sexta-feira, março 12, 2010

A VIOLÊNCIA ESTÁ CHEGANDO À NOSSAS PORTAS




Carro baleado


Ontem me surpreendi voltando do trabalho e ver um circo policial em frente a casa de uma vizinha.
Apesar de atravessar a rua e tentar fugir do alvoroço, uma outra vizinha veio ao meu encontro e falou! _ MATARAM a vizinha ainda no carro com vários tiros, em frente a própria casa.
Ela voltava de pegar o filhinho na escola e quando tentava entrar em casa, foi abordada. Não baixou o vidro e eles descarregaram a arma. No mínimo já estavam à espreita, esperando ela chegar com o carro, para entrarem em sua casa e roubarem tudo. Ela estava sozinha com o filho e teve medo. Não deram tempo dela pensar... simplesmente atiraram nos vidros de frente, vidros laterais...eram várias perfurações
Tinha sangue na calçada. Calçada que ela lavava com frequencia.
A casa estava às escuras e o carro baleado continuava lá, à espera da polícia técnica.
A casa bonita de 02 andares tinha sido construída no ano passado e o portão de ferro branco era bem vazado, onde se podia ver ela cuidando do cachorro, brincando com o filho ou lavando o piso. Ela acreditava que morava num bairro seguro.
Num lar tranquilo, ela nem imaginava que sua vida seria interrompida de forma tão grotesca aos 39 anos e com um filho por criar.
O mundo desta família desmoronou.
Abro o site da Uol para ver meus e-mails e vejo a notícia do cartunista morto em sua casa em Osasco, onde num assalto mataram também o seu filho.
Sinto que a coisa vai piorar.
Saio às 5h30 da manhã e vejo muitos jovens se drogando pelas esquinas, coisas que eu não via há um tempo atrás no meu bairro.
Nenhum lugar mais, é seguro. Agora de manhã, a polícia cercou uma casa em que os assaltantes fizeram os moradores reféns, no mesmo bairro.
Ainda estou chocada. A violência deixa traumas e dá muito medo. Ela está tomando proporções incontroláveis, e nós nem estamos percebendo.
Estamos numa roleta russa e ninguém sabe quando vai encontrar uma arma apontada para sua cabeça. Não sabemos o que nos espera em nosso dia ou em nossa noite.
MESMO SEM SAIR DE CASA.
By Mari


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