Estamos chegando ao limite da insensibilidade
A iraniana que pediu asilo político na Grécia e teve seu pedido negado costurou a boca, pois prefere greve de fome à voltar para o regime iraniano.
Hoje tive um sonho com duas crianças, maltrapilhas, sujas e ao relento choravam de fome e frio, em uma dessas calçadas que passamos todos os dias.
Neste sonho eu também via a mãe debruçada no chão, nem sei se alcoolizada ou inerte.
Talvez duas irmãs, de 1 ano e 3 anos. Choravam com toda força sentadinhas e rígidas, contraindo os braços e os punhos de tanta agonia.
Meu sonho não teve um desfecho, pois acordei antes, mergulhada em uma angustia sem fim.
Não pude saber se parava para ajudar ou se só observava de longe e seguia meu caminho.
Só sei que a emoção forte desse pesadelo mexeu com minha noite tranquila, pois não consegui dormir mais.
Tenho medo de me tornar insensível e passar a agir como a maioria das pessoas.
Penso que, em minha realidade eu não teria coragem de não me envolver com aquela situação. Nem que fosse para ficar ali a noite toda pedindo ajuda ou para eu mesma encontrar uma solução.
Era só um sonho.
Mas em minha vida, o sonho é sempre o início de algo.
Muitas vezes não sei interpretá-lo no presente, mas o futuro próximo se encarrega de me esclarecer tudo.
By Mari
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