segunda-feira, junho 20, 2005
MENTE SÃ, CORPO SÃO...
O Iceberg nosso de cada dia...
Saúde e doença
Martinho Carlos Rost
Circunstâncias que nos trazem infelicidade, via de regra, nos conduzem à debilidade e à doença: aos estados patológicos, em seus mais variados níveis e formas de manifestação. Quando estamos infelizes, ficamos doentes. A doença, portanto, seja ela qual for, desnuda e expõe nossa infelicidade. É importante perceber que, para que compreendamos essa relação infelicidade-doença, o conceito de saúde deve ser avaliado a partir de uma perspectiva muito mais ampla, considerando um universo onde as dimensões física, psíquica e espiritual coexistem e se interpenetram.
Se nos compararmos a um iceberg, poderemos dizer, sem chance de errar, que nosso corpo físico (denso-energético ou denso-etérico) é apenas a ponta dessa imensa massa de gelo flutuante. Esse corpo, ao qual temos polarizado nossas atenções, não é mais do que uma extensão ou apêndice de nós mesmos: é, por assim dizer, o que está na superfície de nós mesmos. O que conhecemos como "nós" e "o mundo que nos cerca", é apenas o que está acima da superfície das águas, delimitado pela abrangência de nossos cinco sentidos.
Sabemos, porém, que a maior parte de um iceberg esconde-se sob as águas, abaixo da superfície. Da mesma forma, a parte mais significativa de nós mesmos - o que chamamos "verdadeiro eu" ou "eu interior" - se oculta sob nossas externalidades. Quando nos referimos a nosso psiquismo, em seus aspectos emocional e mental, estamos nos remetendo ao que ultrapassa, ou vai além de nossos limites sensoriais. O que está abaixo das águas é o centro de nossas emoções ou sentimentos, e a sede de nossos pensamentos ou mecanismos racionais.
Finalmente, nossa dimensão espiritual, na analogia, está representada pelas próprias águas nas quais flutua o iceberg: são as águas que sustentam o gelo e lhe dão sentido, razão de ser. Ora, um iceberg só pode ser chamado por esse nome, se houver águas que sustentem sua massa gelada. Nossa existência como homens está condicionada à sustentação que o espírito nos dá. A dimensão espiritual é, por isso, a base de nossa existência física e psíquica. Somos espírito e corpo, necessariamente nessa ordem. É o espírito que comanda. É ele que nos conduz por suas águas, pacientemente aguardando que a elas possamos nos fundir.
O iceberg e as águas têm a mesma substância: ambos são água, embora em estados diferentes. Nosso corpo físico, nossos corpos psíquicos e o espírito são, substancialmente, ou em essência, a mesma coisa; diferem porém em estado, freqüência ou densidade. É bom deixar claro que qualquer descrição que se faça da constituição humana é meramente didática, e não deve jamais ser considerada em termos absolutos. Note-se que somos sempre NÓS fazendo descrições de NÓS MESMOS; e sempre o fazemos de acordo com NOSSO conhecimento acumulado e NOSSAS idiossincrasias. Estamos condicionados a nos considerar como a um centro, ao qual tudo converge e do qual tudo depende.
Mas quem disse que somos assim, tão especiais? Afinal, nada sabemos sobre a concepção de universo sob o ponto de vista de um pássaro; ou que idéia uma montanha faz do cosmos. Não creio que sejamos mais do que os pássaros ou as montanhas. A mesma água que sustenta um iceberg sustenta todos os outros; e liga todos eles uns aos outros, sem que necessite, para isso, de nossa concordância ou permissão. Não estamos, definitivamente, separados do chão em que pisamos, da água que bebemos ou do ar que respiramos. Estamos inseparavelmente ligados uns aos outros, e quaisquer diferenças são mera superficialidade.
O espírito liga a tudo e a todos num processo dinâmico. Suas águas parecem querer nos arrastar a um destino que tememos, por desconhecer. Tentamos desesperadamente flutuar em sentido oposto à corrente da vida, contrariando nossos desígnios espirituais. E é por isso que adoecemos. Saúde é um estado em que permitimos que nossa essência nos envolva, nos tome nos braços e nos leve à compreensão de nós mesmos e de tudo que (pensamos que) nos cerca. Adoecer é tentar impor obstáculos a esse processo; é negar a voz que nos diz como fazer a coisa certa na hora certa, e ignorar os conselhos que nos indicam o verdadeiro caminho. Adoecer é, em última análise, recusar-se a participar do ritmo da vida, e condenar-se a um mundo de mesmices - onde esquecemos nossos sonhos e abandonamos nossos ideais.
CONCLUSÃO
Acho que estou infeliz, pois venho sofrendo com um refluxo que não consigo curar...medo de saborear uma deliciosa refeição e depois regurgitar... parece não haver nada pior!!
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