segunda-feira, maio 31, 2004

Fundação Abrinq e Instituto Ethos lançam campanha sobre Lei do Aprendiz.

Por Vilma Amaro e Ana Valim
Com a presença do ministro do Trabalho e Emprego, Ricardo Berzoini, e do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, além de outras autoridades, a Fundação Abrinq e o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social lançaram, em São Paulo, a Campanha Lei do Aprendiz.
O objetivo da campanha é sensibilizar o empresariado para a importância da Lei 10.097, de 2000, que permite a contratação, como aprendizes, de jovens entre 14 e 18 anos incompletos - e pode beneficiar até 2 milhões de adolescentes nesta faixa etária.
" Pesquisa recente do Instituto Cidadania nos mostra que a maior preocupação da juventude brasileira é a empregabilidade. O emprego, na visão dos jovens, lhe dá a perspectiva de segurança no futuro" afirmou na abertura do evento, o Diretor-presidente da Fundação Abrinq, Rubens Naves.
"Segundo estudo da Unesco, o desemprego leva muitos jovens a declararem que o tráfico de drogas é uma opção de sobrevivência e de status. A lei do Aprendiz é uma oportunidade para o jovem conhecer o mercado de trabalho e aprender uma profissão.Uma vez implementada poderá gerar entre 650 mil a 2 milhões de empregos, segundo estimativa do Ministério do Trabalho" , assegurou Naves.
O ministro Ricardo Berzoini informou que governo federal está, atualmente, empenhado em resolver uma das questões importantes da lei do aprendiz: a definição das funções que permitem formação profissional e a fixação das cotas de 5% e 15% para o cálculo do número de aprendizes nas empresas.
"Esta campanha é a prova de que mesmo com tudo contra, a sociedade pode dar um passo adiante e se mobilizar para gerar mudança", disse o ministro, assegurando que a importância da Lei do Aprendiz está em promover o aumento da auto-estima do jovem e dar a ele uma perspectiva de futuro.
Para o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, o jovem que participa de um programa de aprendizagem tem maior estímulo para estudar, empenha-se melhor na escola e passa a ter interesse maior nos estudos.
Assegurou que a partir de agora todas as empresas do governo do Estado de São Paulo, a começar pela CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) que já emprega aprendizes, " vão se juntar a este mutirão".
"Vamos somar esforços com a Fundação Abrinq, o Instituto Ethos, o Ministério do Trabalho e motivar os Conselhos Municipais de Direitos da Criança e do Adolescente para que a lei seja implementada", afirmou o governador.
Para Oded Grajew, Diretor-presidente do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, "mais do que o superávit fiscal, o governo e a sociedade devem usar como critério para a definição de seus orçamentos o superávit social: quanto é necessário para que a criança e o adolescente tenha acesso à saúde e educação de qualidade".
"A maior parte da população brasileira só pode estudar em escola pública, que é de péssima qualidade. Aí acontece que apenas 20% destes jovens entram para universidades públicas, que, pelo contrário, tem o melhor ensino superior do país. Ou seja, não há oportunidade para a maioria dos jovens brasileiros. E aí é que está o problema: se não damos oportunidades para a juventude brasileira, esta oportunidade é dada pela criminalidade e pela informalidade, observou Oded.
"Em sua opinião,"a saída é a mobilização social, a mobilização dos recursos para dar oportunidades para os jovens.Se cada empresa disser quantos jovens pode contratar como aprendizes sem comprometer sua saúde financeira e se essa conta chegar a um aprendiz, este empresário já estará ajudando a mudar o futuro", afirmou.

Campanha
As peças da campanha foram criadas especialmente criadas pela McCann Erickson para esta iniciativa: anúncio para revista e jornal impresso, "spot" de rádio, site e um filme para a tv de 30 segundos. O comercial, produzido pela 02 Filmes, tem como protagonistas os atores Douglas Silva e Darlan Cunha, de "Cidade de Deus" e da série de televisão "Cidade dos Homens", no qual interpretam Acerola e Laranjinha. No evento esteve presente o ator Douglas Silva.
"O objetivo da campanha não é lembrar uma lei que não pegou, ou falar do seu conteúdo ou suas punições, mas tornar a lei de aprendizagem fator de mobilização social, mostrá-la como uma oportunidade de ação social, afirmou o vice-presidente executivo da McCann Erickson, Percival Caropreso.
"Darlan e Douglas são exemplo de que com oportunidades é possível para um jovem mudar seu enredo de vida", assegurou.
A Lei do Aprendiz estabelece que, de acordo com o seu número de funcionários, as empresas devem criar postos de aprendizagem em cotas que vão de 5 a 15% nos setores onde cabe aprendizagem para jovens entre 14 e 18 anos e matriculá-los em cursos profissionalizantes ministrados por escolas técnicas, do Sistema S (Senai, Senac, Senar, Senat e Sescoop) ou de organizações sem fins lucrativos qualificadas para o ensino de adolescentes. A Campanha Lei do Aprendiz tem início imediato.

site:www.leidoaprendiz.org.br

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