flamengo. Conheci suas causas e sonhos. Ficou claro qual seria meu trabalho dali para frente.
Ação da Cidadania
Em abril de 1.993, Betinho convocou um grupo de publicitários para conversar sobre a campanha que queria fazer e eu fiquei encarregada de fazer o planejamento estratégico. Os profissionais das agências de publicidade "ganharam a conta". Os veículos de comunicação foram convocados a participar. O produto era totalmente novo: solidariedade.
Era a primeira vez que a fome era discutida, pensada publicamente. A distribuição eram os comitês. A forma de participar? Totalmente livre. Qualquer um podia estabelecer seu comitê, escolher o tipo de ação que gostaria de desenvolver. A mídia dava o brief para os comitês.
Foram, na realidade, 3 anos de campanha, de movimento social intenso. Os spots na TV davam a devida importância à fome, mostravam ações realizadas por comitês para inspirar outros, convocavam os comitês a realizarem ações para ageração de renda. Aí eu fiquei totalmente surpresa: recolher comida era uma coisa fácil, mas gerar renda através de ações autônomas da população? Acreditamos que seria possível, e mais de 3.000 experiências foram filmadas pelo IBASE. Ações que iam de produção de marisco a sandálias tipo Havainas com a marca da Ação da Cidadania.
Betinho queria mais: Carta da Terra. Um dos textos mais bonitos sobre a terra em forma de cartão postal. Fizemos um comercial com Eva Wilma que nunca foi veiculado. Chegamos ao limite. Falar de reforma agrária em 1.995 ainda não podíamos. Betinho se enfraqueceu, e a doença que nele dormia tomou conta do palco. Sobrou tudo que vemos hoje no Brasil com o amadurecimento da cidadania: empresas na Responsabilidade Social, profissionais de comunicação mais atentos, ONG’s aprendendo a planejar e ganhar apoio popular, além dos programas de Governo, como o Fome Zero que infelizmente não entenderam que é com a população que se faz. Cidadania não é assunto de Governo. Com muita luta, as ONG’s descobrem a força da comunicação e perdem o preconceito.
A partir daí, minha vida profissional foi complicada. Mais ou menos como se tivesse descoberto um remédio que ninguém queria tomar. Não vi mortes, mas vi enfraquecimento, perda de tempo e muito dinheiro gasto irresponsavelmente com campanhas sociais que não foram capazes de gerar movimentos concretos de transformação social.
Não são realizadas pesquisas com vários perfis psicográficos, como normalmente nós publicitários fazemos para vender produtos e serviços. Não há profissionais especializados na atuação social. Gastamos milhões na véspera do Carnaval com campanhas contra a AIDS e o Turismo sexual, por exemplo. As ONG’s que estudam e trabalham com os temas não têm oportunidade de pensar, refletir, fazer um plano de comunicação. A TV é sempre a mídia prioritária, quando não a única. Não há um plano de mídia estratégico que possa realmente gerar movimento, mexer com o que pensamos, e que na prática vai determinar as nossas ações.
São problemas complexos, desafios imensos em cima dos quais não nos dedicamos durante todo o ano. Até o Carnaval chegar. Se fazemos tudo igual, por que esperar resultados diferentes? O problema do uso da camisinha no Brasil é um enorme desafio para quem conhece os motivos dos vários públicos-alvo para que ela esteja fora de cena na hora H. não é um spot de TV com música de Carnaval que vai amadurecer a nossa população. Precisamos de comunicação sim, mas não essa que está aí.
Ano 2005 – O marco de uma nova visão
A Rebouças & Associados montou uma oficina no Fórum Social Mundial porque pode neste ano perceber uma mudança profunda no uso da comunicação em duas oportunidades: Campanha contra o racismo e violência contra a mulher. Duas campanhas que foram planejadas, realizadas na rede de ONG’s que conhecem a fundo os problemas com um plano de comunicação por trás. Curiosamente, praticamente sem recursos, conquistando parceiros no mesmo modelo da Ação da Cidadania.
A Campanha do Diálogos contra o racismo nasceu do desejo de 40 ONG’s que se reuniam há alguns anos. A pesquisa, no caso, foi feita em vídeo (temos mais de 300 depoimentos filmados) a partir de uma pergunta: Onde você guarda o seu racismo? A hipótese é que conseguiríamos explicar por quê na pesquisa do Instituto Perseu Abramo 87% dos entrevistados dizem acreditar que no Brasil há racismo, enquanto somente 4% se admitem racistas. O racismo está escondido, é claro. Na realidade, não está só escondido, está guardado porque, de formas sutis, cuidamos de guardá-lo para poder usá-lo quando consideramos conveniente. Não guarde seu racismo, jogue fora. Não será fácil, mas plantou-se a primeira semente para que um guarda dentro do ônibus pense antes de pegar para revistar primeiro o jovem negro. Alguém poderá dizer: Ei, onde você guarda o seu racismo? Mas precisamos repetir isso, sustentar isso com outros argumentos. A frequencia é fundamental para construir marcas. E queremos construir uma nova marca para a nossa cultura. Alguém acredita que a Coca-Cola seria o que é se a sua comunicação não se repetisse?
Nós só começamos. Mas começamos com gente que entende, com a participação em rede, com multiplicação pelos agentes de transformação, com um site que registra todo dia manifestações, opiniões. Essa é a comunicação para construir um novo mundo. A campanha da Violência contra a mulher, coordenada pelo Instituto Patrícia Galvão, seguiu o mesmo caminho novo: discussão com as ONG’s, parceria. Foco: vamos falar com os homens. Esse é o público-alvo. Uma pesquisa qualitativa ajudou a criação a ajustar a linguagem, os gestos. A Agência popular trabalhou com o desejo de acertar. Resultado: comerciais inesquecíveis que remontam aos ícones diários de uma família e que leva, pela primeira vez, os homens a um movimento de reflexão e amorosamente. Não tenho dúvida de que foi dado um salto quântico na forma de tratarmos os problemas de gênero no Brasil, mas temos que repetir, repetir, sutentar.
O Problema
Não há recursos para se pensar e planejar comunicação social no brasil. Há verbas do Governo e um modelo de trabalho que não atende tecnicamente a necessidade de se obter resultados eficientes.
O Governo precisa refletir e mudar radicalmente suas opções de comunicação social. Existem cases que demonstram novas maneiras de se trabalhar. Camisinha não é sabonete. Os problemas sociais precisam de especialistas, pessoas que conversam com sa comunidades, pesquisas de conteúdo, conhecimento histórico. Os sabonetes também exigem conhecimento de mercado, pesquisas, análises de segmentação, mas, neste caso, existe uma empresa que mede seu lucro. Quem mede o lucro social das campanhas? Temos muito que aprender para dar tecnicidade aos trabalhos de comunicação social.
Fonte: Rebouças & Associados por e-mail
quarta-feira, janeiro 26, 2005
PROSTITUIÇÃO INFANTIL
A prostituição infantil está presente em todas as capitais brasileiras e em muitas das grandes cidades do País, sobretudo as do litoral nordestino. Entre seus principais fatores estão a pobreza e o turismo sexual. A informação está contida no primeiro levantamento nacional sobre exploração sexual comercial infanto-juvenil, a ser divulgado hoje, às 10h, no Ministério da Justiça, pelo ministro Nilmário Miranda, chefe da Secretaria Especial de Direitos Humanos. Produzido em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Universidade de Brasília (UnB), o estudo identificou os municípios brasileiros em que a exploração incide. Levantou também os programas governamentais que existem em cada município para enfrentar o problema. Segundo Nilmário, esta é a primeira vez que o Brasil terá um diagnóstico completo sobre a exploração sexual infanto-juvenil e as estratégias para a sua superação. O documento não terá estatísticas, nem ranking dos priores municípios, mas mostrará as circunstâncias que mais propiciam o problema, além do perfil das vítimas e sua condição social. Por conta da gravidade do problema, o governo relançou, às vésperas do carnaval, a campanha de Combate à Exploração Sexual Infanto-Juvenil no País. As ações darão prioridade às cidades litorâneas e às capitais nordestinas. Haverá atenção redobrada sobre turistas estrangeiros. Com o estudo, segundo destacou o ministro, o poder público e a sociedade terão condições de ampliar as ações contra a exploração sexual de menores. O governo federal deverá lançar mão de programas de transferência de renda, como o Bolsa-Família, para evitar que crianças e adolescentes carentes sejam atraídas por aliciadores. O estudo foi feito a partir do mapeamento geossocial e político dos municípios brasileiros, do IBGE; de dados de pesquisas já realizadas sobre o tema; de informações coletadas no Disque-Denúncia, e das recomendações da CPI mista que investigou a exploração sexual de crianças e adolescentes no Brasil.
Fonte - Jornal O Est. São Paulo - Vannildo Mendes
Lei em Salvador combate a prostituição infantil
A capital baiana agora tem uma legislação própria de combate à prostituição infantil. A medida foi sancionada ontem à tarde pelo prefeito, João Henrique Carneiro (PDT). É a Lei 6.650/2005, que pune os estabelecimentos comerciais que tenham qualquer tipo de ligação com a prostituição infantil, com penas que vão da multa à cassação do alvará de funcionamento. De acordo com a nova lei, hotéis, motéis, pensões, bares, restaurantes, casas noturnas e similares destinados à realização e promoção de eventos artísticos e/ou musicais serão sumariamente fechados se fizerem apologia, incentivarem ou explorarem crianças e jovens, também, no chamado turismo sexual. João Henrique declarou que espera contar com o apoio da população no combate a essa modalidade de crime. "É uma maneira de garantirmos o cumprimento pleno da lei, porque esta é uma luta de todos os interessados no assunto. É uma luta do Poder Judiciário, Ministério Público, além das polícias Civil e Militar, para identificar e denunciar esse tipo de crime", afirmou.
Fonte - Terra
segunda-feira, janeiro 24, 2005
RESPONSABILIDADE SOCIAL E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Por Ricardo Young
A responsabilidade social empresarial (RSE) definitivamente tornou-se uma importante ferramenta para a sustentabilidade das organizações. Hoje, os conceitos que norteiam uma gestão socialmente responsável – a relação ética e transparente com todos os públicos que se relacionam com a empresa para o desenvolvimento do seu negócio e da sociedade, preservando-se os recursos ambientais e humanos para as gerações futuras – trouxeram vários benefícios para as organizações.
Pesquisas como o estudo Criando Valor revelam que benefícios tangíveis como redução de custos, melhora de produtividade, crescimento de receitas, acesso a mercados e capitais, melhora no processo ambiental e gestão de recursos humanos foram alcançados por empresas que optaram pelo caminho da sustentabilidade. Ganhos intangíveis também devem ser contabilizados, como valorização da imagem institucional, maior lealdade do consumidor, maior capacidade de atrair e manter talentos, capacidade de adaptação, longevidade e diminuição de conflitos.
Todavia, a responsabilidade social empresarial como fator de competitividade estimulou muitas empresas e seus gestores a adotar práticas de RSE sem nenhum planejamento estratégico. Outras adotaram em seus discursos conceitos de RSE sem realizar no mínimo um trabalho de reflexão sobre sua história e seus valores. Conseqüentemente, não foi possível, ainda, avançar para novos modelos de gestão e obtenção de resultados concretos na gestão da RSE. À medida que os stakeholders têm mais acesso às informações sobre a empresa e sobre sustentabilidade, as expectativas em relação às mesmas tendem a aumentar, com a exigência de mais responsabilidade e transparência em suas ações.
Por outro lado, nesse constante aprimoramento das práticas empresariais, existem empresas que já evoluíram amplamente em sua gestão e em seus indicadores — estando próximas da excelência — e se acham prontas para dar um salto em direção a modelos de maior consistência sistêmica, como o de sustentabilidade empresarial, derivado do conceito de desenvolvimento sustentável (DS), este emanado do conceito de responsabilidade social e trazido para a prática de negócios por meio do modelo do Triple Bottom Line.
Por sua inspiração e por sua estrutura conceitual, os modelos de RSE e DS são equivalentes nos seus propósitos — criar valor tanto no plano econômico quanto no social, beneficiando a sociedade pelo exercício da liderança baseada na riqueza criada e utilizando no presente os recursos do planeta e das nações, com garantia de seu usufruto pelas gerações futuras. Ademais, ambos se fundamentam no diálogo e no engajamento das partes interessadas da organização.
Pode-se dizer, num amplo sentido, que uma organização pratica de modo genuíno a RSE quando é gerida em concordância com os princípios e os temas focais do DS. Portanto, é indispensável para a prática de uma gestão socialmente responsável que os administradores conheçam em profundidade e tenham plena compreensão da filosofia e das propostas do DS e da razão pela qual essa abordagem é crucial para a perpetuidade dos empreendimentos.
O principal desafio, entretanto, tem sido o de balancear o gerenciamento dos negócios atendendo às exigências de competitividade, com baixos custos e alto padrão de qualidade, e contemplando também as demandas da sociedade civil. Assim, torna-se vital a conscientização dos CEOs e, principalmente, o preparo dos profissionais para atuar nesse cenário, possibilitando que o discurso e a conscientização crescente do empresariado possam ser traduzidos em efetiva assimilação da gestão socialmente responsável, internalizada e estruturada nas empresas.
Nesse novo cenário, as empresas têm buscado novos modelos de gestão que estejam alinhados com os princípios do desenvolvimento sustentável. O UniEthos - Educação para a Responsabilidade Social e o Desenvolvimento Sustentável surge nesse contexto com o objetivo de oferecer soluções educacionais para o meio empresarial nos temas da RSE e do DS, vinculadas à gestão estratégica e operacional das empresas. Também atuará com a comunidade acadêmica, que desempenha papel fundamental na capacitação e formação dos gestores e futuros gestores de empresas.
Ricardo Young é presidente do UniEthos e do Conselho Deliberativo do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social.
sexta-feira, janeiro 21, 2005
QUEM É VOCÊ?
Quais são as pessoas que visitam este blog?
Será que as leituras que reescrevo, comentários, desabafos agradam estas pessoas? Será que são sempre os mesmos amigos que visitam esta página todos os dias?
Afinal, esta é uma ferramenta de comunicação!!!
Entre em contato comigo. Deixe uma mensagem. Vc não precisa se identificar se não quiser. É só acessar o link abaixo (comments) ou me mandar um e-mail - mariliza@osite.com.br
Adoraria começar o ano, fazendo novos amigos e trocando idéias.
Eu
Mariliza - 40 anos - Publicitária - No momento combato os sintomas da TPM me exercitando muito, jogando basquete e correndo de vez em quando na praia. Bom para a mente e para o corpo. Gosto de ler um pouco de tudo, atualmente estou lendo " O Homem que amava as gaivotas, autor - Osho, um livro bem interessante.
Um abraço e obrigada por sua visita virtual.
quarta-feira, janeiro 19, 2005
5 FORUM SOCIAL MUNDIAL
Fonte - J. Folha SP SÍLVIO FERREIRA - Free-Lance p/ a AGÊNCIA FOLHA / SÍLVIA FREIREDA - Porto Alegre |
O SISTEMA...
Fonte - El Pais - Juan Arias - Rio de Janeiro Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves
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terça-feira, janeiro 18, 2005
BRASIL PODE REDUZIR POBREZA SOZINHO
NOVA YORK - O Brasil não precisa de ajuda externa para combater a pobreza. O país pertence a um grupo de nações em desenvolvimento e de renda média capaz de financiar com recursos próprios programas para cumprir as chamadas Metas do Milênio, estabelecidas pelos Estados-membros da ONU, em 2000, a fim de reduzir a extrema pobreza no mundo pela metade, até 2015. A conclusão é do estudo ''Investimento no desenvolvimento: um plano prático para alcançar os objetivos do Milênio'', elaborado por especialistas a pedido da ONU e divulgado ontem. O Brasil é citado ao lado de nações como a China, a Índia e a Malásia. O documento diz que até 30 países da África devem receber rapidamente doações dos países ricos para lidar com a pobreza e doenças como a malária e a Aids. O documento, elaborado sob o comando do economista americano Jeffrey Sachs, diz que mais de 500 milhões de pessoas serão retiradas da pobreza extrema e 30 milhões de crianças serão salvas se os países ricos dobrarem a ajuda às nações em desenvolvimento nos próximos 10 anos. ''Muitos países de renda média, como o Brasil, a China e a Malásia, já são doadores. Recomendamos que estes e outros países bem-sucedidos na redução da pobreza, como a Índia, aumentem os esforços, com contribuições financeiras e treinamento técnico para os parceiros de baixa renda'', diz o texto da ONU. Segundo o relatório, o mundo terá tempo de reduzir a extrema pobreza até 2015 se levar a sério a tarefa e solucionar o problema causado pela falta de recursos. O grupo liderado por Sachs foi formado com 265 consultores para o chamado ''Projeto do Milênio'' e oferece propostas concretas para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) assinados em 2000, em uma reunião da ONU. O próprio secretário-geral, Kofi Annan, que encomendou em 2002 aos especialistas o estudo divulgado ontem, terá o documento como base para a apresentação, em março, de um comunicado aos Estados membros, antes da reunião do G-8 em julho e da cúpula de setembro, em Nova York, que marcará os 70 anos da ONU. Para as Nações Unidas, 2005 é um ano crucial para a concretização dos objetivos. Transcorridos cinco anos do prazo fixado, alguns países, sobretudo na Ásia, estão a caminho de alcançar a meta, mas muitos, especialmente na África subsaariana, ainda estão muito distantes. - Reduzir à metade a extrema pobreza até 2015 se tornou mais difícil porque se perdeu um tempo precioso nos primeiros anos - declarou à imprensa Mark Malloch Brown, administrador do Programa da ONU para o Desenvolvimento e novo chefe de gabinete de Annan. - Porém, com a mobilização adequada dos recursos, com vontade política e reformas, tanto nos países em desenvolvimento quanto nos desenvolvidos, o objetivo ainda é factível. Para que a meta seja alcançada, os especialistas afirmam que bastaria um investimento de 0,54% do Produto Interno Bruto (PIB) dos países desenvolvidos, cifra inferior à que se comprometeram na Cúpula de Monterrey para o financiamento do desenvolvimento em 2002, quando concordaram em dedicar 0,7% do PIB. - Somente honrando os compromissos já adotados por ambas as partes: bons governos, financiamento adequado, livre intercâmbio, acesso global à ciência e à tecnologia, é que poderemos pôr fim à extrema pobreza no planeta daqui a uma geração (2025) e certamente reduzi-la à metade até 2015 - afirmou Jeffrey Sachs. Por enquanto, a ajuda dos países ricos tem sido muito menor: 0,25% do PIB em média, como foi registrado em 2003. ''A resposta generosa da comunidade mundial ao desastre causado pelo tsunami no Oceano Índico mostrou que os cidadãos dos países ricos aprovam a ajuda aos pobres, se entenderem claramente suas necessidades e estiverem certos de que o dinheiro oferecido chegará ao destino e realmente ajudará a quem necessita'', estima o comunicado. Uma recomendação é a de que em 2005 países ricos e pobres lancem ações de ''alcance rápido'', projetos baratos mas de impacto, como a alimentação gratuita em escolas, geradores de energia solar para hospitais e entrega de medicamentos contra a AIDS. A entrega gratuita de mosquiteiros de US$ 5 para os países afetados pela malária conseguiria por si só impedir a morte de 250 mil crianças africanas por mês - afirmou Jeffrey Sachs.
Fonte: Uol
sexta-feira, janeiro 14, 2005
ÍDOLO
UM VERDADEIRO ÍDOLO...
FAZ COM SIMPLICIDADE O QUE PARECE MÁGICA E NOS INSPIRA A TENTAR O MESMO, AINDA QUE NÃO TENHAMOS O MENOR TALENTO.
TEM INTIMIDADE COM A LUZ, SORRI E CHORA COM CARISMA E FICA BELO EM QUALQUER ÂNGULO.
CONVIVE COM O AUGE DA FAMA, SEM SE DESLUMBRAR, POIS SABE QUE O SUCESSO É ETÉREO.
NÃO PERDE SUAS REFERÊNCIAS E SE REVELA HUMANO COMO NÓS MORTAIS, MAS TEM CONSCIÊNCIA DE QUE SUAS ATITUDES SERVIRÃO DE EXEMPLOS.
E ASSIM ELE SE TORNA IMORTAL PARA NÓS, PARA NOSSOS FILHOS, PARA NOSSO PAÍS, PARA A HISTÓRIA...
Mariliza
quarta-feira, janeiro 12, 2005
Desenvolvimento Sustentável Busca Crescimento Sem Destruição
Esse modelo busca satisfazer as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades. Ou seja: utilizar recursos naturais sem comprometer sua produção, fazer proveito da natureza sem devastá-la e buscar a melhoria da qualidade de vida.
Por isso, o desenvolvimento sustentável coloca na berlinda o modelo de produção e consumo ocidentais, que ameaça o equilíbrio do planeta. Além disso, se preocupa com os problemas a longo prazo, enquanto o atual modelo de desenvolvimento fundado em uma lógica puramente econômica se centra no "aqui e agora".
O termo foi utilizado pela primeira vez em 1980 por um organismo privado de pesquisa, a Aliança Mundial para a Natureza (UICN). Em 1987, o conceito apareceu em um informe realizado pela ex-ministra norueguesa Gro Harlem Brundtland para a ONU (Organização das Nações Unidas), no qual se dizia que um desenvolvimento é duradouro quando "responde às necessidades do presente sem colocar me perigo as capacidades das gerações futuras para fazer o mesmo".
"A formulação do conceito de desenvolvimento sustentável implicava o reconhecimento de que as forças de mercado abandonadas à sua livre dinâmica não garantiam a não-destruição dos recursos naturais e do ambiente", afirma o economista e consultor ambiental espanhol Antxon Olabe.
Discussões e aplicações
Na Eco-92, cúpula realizada no Rio de Janeiro, e na Rio +10, encontro em Johannesburgo dez anos depois, essa expressão foi o centro das discussões.
Desde então, em um extremo se situam os ecologistas radicais, que defendem o crescimento zero para pôr fim aos esgotamento dos recursos. Em outro lado, estão aqueles que acham que o progresso tecnológico permitirá resolver todos os problemas do ambiente.
Essa segunda visão é utilizada para explicar atitudes como a do presidente norte-americano, George W. Bush, que não ratificou o Protocolo de Kyoto (1997), sobre a redução dos gases que produzem o efeito estufa.
A primeira interpretação do termo, que considera incompatível o desenvolvimento econômico com respeito ao ambiente, foi lançada em 1972 em um informe dos universitários do chamado Clube de Roma.
Mas esse enfoque é solidário apenas em relação à natureza e não aos países em vias de desenvolvimento que criticam que não podem interromper um crescimento que ainda não se iniciou.
O termo desenvolvimento sustentável não facilitou as discussões tanto no Brasil quanto na África do Sul, quando os países do hemisfério Norte _que concentra os países desenvolvidos_ tentaram defender o direito a um ambiente saudável, enquanto os do Sul queriam o direito de se desenvolver.
Fonte: Folha Online
sexta-feira, janeiro 07, 2005
REFLEXÃO
Ainda bem que tem calendário. Imagino como seria difícil fazer uma pausa em nossas vidinhas para repensar nossos projetos, avaliar nossas ações e fazermos planos. Enfim todo início de ano refletimos e mudamos algumas coisinhas. Além das mudanças físicas (percepção de mundo nas diversas idades cronológicas do homem), também os 365 dias dos anos em que vivenciamos novas experiências, devem imprimer mudanças significativas em cada um de nós. Por isso, me considero um ser mutante e eternamente insatisfeito. Mas quero me manter consciente de que tudo só vale realmente a pena, se priorizarmos o respeito a vida e a vontade de fazermos o bem, a nós e ao próximo. O que tenho aprendido com os mais velhos e os mais sábios: ANSIEDADE - Todos nós sofremos deste mal. Porém, só depois é que descobrimos que tudo acontece a seu tempo. Nem antes, nem depois. Portanto ao invés de se descabelar mantenha o foco, mas sem muito estress. AMBIÇÃO - Ter objetivos e querer alcançá-los dá mais sentido à nossa vida. Lute por eles. Mas sem extrapolar os seus limites, sem corromper os seus valores e machucar a si mesmo. Mesmo porque, o que tiver que ser seu, será. PACIÊNCIA - Seja persistente. As vezes parece que estamos trilhando o caminho mais difícil, mas tudo que vem fácil, vai fácil. Acredite nos seus ideais, e mesmo que sofra bombardeios quando estiver fazendo o que julga correto, saiba esperar a vitória, como se saboreia um vinho. D e m o r a d a m e n t e. O sabor é muito melhor. O QUE REALMENTE IMPORTA -
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quinta-feira, janeiro 06, 2005
O TSUNAMI, O CÂNCER, A AIDS E OUTRAS COISAS QUE NÃO TÊM SENTIDO
Fonte: CONTARDO CALLIGARIS - Folha/Ilustrada 06/01/05
A QUESTÃO - O mundo contemporâneo bombardeia o indivíduo com estímulos. E é cada vez mais difícil conformar-se com a necessidade de renunciar à satisfação imediata de nossas vontades.
O PERIGO - Para lutar contra as frustrações. As pessoas buscam soluções artificiais. Entregam-se a gurus e crenças fantásticas. Abrem mão da autonomia e de assumir a responsabilidade pelo próprio destino.
Fonte: Veja 05/01/05 - Renato Menzan